quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Os Arquétipos do Inconsciente Coletivo






Os Arquétipos do Inconsciente Coletivo

por Carl Gustav Jung

Devido ao seu parentesco com as coisas físicas, os arquétipos quase sempre se apresentam em forma de projeções, e quando estas são inconscientes, manifestam-se nas pessoas com quem se convive, subestimando ou Super estimando-as, provocando desentendimentos, discórdias, fanatismos e loucuras de todo tipo. Não é outra a razão pela qual se diz que "fulano endeusou sicrano" ou "fulano de tal é a 'bete noire' de X". Esta é a origem dos mitos modernos, em outras palavras, dos boatos fantásticos, das mil e uma desconfianças e preconceitos.! Os arquétipos são, portanto, coisas extremamente importantes, de efeito considerável, e que merecem toda a nossa atenção.! Não devem ser simplesmente reprimidos, mas, devido ao perigo! de contaminação psíquica, convém levá-los muito a sério. Como quase sempre se apresentam sob a forma de projeções, e estas só são possíveis quando alguém as recebe, avaliar e julgá-las é extremamente difícil. Pois bem, se alguém projeta o diabo no outro, é porque essa pessoa tem algo em si que possibilitar a fixação da imagem. Mas nem por isso essa pessoa tem que ser um diabo. Muito pelo contrário. Pode até ser uma pessoa boníssima, mas é incompatível com a pessoa que projeta, o que tem sobre elas um efeito "diabólico" (isto é, separador). Nem a pessoa que projeta precisa ser diabo (embora deva reconhecer que dentro dela o diabólico também existe) como ainda por cima foi enganada por ele, uma vez que o projeta. Mas nem por isso é "diabólica"; pode ser uma pessoa tão correta quanto a outra. Surgindo o diabo, isso significa que essas duas pessoas são incompatíveis (pelo menos agora e num futuro próximo), razão pela qual o inconsciente provoca uma ruptura, afastando-as uma da outra. O diabo é uma variante do arquétipo da sombra, isto é, do aspecto perigoso da metade obscura, não reconhecida pela pessoa. 4. Ver: Die Struktur der Seele em: Seelenprobleme der Gegenwart, 1950, P- 149ss, Obras Completas, Vol. 8, § 331ss. Outro arquétipo, com o qual deparamos quase que regularmente nas projeções de conteúdos coletivos do inconsciente, é o "demônio mágico", de efeito predominantemente sinistro Bons exemplos são os personagens de Meyrink: o Golem, ou o feiticeiro tibetano de Fledermäusen (Morcegos), que desencadeia a guerra mundial pela magia. Evidentemente, Meyrink não aprendeu isso comigo. Foi uma produção espontânea do seu inconsciente, que deu forma e palavra a uma sensação semelhante à que a minha paciente projetara em mim. O tipo feiticeiro também aparece no Zaratustra; no Fausto, é o próprio herói. A imagem desse demônio deve pertencer a um dos estágios mais elementares e arcaicos do conceito de deus. É o tipo do primitivo feiticeiro da tribo ou xamã, personalidade dotada de poderes excepcionais, carregada de força mágica.5 Freqüentemente aparece como uma figura de pele escura, de tipo mongolóide, quando representa um aspecto negativo, eventualmente Perigoso. Às vezes é difícil, quase impossível, diferenciar essa figura da sombra; mas quanto mais dominante for a nota mágica, mais fácil a diferenciação. Isso não é de pouca importância, visto que pode revestir-se do aspecto muito positivo do velho sábio.


O conhecimento dos arquétipos significa um avanço importante. O efeito mágico ou demoníaco sobre a pessoa do outro desaparece, porque a sensação perturbadora é restituída a uma dimensão definitiva do inconsciente coletivo. Em compensação, é-nos proposta uma tarefa totalmente nova: a questão de como e de que maneira o eu deve lidar com esse não-eu psicológico. Será que basta constatar a existência atuante dos arquétipos, abandonando o resto à própria sorte? Assim criaríamos um estado de dissociação permanente, isto é, uma cisão entre a psique individual e a psique coletiva. De um lado, teríamos o eu diferenciado e moderno, de outro, uma espécie de cultura negra, um estado primitivo. O estado real e atual das coisas ficaria assim exposto a uma nítida separação: por cima, a crosta da civilização, por baixo a besta de pele escura. Tal dissociação exige contudo uma síntese imediata, e o desenvolvimento daquilo que não está desenvolvido. É imprescindível reunificar essas duas partes; em caso contrário, não haveria dúvida quanto ao resultado: o inevitável aniquilamento do primitivo, pela repressão. O único meio de evitá-lo é que uma religião válida, ainda viva, proporcione condições satisfatórias para que o homem primitivo se exprima através de uma simbologia fartamente desenvolvida. Em seus dogmas e ritos, essa religião necessita de imaginação e ação, inspiradas no que há de mais arcaico. Isso se dá no catolicismo: é sua maior força, mas também o seu maior perigo. Antes de entrar na nova questão da reunificação, voltemos ao sonho que nos serviu de base. Essa explanação deu-nos uma melhor compreensão do mesmo, sobretudo de uma de suas partes essenciais: o medo. Esse medo é um medo arcaico dos conteúdos do inconsciente coletivo. Vimos que a identificação da cliente com X revela simultaneamente sua relação com o artista que a perturba. Ficou demonstrado que o médico foi identificado com o artista e, além disso, passando ao nível do sujeito, eu era uma imagem da figura do feiticeiro em seu inconsciente. O símbolo do caranguejo abrange tudo isso no sonho: o símbolo daquele que retrocede. O caranguejo é o conteúdo vivo do inconsciente, que não pode ser simplesmente esgotado ou anulado por uma análise ao nível do objeto. O que pudemos conseguir foi o desmembramento dos conteúdos mitológicos da psique coletiva dos objetivos da consciência e sua consolidação como realidades psíquicas exteriores à psique individual Através do ato do reconhecimento, "estabelecemos" a realidade dos arquétipos, ou mais exatamente, postulamos a existência psíquica desses s conteúdos, com base no reconhecimento. É preciso constatar, expressamente, que não se trata unicamente de conteúdos reconhecíveis, mas de sistemas psíquicos trans-subjetivos, amplamente autônomos, e, portanto submetidos só muito condicionalmente ao controle do consciente e provavelmente até lhe escapando, em grande medida.

Trecho extraído do livro Psicologia do Inconsciente




Caracterização Astrológica:

Pelo mapa astrológico de Carl Gustav Jung constam os seguintes indicadores numéricos conforme as posições dos planetas e considerando ainda outros fatores principais:

Neste caso, em conformidade com o assunto descrito é importante salientar que, a Lua no mapa astrológico de Jung, muito forte no signo de Touro pela Casa III, identifica o número 74 que representa entre outros significados, também esse denominado Inconsciente Coletivo. A Lua que caracteriza a potencialidade emocional, nesta situação representa um forte fator pelas intensas experiências de Jung nesta área.




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O Arquétipo Materno






O ARQUÉTIPO MATERNO

por Carl Gustav Jung

Como todo arquétipo, o materno também possui uma variedade incalculável de aspectos.

Menciono apenas algumas das formas mais características: a própria mãe e a avó; a madrasta e a sogra; uma mulher qualquer com a qual nos relacionamos, bem como a ama-de-leite ou ama-seca, a antepassada e a mulher branca; no sentido da transferência mais elevada, a deusa, especialmente a mãe de Deus, a Virgem (enquanto mãe rejuvenescida, por exemplo, Demeter e Core), Sofia (enquanto mãe que é também a amada, eventualmente também o tipo Cibele-Átis, ou enquanto filha-amada (mãe rejuvenescida); a meta da nostalgia da salvação (Paraíso, Reino de Deus, Jerusalém Celeste); em sentido mais amplo, a Igreja, a Universidade, a cidade ou país, o Céu, a Terra, a floresta, o mar e as águas quietas: a matéria, o mundo subterrâneo e a Lua; em sentido mais restrito, como o lugar do nascimento ou da concepção, a terra arada, o jardim, o rochedo, a gruta, a árvore, a fonte, o poço profundo, a pia batismal, a flor como recipiente (rosa e lótus); como círculo mágico (a mandala como padma) ou como cornucópia; em sentido mais restrito ainda, o útero, qualquer forma oca (por exemplo, a porca do parafuso); a yoni; o forno, o caldeirão; enquanto animal, a vaca, o coelho e qualquer animal útil em geral.

Todos estes símbolos podem ter um sentido positivo, favorável, ou negativo e nefasto. Um aspecto ambivalente é a deusa do destino (as Parcas, Gréias, Nomas). Símbolos nefastos são bruxa, dragão (ou qualquer animal devorador e que se enrosca como um peixe grande ou uma serpente); o túmulo, o sarcófago, a profundidade da água, a morte, o pesadelo e o pavor infantil (tipo Empusa, Lilith, etc.). Esta enumeração não pretende ser completa. Ela apenas indica os traços essenciais do arquétipo materno. Seus atributos são o "maternal": simplesmente a mágica autoridade do feminino; a sabedoria e a elevação espiritual além da razão; o bondoso, o que cuida, o que sustenta, o que proporciona as condições de crescimento, fertilidade e alimento; o lugar da transformação mágica, do renascimento; o instinto e o impulso favoráveis; o secreto, o oculto, o obscuro, o abissal, o mundo dos mortos, o devorador, sedutor e venenoso, o apavorante e fatal. Estes atributos do arquétipo materno já foram por mim descritos minuciosamente e documentados em meu livro Símbolos da Transformação. Nesse livro formulei as qualidades opostas desses atributos que correspondem à mãe amorosa e à mãe terrível.

O paralelo histórico que nos é mais familiar é, com certeza, Maria, que na alegoria medieval é simultaneamente a cruz de Cristo. Na índia, seria a Kali contraditória. A filosofia samkhya elaborou o arquétipo materno no conceito de Prakrti, atribuindo-lhe os três gunas como propriedades fundamentais, isto é, bondade, paixão e escuridão - sattwa, rajas, tamas (Este co significado elimologico das três gunas. Veja WECKERLING [ed.], Das Glück des tebens. Medizinisches Drama von Anaiularâyamakltf. p. 21s, e GARBE, Die Sâmkhya-Philosophie. p. 272s.). Trata-se de três aspectos essenciais da mãe, isto é, sua bondade nutritiva e dispensadora de cuidados, sua emocionalidade orgástica e a sua obscuridade subterrânea. O traço especial na lenda filosófica que mostra Prakrti dançando diante de Purusha a fim de lembrá-lo do "conhecimento discriminatório" não pertence diretamente à mãe, mas ao arquétipo da anima. Este último se mistura imediata e invariavelmente com a imagem da mãe na psicologia masculina. Embora a figura da mãe, tal como aparece na psicologia dos povos, seja de certo modo universal, sua imagem muda substancialmente na experiência prática individual. Aqui o que impressiona antes de tudo é o significado aparentemente predominante da mãe pessoal.

Essa figura sobressai de tal modo em uma psicologia personalista que esta última, como é sabida, jamais conseguiu ir além da mãe pessoal, seja em suas concepções ou mesmo teoricamente. Para ir diretamente ao assunto, a minha concepção difere da teoria psicanalítica em princípio, pelo fato de que atribuo à mãe pessoal um significado mais limitado. Isto significa que não é apenas da mãe pessoal que provêm todas as influências sobre a psique infantil descritas na literatura, mas é muito mais o arquétipo projetado na mãe que outorga à mesma um caráter mitológico e com isso lhe confere autoridade e até mesmo numinosidade (A psicoîogia americana nos fornece uma grande quantidade de exemplos neste sentido. Generation of Vipers de WYLIE constitui uma verdadeira sátira a acerca disso, mas com intenções educativas.).

Os efeitos etiológicos, isto é, traumáticos da mãe devem ser divididos em dois grupos: primeiro, os que correspondem à qualidade característica ou atitudes realmente existentes na mãe pessoal. Segundo, os que só aparentemente possuem tais características, uma vez que se trata de projeções de tipo fantasioso (quer dizer, arquetípico) por parte da criança. O próprio FREUD já reconhecia que a verdadeira etiologia das neuroses não tinha suas raízes, como a princípio supunha, em efeitos traumáticos, mas principalmente num desenvolvimento peculiar da fantasia infantil. É inegável a possibilidade de que um tal desenvolvimento possa ser atribuído às influências perturbadoras da mãe.
Por isso, procuro antes de mais nada na mãe o fundamento das neuroses infantis, na medida em que sei por experiência que é muito mais provável uma criança desenvolver-se de um modo normal do que neuroticamente e que na maioria dos casos podemos rastrear as causas definitivas de distúrbios nos pais e, principalmente, na mãe. Os conteúdos das fantasias anormais só podem referir-se parcialmente à mãe pessoal uma vez que freqüentemente eles aludem de modo claro e inequívoco a coisas que ultrapassam o que se poderia atribuir a uma mãe real. Isto principalmente quando se trata de imagens declaradamente mitológicas, tal como ocorre muitas vezes com fobias infantis, em que a mãe aparece sob a forma de um animal, de uma bruxa, fantasma, canibal, hermafrodita e coisas deste tipo. Mas como as fantasias nem sempre são manifestamente mitológicas ou, se o forem, não provêm necessariamente de um pressuposto inconsciente, podendo originar-se em contos de fada, em observações casuais, etc., é recomendável fazer uma cuidadosa investigação em cada caso. Por razões práticas, tal investigação não pode ser levada a cabo tão facilmente nas crianças como nos adultos, os quais geralmente transferem suas fantasias para o médico durante a terapia, encontrando-se estas, portanto, em estado de projeção. Não basta então reconhecê-las e depois descartá-las como algo ridículo - pelo menos definitivamente - pois os arquétipos constituem um bem inalienável de toda psique, "sendo o tesouro no campo dos pensamentos obscuros", no dizer de KANT, vastamente documentado por inúmeros temas do folclore.

 Um arquétipo, por sua natureza, não é de modo algum um preconceito simplesmente irritante. Ele só o é quando não está em seu devido lugar.  Pertence aos mais supremos valores da alma humana, tendo por isso povoado os Olimpos de todas as religiões. Descartá-lo como algo insignificante representa realmente uma perda. Trata-se muito mais, por conseguinte, de solucionar essas projeções, a fim de restituir os seus conteúdos àquele que os perdeu por tê-los projetado fora de si, espontaneamente.

Texto extraído contido no livro: Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo


Caracterização Astrológica:

Pelo mapa astrológico de Carl Gustav Jung constam os seguintes indicadores numéricos conforme as posições dos planetas e considerando ainda outros fatores principais:





Para o momento, como importante ressalta-se o Nodo Lunar Norte [ ],o qual se caracteriza pelo número 57 [Outorga]. A Outorga (57) do modo mais explícito, pelos 144 números fundamentalmente também significa: Mãe (curiosamente: “75” resulta em Pai). Jung, por esse indicativo obteve astrologicamente ótimas qualidades para exercer sua função profissional de terapeuta, excelente. O Nodo Norte de um mapa transmite uma influência inevitável na pessoa, principalmente no que tange o modo de atuar cotidiano, portanto, como expressão constante na vida. É notório pelo quanto esse fator indicativo contribuiu também nesta descrição de Jung sobre o Arquétipo Materno. Nesta descrição, nota-se também o emprego prático de Jung por esta definição, do seu próprio conceito de Sincronicidade. Pois, as diversas modalidades provenientes deste arquétipo de mãe que foram citadas, não deixam de serem agrupamentos oriundos de fatores similares (ainda que de certo modo independente), assim como resultam os elementos contidos em razão de Sincronicidade. 






domingo, 28 de janeiro de 2018

Trânsitos de Netuno IX







ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Netuno em Trânsito IX

Interpretação de Netuno em Trânsito

Na interpretação de trânsitos a característica genérica do planeta conforme já foi explicado, é essencial no processo analítico astrológico das previsões.
Continuando nessa ordem, para o momento o assunto neste estudo provém do livro: “Astrologia, Karma e Transformação“ do autor Stephen Arroyo sobre o planeta Netuno por continuação deste assunto.

Em resumo deste assunto, durante os trânsitos de Netuno a pessoa nesta situação sintoniza-se invariavelmente sob o domínio do intangível. Embora muitas vezes estes sejam sentidos como períodos confusos de grande incerteza, podem também ser experimentados como tempos de inspiração ou mesmo de iniciação, mediante o aperfeiçoamento e a espiritualização da personalidade pelo mesmo domínio. Estes períodos são, em potência, épocas de aprendizagem das mais sutis lições de vida e de compreensão, de que os fatores intangíveis imateriais são mais importantes e poderosos do que as questões terrenas da vida diária, que a maior parte das pessoas tende a considerar como sua realidade última. Através da penetração na consciência psicológica das vibrações de Netuno pode-se (voluntária ou involuntariamente) adentrar-se num reino de infinitas possibilidades, capaz de propiciar um espantoso alargamento da consciência e até mesmo uma sintonia nos níveis universais e cósmicos.
Os trânsitos de Netuno trazem a oportunidade de se apurar na compreensão de quais as atitudes a tomar e o comportamento, com base numa aguda percepção das forças intangíveis atuantes. A tendência é de sentir-se confuso e desenraizado caso não se aceite o desafio imposto em razão de alguma entrega a um ideal.    

Eis alguns exemplos específicos necessários para contribuir pela lógica na interpretação dos trânsitos de Netuno, por ser difícil esclarecer o teor de sua vibração transcendente de uma maneira prática e sistemática:

Uma mulher de trinta e quatro anos atravessou um período de profundas mudanças pessoais quando Netuno em trânsito formou quadratura com o seu Sol natal, durante mais de um ano e meio. Ao longo deste tempo, o marido com quem estava casada havia mais de doze anos deixou-a, sem esclarecer se tencionava voltar ou se queria separar-se definitivamente. A mulher ficou desorientada, sem saber se deviacomeçar nova vida ou esperar por uma decisão do marido.Começou também a interessar-se por astrologia, reencarnação e outras matérias afins, que a ajudaram a obter uma perspectiva do que se passava. Tais estudos deram-lhe, pela primeira vez, uma visão da vida que, na verdade, contribuiu para lhe proporcionar a força de que precisava para divorciar do marido e iniciar o seu próprio caminho de desenvolvimento, em vez de manter uma doentia dependência dele. Durante este período, adquiriu um novo sentido de liberdade e de individualidade (Sol); e as possibilidades de desenvolvimento começaram pela primeira vez na sua vida, a surgir e a mostrar-se altamente promissores. 

Um rapaz de dezesseis anos, enquanto Netuno formava conjunção por trânsitos com o seu Sol natal, foi levado a uma conferência de um mestre espiritual indiano, porque sua mãe era devota dos ensinamentos deste mestre. Sem a menor hesitação ou aviso, o rapaz correu para o mestre e pediu para ser iniciado, o que, regra geral, nunca se concedia a quem não tivesse, pelo menos, vinte e um anos. Mas, neste caso, era, decerto, momento de o jovem contatar com uma fonte de inspiração  espiritual, pois foi-lhe prometida a iniciação e, na verdade, desfrutou de uma experiência espiritual interior que o deixou indescritivelmente feliz.

Os trânsitos de Netuno com Vênus natal são particularmente importantes no desenvolvimento de uma compreensão do amor, mais profunda e requintada. Uma mulher conheceu um homem em circunstâncias bastante invulgares, enquanto Netuno se opunha ao seu planeta Vênus. Esta relação teve um princípio do tipo “conto de fadas”, como se estivesse destinada a ser importante. A relação foi, por isso, rodeada de um certo fascínio que logo se revelu como ilusório, mal o trânsito começou a passar. O homem era do signo de Peixes espiritualmente orientado e, através dele, a mulher conheceu muitas outras pessoas do mesmo tipo (Deve-se notar que Vênus tem a ver com todos os gêneros de relações e não apenas com as românticas). O seu interesse e a sua compreensão da espiritualidade desenvolveram-se neste período, embora também com uma aura de fascínio, mais do que com um estudo verdadeiramente sério. Através da influência deste homem, a mulher gastou uma apreciável quantia na frequência de um curso de controle cerebral, apesar de não conhecer claramente os motivos que a levaram a realizá-lo (Netuno).  No curso, todavia, avaliou a sua capacidade psíquica de um modo imediato e surpreendente. Só para o fim do trânsito de Netuno começou a desiludir-se com o modo impessoal pelo qual ele se relacionava com ela e a compreender que estava mais apaixonada por uma imagem do que por uma pessoa. E embora se sentisse emocionalmente (e, em certa medida, materialmente) “dilacerada” por ele, não alimentou depois qualquer ressentimento porque sentia que a experiência foi uma lição importante no desenvolvimento da sua compreensão do amor.

Enquanto Netuno em trânsito formava conjunção com o seu  planeta Vênus natal, outra pessoa descobriu que a sua relação amorosa começava a dissolver-se. A visão idealizada da amante foi, no mínimo, minada quando soube que ela o tinha traído com o seu melhor amigo. Antes tentara pensar nela como sua exclusiva propriedade; e devia agora enfrentar dolorosamente o ciúme e o intenso sentimento de posse que sempre sentira em qualquer relação, quer com amigos, quer com namoradas. Nota-se assim que esta experiência continha importantes lições que podiam ser aplicadas em geral a muitas áreas de sua vida (outra vez a tendência de Netuno como influente universalização). O desgosto deu-lhe não só uma considerável isenção na análise de suas emoções como aperfeiçoou toda a sua perspectiva no amor; mas este homem descobriu também que os seus sentimentos se abriram com esse molde adquirido para poder considerar agora como tratar melhor as outras mulheres.   

Durante muitos trânsitos de Netuno, a imaginação corre indisciplinadamente e a pessoa sofre, muitas vezes, da falta de concentração e resultante ineficácia. Mas embora as questões materiais possam ser, deste modo, afetadas, trata-se de um interferência temporária, visto que as experiências inspiradoras e intangíveis destes períodos podem persistir por muitos anos, como recordação que guiará a vida da pessoa em importantes domínios.

(continua)





sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O Conceito de Arquétipo







O CONCEITO DE ARQUÉTIPO

por Carl Gustav Jung

O conceito da Grande Mãe provém da História das Religiões e abrange as mais variadas manifestações do tipo de uma Deusa-Mãe. No início esse conceito não diz respeito à psicologia, na medida em que a imagem de uma "Grande Mãe" aparece nessa forma muito raramente. Ε quando aparece na experiência clínica, isso só se dá em circunstâncias especiais. O símbolo é obviamente um derivado do arquétipo materno; assim sendo, quando tentamos investigar o pano de fundo da imagem da Grande Mãe, sob o prisma da psicologia, temos necessariamente de tomar por base de nossa reflexão o arquétipo materno de um modo muito mais genérico. Embora já não seja tão necessária atualmente uma discussão ampla sobre o conceito de arquétipo, não me parece porém dispensável fazer algumas observações preliminares a respeito do mesmo. Em épocas passadas - apesar de existirem opiniões discordantes e tendências de pensamento aristotélicas-não se achava demasiado difícil compreender o pensamento de PLATÃO, de que a ideia é preexistente e supra-ordenada aos fenômenos em geral.
"Arquétipo" nada mais é do que uma expressão já existente na Antiguidade, sinônimo de "ideia" no sentido platônico. Por exemplo, quando Deus é designado por το αρχε- τυπον φως ' no Corpus Hermeticum, provavelmente datado do século HI, expressa-se com isso a ideia  de que ele é preexistente ao fenômeno "luz" e imagem primordial supra-ordenada a toda espécie de luz. Se eu fosse um filósofo daria prosseguimento ao argumento platônico segundo minha hipótese, dizendo: em algum lugar, "em um lugar celeste" existe uma imagem primordial da mãe, preexistente e supra-ordenada a todo fenômeno do "maternal" (no mais amplo sentido desta palavra). Mas como não sou filósofo e sim um empirista, não posso permitir a mim mesmo a pressuposição de que o meu temperamento peculiar, isto é, minha atitude individual no tocante s problemas intelectuais tenha validade universal. Tal coisa aparentemente só é aplicável àquele filósofo que supõe serem universais suas disposições e atitudes e não reconhece a sua problemática individual, sempre que possível como condição essencial de sua filosofia. Como empirista devo constatar que há um temperamento para o qual as ideias são entidades e não somente 'nomina '. Por acaso - quase eu poderia dizer- vivemos atualmente, há cerca de duzentos anos, numa época em que se tornaram impopular e até mesmo incompreensível supor que as ideias pudessem ser algo diverso de simples nominal. Aquele que ainda pensa anacronicamente a modo de Platão, decepcionar-se-á ao vivenciar que a entidade celeste, isto é, metafísica, da ideia foi relegada à esfera incontrolável da fé e da superstição, compassívamente legada ao poeta. O ponto de vista nominalista "triunfou" mais uma vez sobre o realista na disputa secular dos universais, e a imagem originária volatilizou-se num flatus voeis, Essa reviravolta foi acompanhada e até certo ponto provocada pela marcante evidência do empirismo, cujas vantagens se impuseram nitidamente à razão. Desde então, a "ideia" deixou de ser um a priori, adquirindo um caráter secundário e derivado. É óbvio que o nominalismo mais recente também reivindica validade universal, apesar de basear-se num pressuposto determinado pelo temperamento e, portanto, limitado. O teor dessa validade é o seguinte: válido é tudo aquilo que vem de fora, sendo pois verificável. O caso ideal é a constatação pela experiência. A antítese é a seguinte: é válido aquilo que vem de dentro e que portanto não é verificável. É óbvio que este ponto de vista é desesperador. A filosofia natural dos gregos, voltada para a materialidade, combinada com a razão aristotélica, obteve uma vitória tardia, porém significativa, sobre PLATÃO. Em toda vitória há sempre o germe de uma derrota futura. Mais recentemente têm-se multiplicado os sinais indicativos de uma mudança de ponto de vista. Significativamente, a teoria das categorias de KANT, a qual sufoca já no embrião qualquer tentativa de retomada de uma metafísica em seu sentido antigo, prepara por outro lado um renascimento de um espírito platônico: uma vez que não pode haver uma metafísica que ultrapasse a capacidade humana, não existe também qualquer conhecimento empírico, o qual já não esteja a priori preso e limitado por uma estrutura cognitiva. Nos cento e cinqüenta anos transcorridos desde a Critica da Razão Pura, pouco a pouco foi-se abrindo caminho à intuição de que o pensar, a razão, a compreensão, etc, não são processos autônomos, livres de qualquer condicionamento subjetivo, apenas a serviço das eternas leis da lógica, mas sim funções psíquicas agregadas e subordinadas a uma personalidade, A pergunta não é mais se isto ou aquilo foi visto, ouvido, tocado com as mãos, pesado, contado, pensado e considerado lógico. Mas é: quem vê, quem ouve, quem pensou? Começando com a "equação pessoal" na observação e medida dos menores processos, esta crítica prossegue até a criação de uma psicologia empírica, como nunca foi conhecida antes. Estamos convencidos atualmente de que em todas as áreas do conhecimento há premissas psicológicas, as quais testemunham decisivamente acerca da escolha do material, do método de elaboração, do tipo de conclusões e da formulação de hipóteses e teorias. Até mesmo acreditamos que a personalidade de KANT foi um fator decisivo de sua Crítica da Razão Pura. Não só os filósofos, mas também nossas próprias tendências filosóficas e até mesmo o que chamamos nossas melhores verdades são afetadas, quando não diretamente ameaçadas, pela ideia de uma premissa pessoal. Toda liberdade criativa - exclamamos - nos é desse modo roubada! Será possível que um homem só possa pensar, dizer e fazer o que ele mesmo é? Contanto que não se caia de novo num exagero, vítimas de um psicologismo desenfreado; trata-se na realidade, segundo me parece, de uma crítica inevitável. Tal crítica é a essência, origem e método da psicologia moderna: há um fator apriorístico em todas as atividades humanas, que é a estrutura individual inata da psique, pré-consciente e inconsciente. A psique pré-consciente, como por exemplo a do recém-nascido, não é de modo algum algo vazio, ao qual, sob circunstâncias favoráveis, tudo pode ser ensinado. Pelo contrário, ela é uma condição prévia tremendamente complicada e rigorosamente determinada para cada indivíduo, que só nos parece um nada escuro, porque não a podemos ver diretamente. No entanto, assim que ocorrem as primeiras manifestações visíveis da vida psíquica, só um cego não veria o caráter individual dessas manifestações, isto é, a personalidade singular. Ε impossível supor que todas essas particularidades sejam criadas só no momento em que aparecem. Se se tratar, por exemplo, de predisposições mórbidas, que já existem nos pais, inferimos uma transmissão hereditária pelo plasma germinal. Não nos ocorreria o pensamento de que a epilepsia do filho de uma mãe epiléptica fosse uma mutação surpreendente. Procedemos do mesmo modo no tocante a talentos, que podem ser rastreados através de gerações. O reaparecimento de comportamentos instintivos complicados em animais que nunca viram seus pais, tendo sido impossível portanto que os mesmos os tivessem "educado", pode ser explicado da mesma maneira. Hoje em dia devemos partir da hipótese de que o ser humano, na medida em que não constitui uma exceção entre as criaturas, possui, como todo animal, uma psique pré-formada de acordo com sua espécie, a qual revela também traços nítidos de antecedentes familiares, conforme mostra a observação mais acurada. Não temos razão alguma para presumir que certas atividades humanas (funções) constituem exceções a esta regra. Não temos a menor possibilidade de saber como são as disposições ou aptidões que permitem os atos instintivos do animal. Da mesma forma, é impossível conhecer a natureza das disposições psíquicas inconscientes, mediante as quais o homem é capaz de reagir humanamente. Deve tratar-se de formas de função as quais denominamos "imagens".
"Imagens" expressam não só a forma da atividade a ser exercida, mas também, simultaneamente, a situação típica na qual se desencadeia a atividade". Tais imagens são "imagens primordiais", uma vez que são peculiares à espécie, e se alguma vez foram "criadas", a sua criação coincide no mínimo com o início da espécie.
O típico humano do homem é a forma especificamente humana de suas atividades. O típico específico já está contido no germe. A ideia de que ele não é herdado, mas criado de novo em cada ser humano, seria tão absurda quanto a concepção primitiva de que o Sol que nasce pela manhã é diferente daquele que se pôs na véspera. Uma vez que tudo o que é psíquico é pré-formado, cada uma de suas funções também o é, especialmente as que derivam diretamente das disposições inconscientes.
A estas pertence a fantasia criativa. Nos produtos da fantasia tornam-se visíveis as "imagens primordiais" e é aqui que o conceito de arquétipo encontra sua aplicação específica. Não é de modo algum mérito meu ter observado esse fato pela primeira vez. As honras pertencem a PLATÃO. O primeiro a pôr em evidência a ocorrência, na área da etnologia, de certas "ideias primordiais" que se encontram em toda parte foi ADOLF BASTIAN. Mais tarde, são dois pesquisadores da escola de DÜRKHEIM, HUBERT e MAUSS, que falam de "categorias” próprias da fantasia. A pré-formação inconsciente na figura de um "pensamento inconsciente" foi reconhecida pelo eminente HERMANN USENER.
Se de algum modo contribuí no tocante a essas descobertas, foi por ter provado que os arquétipos não se difundem por toda parte mediante a simples tradição, linguagem e migração, mas ressurgem espontaneamente em qualquer tempo e lugar, sem a influência de uma transmissão externa. Não podemos subestimar o alcance dessa constatação, pois ela significa nada menos do que a presença, em cada psique, de disposições vivas inconscientes, nem por isso menos ativas, de formas ou ideias em sentido platônico que instintivamente pré-formam e influenciam seu pensar, sentir e agir.
Sempre deparo de novo com o mal-entendido de que os arquétipos são determinados quanto ao seu conteúdo, ou melhor, são uma espécie de "ideias" inconscientes. Por isso devemos ressaltar mais uma vez que os arquétipos são determinados apenas quanto à forma e não quanto ao conteúdo, e no primeiro caso, de um modo muito limitado.
Uma imagem primordial só pode ser determinada quanto ao seu conteúdo, no caso de tornar-se consciente e, portanto preenchida com o material da experiência consciente. Sua forma, por outro lado, como já expliquei antes, poderia ser comparada ao sistema axial de um cristal, que pré-forma, de certo modo, sua estrutura no líquido-mãe, apesar de ele próprio não possuir uma existência material. Esta última só aparece através da maneira específica pela quai os íons e depois as moléculas se agregam.
O arquétipo é um elemento vazio e formal em si, nada mais sendo do que uma facultas praeformandi, uma possibilidade dada a priori da forma da sua representação. O que é herdado não são as ideias, mas as formas, as quais sob esse aspecto particular correspondem aos instintos igualmente determinados por sua forma. Provar a essência dos arquétipos em si é uma possibilidade tão remota quanto a de provar a dos instintos, enquanto os mesmos não são postos em ação in concreto. No tocante ao caráter determinado da forma, é elucidativa a comparação com a formação do cristal, na medida em que o sistema axial determina apenas a estrutura estequiométrica, não porém a forma concreta do cristal particular. Este pode ser grande ou pequeno ou variar de acordo com o desenvolvimento diversificado de seus planos ou da interpenetração recíproca de dois cristais. O que permanece é apenas o sistema axíai em suas proporções geométricas, a princípio invariáveis. O mesmo se dá com o arquétipo: a princípio ele pode receber um nome e possui um núcleo de significado invariável, o qual determina sua aparência, apenas a princípio, mas nunca concretamente. O modo pelo qual, por exemplo, o arquétipo da mãe sempre aparece empiricamente, nunca pode ser deduzido só dele mesmo, mas depende de outros fatores.

Texto extraído contido no livro: Os Arquétipos e o Inconsciente Coletivo





Caracterização Astrológica:  

Pelo mapa astrológico de Carl Gustav Jung constam os seguintes indicadores numéricos conforme as posições dos planetas e considerando outros fatores principais:





112 [] 113 [] 116 []

A lógica dessa ordem implica em 112, 113, 114, 115, 116, cujos números contidos no mapa são apenas relativos aos planetas Júpiter (112), Plutão (113) e Saturno (116); em que uma trinca perfeita seria: 114/ 115/ 116. Pois indo direto ao fato de real interesse no caso, pelos 144 números o significado numérico de Arquétipo equivale ao número 115, que na lógica dessa trinca deve constar no meio: 114 [Dedicação] / 115 [Modelo: “Arquétipo”] / 116 [Paciência]. O número 114 [Dedicação] indiretamente consta no processo, pelo fato de ser complementar (144: 114 + 30) ao número 30 [Tempo], que identifica a Casa III do mapa. Este é um dos motivos astrológicos que esclarece a razão de Jung mostrar interesse em se definindo os seus denominados Arquétipos. Sendo que através de uma caracterização mais forte:    
(13: [] ) 157 – 115 [ Modelo: Arquétipo] = 42 [ Luz]
Isso significa que, por intermédio de Netuno condizente ao número 13 [Experiência] Jung reconhece – em seu próprio texto sobre o assunto – o Arquétipo da Luz (42) o qual concomitantemente significa estímulo pela lógica de sua definição.





segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Sincronicidade






FILOSOFIA DOS NÚMEROS: Sincronicidade – XIV
Publicação anterior: Sincronicidade XIII


Sincronicidade


Despercebida preciosidade, é o título realmente mais apropriado que se tem nas condições de denominar com maior aproximação do fato, para identificar esta extraordinária correlação astrológica entre os mapas de Jung e Paracelso, numa associação de ambas as personalidades, pelo reconhecimento da continuidade de uma vida para outra, conforme se constata propriamente um denotado caso de reencarnação.
Muito embora, a sensação pela descoberta deste fato seja de decepção por questão de indiferença geral dos leitores deste caso, apesar de imensa alegria não só em razão de identificar outra vez a inevitável integração da astrologia com a realidade vivencial, como também ainda mais por poder comprovar novamente a qualidade inexorável conforme expressa a lógica dos 144 números, como linguagem determinantemente equacionada ao significado operacional dos resultados exatos provenientes da realidade universal, cuja sistemática deste recurso novo de pesquisa e informação até então inconcebível na mente de quase todos desta época, não deixa de se caracterizar numa certa modalidade de efeito, nos conformes da Sincronicidade de Jung.  A situação como perspectiva de rumos bem definidos nessa área do conhecimento em prol do esclarecimento humano existencialmente, se mostra lamentável pelo quanto se observa no sentido desse andamento quase incerto principalmente da enorme maioria no caminho da verdade universal, independente pelo quanto segue a orgulhosa academia científica apenas com bons resultados tecnológicos, materialistas. Como se sabe, pela Sincronicidade, a astrologia para Jung já se incluía por um dos prováveis mecanismos desse esquema experimental, a qual na época ainda era de uso muito deficiente, pelo seu emprego prático de cálculos e demais meios básicos, sem contar que os 144 números essenciais para as interpretações mais precisas, não eram conhecidos...  Chega a ser chocante devido ao grande número de contingência humana, a ignorância a respeito da Astrologia, isso em se tratando de um conhecimento sobre o assunto, apenas básico.     
Ainda assim, doravante não se justifica mais a necessidade de demonstrar os aspectos de correlações entre os dois mapas, por não haver mais motivo para apresentar provas de que o processo se trata realmente de uma comprovada reencarnação, a não ser quando houver alguma novidade muito importante nesse sentido. Pois existem inúmeros registros de combinações como atestados para essas comprovações que, este processo deve se tornar um modelo por esse tipo de estudo, conforme os resultados em suas averiguações. No entanto, justificar alguma característica especial de Jung, num confronto astrológico como o mapa de Paracelso em busca de indícios sobre a causa, pode significar um esquema de grande valia.


Paracelso em sua obra: A Chave da Alquimia, no Quinto Livro não-Pagão sobre as entidades mórbidas escreveu como:

CAPITULO V

(Meios que a divindade pode usar para o
tratamento das enfermidades)

Algumas curas perfeitas e felizes que aconteceram nos
tempos de Hipocrates, de Rasis, e de Galeno, se devem ao fato
de que naquela epoca os purgatórios eram muito pequenos.
Depois, com o aumento das doenças, as curas foram se tornando
cada vez mais ineficazes, ate aos nossos dias, quando o
grau e o numero das dificuldades e extraordinário para que
possamos recuperar a saúde. Isso porque o purgatório atual e
muito grande para que algum medico possa aliviá-lo. Tanto é
assim que, se os médicos antigos pudessem se levantar de seus
túmulos e voltar para o nosso meio, suas artes seriam cegas e
nulas.
O castigo divino que pesa hoje em dia sobre tudo o que
acabamos de referir faz com que empreguemos um estilo cristão
em nosso livro, com o qual esperamos fazer chegar ate a
suas inteligências a consciência de que todas as doenças são
verdadeiros sinais e penitências, razão pela qual Deus pode nos
Livrar delas através da fé, cristamente, e não do modo pagão
usado pelos médicos.
Agora lhes direi que não é verdadeiramente cristão o doente
que põe toda a sua esperança na medicina. Pelo contrario,
aquele que crê em Deus e confia nele para encontrar o caminho
da cura de suas doenças é verdadeiramente cristão. E nele a
cura poderá se realizar milagrosamente, seja pelos santos, pela
natureza, pelos médicos ou pelas curandeiros.
Aprendam pois, cristãos, que Deus é o supremo medico.
Ele é o altíssimo e não o ínfimo, e todo-poderoso ainda que
nada exista. Os pagãos e os infiéis pedem socorro aos homens.
Os cristãos clamam per Deus {ad Deum vodjeramini)
Ele e somente Ele enviará a cura imediatamente da melhor
maneira. Seja por intermédio de um santo, como milagre,
por um médico ou por qualquer outro processo.

Em seu mapa se configura na casa 5 o número 135 [Credulidade]. Ele costumava incluir o dogma propriamente católico em suas concepções. Acontece que pela casa III figura o número 35 [Oportunidade] o qual se refere a uma tendência incontrolável de praticar atos abusivos, delitos. Paracelso exercia um jogo duplo, pois além da religião cristã ele também praticava feitiçaria, magia, alquimia. Por isso, não é de se estranhar; nos planos de seu corretivo no Além tenha permanecido na mesma região astral ao lado de Freud, que teria sido um papa (canonizado) da igreja católica, como também junto ainda daquele com distinção alcançada na terra pelo seu enorme destaque em função da música sacra, e outros considerados em situações parecidas, para formarem depois, nas suas reencarnações seguintes o grande elenco em prol do advento da psicologia. Na certa o ambiente propiciava a presença de esmeradas Excelências em suas regências: Freud, o Pai da Psicanálise, Bach, que houvera sido o grande Mestre da Música Sacra, Paracelso com sua Alquimia e outros mais.   

Jung, em seu livro: Memórias, Sonhos, Reflexões, também escreveu relativamente sobre o mesmo assunto com uma reflexão experiente num sentido de maior extensão pelos fatos:

A consciência começou, segundo a perspectiva de seu desenvolvimento histórico, num estado quase animal de inconsciência, que a criança repete em sua diferenciação.
É sobre esta base complexa que o eu se forma e é, ela que o conduzirá ao longo da vida. Quando tal base não preenche seu papel de apoio o eu se detém e morre. A existência e a realidade dessa base são de importância vital. Comparado a ela, o mundo exterior tem uma significação secundária, pois afinal o que significará esse mundo exterior se me faltar o impulso endógeno que, normalmente, me incita a apoderar-me dele? Jamais uma vontade consciente substituirá o instinto de vida.
É muito natural, pois, que na qualidade de psiquiatra (que significa “médico da alma”) eu me incline para tal concepção; pois o que me interessa, em primeiro lugar, é saber como ajudar meus doentes a encontrar sua base e sua saúde. Através da  experiência percebi a soma de conhecimentos que tal tarefa implica! Mas o mesmo ocorreu com a medicina em geral. Ela não progrediu descobrindo a cura mediante truques que teriam simplificado enormemente seus métodos. Pelo contrário, enveredou, a perder de vista, por complicações, em grande parte devidas a empréstimos feitos a todas as ciências possíveis.
Quanto a mim, não pretendo interferir de forma alguma em outras matérias; procuro simplesmente utilizar seus conhecimentos em meu domínio. Naturalmente, tenho o dever de justificar essas utilizações e suas consequências. Pois descobertas são feitas quando se transferem conhecimentos de um domínio para outro, a fim de empregá-los de maneira prática.
Quantos achados não teriam ocorrido se os raios X deixassem de ser utilizados em medicina, por serem uma descoberta da física!

Em se sabendo quem Jung significou outrora, por sua reencarnação anterior, o conteúdo deste seu texto soa realmente como uma confissão, em que ele assume e revela suas reais decisões nesta vida, cujo fundamental propósito seria de dar continuidade de um projeto já iniciado, como se afirmasse estar ciente do fato, embora não deixe de representar vindo de um nível inconsciente, no qual se integra passado em sincronia com projetos futuros, que devem ser realizados no presente.  





Conforme já foi notificado, ainda que seja possível explicar em detalhes este processo astrológico em pesquisa, sempre deve ser considerado como focal, sintético, analiticamente, o aspecto de Saturno que para a situação especialmente de Jung, indica o número 116 [Paciência] acentuando seu propósito ideal de médico, ou melhor, principalmente como terapeuta em psicanálise e psicologia.


(continua)



















quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Onipotência Existencial XVII







FILOSOFIA DOS NÚMEROS: Onipotência Existencial XVII

Onipotência Existencial – Naturalmente Eterna

Para a retomada deste assunto já um tanto adiantado quanto em sua originalidade conceitual, de cujo esquema renovador embora realístico, perfaz num resumo dos fatos expostos até então conforme explicação dada pela seguinte frase:

Exercer um domínio onipotente pela Onisciência consiste tão somente numa integração com a Eternidade, visto que, a Onipotência por definição absoluta de Poder, já se encontra explícita com exclusividade no manancial de força da Luz, como único fator existencialmente independente.

Isso significa que a Onipotência por direito de ordem existencial originalmente, desde sempre, se caracteriza pelo absoluto poder da Luz. Ainda assim, notório se justifica para a Onipotência global um quase que indispensável senso de integração em autêntico respeito pelo seu inesgotável potencial, existencialmente correto, conforme desse modo persiste por efeito prático com seu esquema doador de forças. Desse modo, tudo que existe depende em todos os sentidos do esquema proveniente da Criação, assim denominada como única forma de expressão existencial, obrigatoriamente estipulada aos demais fatores integrantes em seus interesses vivenciais. Tudo isso, parcialmente já consta neste inesgotável estudo, ainda que sempre na contingência de mais avançadas explicações, sendo aguardadas.

Concatenando agora os fatos, sempre com a devida atenção para evitar as causais extrapolações sobre o assunto e manter o rumo em direção da explicação estipulada, convém voltar ao ponto em que a Eternidade se refere como essencial na frase sobre a síntese do conceito de Onipotência Existencial acima. De fato, se esclarece no contexto de modo incisivo, que a Onipotência propriamente condiz com um fator de ordem naturalmente originária, cuja evidência dessa característica única, se faz notória pela explicação deveras simples: sendo assim de direito conforme a Luz facilmente se torna reconhecida como a exclusiva força de poder existencial. No entanto, tudo ainda leva a crer numa importante concessão de domínio de certa forma em disponibilidade para muitos privilegiados através da exigência por alguns preceitos, procedimentos fundamentais. Nesse ponto estratégico de participação da Eternidade no fato, o texto não se refere tão somente numa imprescindível situação de ordem originária para se ter um domínio onipotente. Esse conteúdo dado como numa integração com a Eternidade, esclarece o significado integral de todo conhecimento universal, o segredo da Onisciência, dado até o momento como imperscrutável, sem nenhuma razão de assim ser designado. A explicação simples configura o seguinte: o mistério da Eternidade se desvanece pelo seu significado exato, imprescindível apenas conforme seu denominador comum: estado permanente de coisas, por sua forma autêntica mais básica.
Hilário se torna essa condição precária de entendimento sobre o assunto neste particular para a dimensão que define noções de continuidade, duração, estado de permanência, enfim, de acordo com os critérios temporais ou eternos.        

Até nem por tão longo período distante, muito pouco se cogitava ainda a respeito das propriedades condizentes ao tempo visando ampliações do conhecimento nesse sentido, tendo repercussão de melhora só depois do advento da relatividade como definição de Einstein, e também com a adaptação do conceito, em renovações avançadas de Jung pela denominada Sincronicidade. Sobre a Eternidade, a situação então sempre se mostrou muito pior, cuja aplicação por esse conceito tomado quase como abstrato, encontrava serventia apenas em função de analogias, muito mais condizente ao setor de credulidade, ou para o nível poético. Nesse setor da Eternidade pouco se adentrava propriamente pelo seu fundamental denominador comum, que determina a sua competência maior em estados relativos ao sempre, perenes por definição.  O assunto parecia demasiadamente temerário, agravante, bem mais condizente ao místico, esotérico, abstrato. Bem verdade é que essa separação não existe, como por exemplo, entre o aquém e o além. Tudo como que paira num jato único de lógica filosoficamente existencial.     

Pela aplicação de ordem filosofal dos 144 números, tudo se esclarece com enorme facilidade. Como filosofia numérica, um estudo sobre a relatividade do tempo muito especial, se encontra em disponibilidade para leitura: O Tempo Relativo. Com este estudo muito se comprova com facilidades sobre o assunto, bem como, inúmeras novas propriedades se desenvolvem por sua lógica inegável.
Quanto ao conhecimento do setor da Eternidade, pelo despreparo displicente por condição de atrofia nesse sentido já tido em estado crônico desde tempos imemoriais, requer-se do interessado muito esforço para um reconhecimento afastado das abstrações, dos mistérios e mistificações, para sua recuperação filosófica existencialmente observável, realista e comprovada. Para aqueles que já experimentaram um novo saber através dos 144 números, tal prática não depende de maiores esclarecimentos. Para os que padecem da enfastiada aproximação com esse nível rigorosamente eterno, no qual todas as coisas se embasam de modo inexorável por esse sentido, e não de outra forma, aconselhável seria o exercício de algumas observações. Em primeiro lugar, em razão de sua facilidade em termos lógicos, a prática ideal pode ser feita em razão de claros efeitos numéricos (nem precisa ser pelo nível qualitativo dos 144 números), conforme a aritmética, o cálculo matemático, a lógica formal. Tudo depende de uma adaptação pessoal.

Ou seria difícil constatar o nível inexoravelmente eterno, como resultado de um cálculo numérico?

Por exemplo: 1 + 1 = 2. Isso tem uma característica inegavelmente eterna. Justifica-se como um fator extremante eterno. Aliás, o grande Jung, definiu o conceito de Arquétipos, mais ou menos, nessa base das observações, obviamente, partindo de estados psicológicos simples, e não numéricos. Só que ele, após o assentamento do conceito, conforme a coisa já estava numa situação de ordem mais sofisticada, perdera o fio da meada, de cujo princípio deveras simples alcançara um saber elevado, propriamente inovador...  O praticante desse exercício proposto, depois de algum tempo, também haverá de passar a reconhecer muitos fatores, que se justificam categoricamente como eternos, permanentes, imutáveis. Quando tal pessoa conseguir visualizar mentalmente a lógica eterna de uma dessas coisas, de modo intransferível estará entendendo o estado essencial da Eternidade, sem rebuços, sem nenhum raciocínio forçado. Não custa tentar, pois vale o esforço para constatar e apropriar um tesouro eterno.      

Depois destas explicações preliminares se mostra o momento ideal para revelar mais um dos grandes segredos especialmente importante sobre a grande obra pela edificação da Criação Existencial. A aplicação de alguns números como reforço fundamental dos esclarecimentos serão dispensados por enquanto, para uma direta explicação desse fato essencial com apenas uma simples conotação numérica:

42 [Luz] – 24 [“escolha”] = 18 [Eternidade]

No geral, significa que as escolhas provenientes da Luz são conteúdos sempre em  estados de reserva pela Eternidade.
Com isso muda tudo em relação ao autêntico processo de edificação pela obra da Criação. O Criador, conforme já foi explicado no tema, por um trecho da dissertação: A Vida, contida na obra de Abdrushin (Na Luz da Verdade) nunca sob deliberada vontade, propriamente numa atitude arbitrária, jamais tomou iniciativa de realizar essa obra, cuja autêntica reação para o ato, só ocorreu na motivação de uma grande súplica, das partes interessadas no fato, muito embora, inconscientemente...  Com a nova informação dita agora, a realidade do caso toma um rumo, ainda mais diferente...
Desse modo, as próprias leis universais vigentes, não necessariamente se tratam de ordens apenas convencionais por uma atitude autoritária do Criador da Existência, pelo poder de um domínio onipotente, deliberado como exigência. Assim fica esclarecido que, tudo sempre esteve contido existencialmente num manancial da Eternidade.

O mais importante conhecimento deste ensinamento de agora, se refere ao real procedimento que define o esquema essencial pertinente ao ensejo fundamental aplicado na formação da Criação Existencial, o qual condiz integralmente ao potencial de saber Onisciente cujo conteúdo advém em essência como fatores permanentes, sempre existentes, pelas propriedades constantes e perenes da Eternidade.

Muitas verdades ainda devem ser ditas sobre a autêntica formação existencial, como esta que agora livra inúmeros pensadores, até considerados sensatos, filósofos, teólogos, religiosos, de uma grande culpa, injuriosa (por prontificada ignorância sobre o assunto), mesmo não sendo intencional, cuja atitude injusta destes, pesa impreterivelmente sobre a Lhana Imagem do Criador Universal.

(continua)