Filosofia dos Números: O Sentido Existencial
Este é mais um setor da Linguagem da Cruz, o qual deve ser apresentado textos relacionados apenas com a “íntima” opinião do autor.
O Sentido Existencial
Para ilustrar, podemos atentar para o seguinte:
Álice Bailey, encoraja o estudante a meditar e refletir sobre os símbolos cósmicos que corporificam o conhecimento, conforme a seguinte relação:
1- A Cruz, em suas várias formas; 2- O Lótus; 3- O Triângulo; 4- O Cubo; 5- A Esfera e o Ponto; 6- Oito Formas de Animais: o Carneiro, o Touro, o Elefante, o Homem, o Dragão, o Urso, o Leão, e o Cão (*); 7- A Reta; 8- Os Signos do Zodíaco; 9- O Cálice Sagrado (isso se encontra em seu livro Iniciação Humana E Solar, parágrafo 166).
(*) Respeitosamente (em relação à essa grande autora), e, de forma apenas pessoal, eu acrescentaria mais um animal: a Águia.
Se a criatura humana não tivesse perdido o elo que a mantinha integrada ao Princípio Criador, nem haveria necessidade de se cogitar sobre o sentido existencial. Se, no entanto, surgisse uma espécie de pergunta do tipo: Por que existo? De imediato, adviria do centro intuitivo, a resposta que, haveria de apresentar o sentido de tudo com a maior naturalidade. Mas, atualmente, tais tipos de perguntas, surgem mais, ou, por “medo do iminente” ou por pura arrogância intelectual, pois, com esperanças de poder reatar o “elo perdido”, raramente elas são feitas. Ora, o sentido da existência é muito simples, justamente, por se tratar do que existe de mais natural. Conquanto falte esse elo, ainda restou a razão (lógica), elemento muito limitado – no sentido das coisas eternas. Desse modo, numa tentativa de se poder alcançar o sentido existencial, nos resta o significado dos números (elementos eternos), os quais são consistentes diante da razão. Eterno é o significado do fogo, que tem como denominador comum o calor, fator que se mantém numa condição instransponível, pois, aquece, queima e sensibiliza, exigindo de todos uma espécie de afastamento de suas proximidades. Nisso se encontra o princípio do poder, o que pode determinar dois fatores básicos: consciente e inconsciente. Em termos de poder, o inconsciente seria (por analogia) tudo aquilo que não pudesse se afastar do fogo, deixando se queimar de modo inexorável, por causa de sua própria inércia. Por outro lado, o fator consciente, seria tudo aquilo que pudesse se afastar do fogo, movido pela própria sensibilidade ao calor, condição própria da vivacidade. Desse modo, o que define o princípio de poder é a capacidade de fugir dos efeitos do calor em busca de uma condição mais favorável. Quem leu sobre o Conjunto Imaginário Universo Geral, pode estar pensando:” mas, isso já foi mais ou menos descrito naquele texto”. Exatamente, só que naqueles termos eu empreguei uma alegoria num sentido mais terreno, mais mundano, mais racional. Vamos chamar esse elemento consciente, que realizou essa fuga da fonte de calor de Irradiação. Daí se deduz que, a Irradiação, originada do fogo – ou fonte da própria Vida -, não seria o próprio fogo, mas sua antítese, caso contrário, dele, não tenderia fugir. O fato é que, nessa fuga, esse elemento – tido como tipo consciente – segue em busca de um ponto eqüidistante do fogo central, em cuja ambiência será favorecido pelas almejadas condições de calor. Nessas condições alcança o próprio poder, podendo girar em torno da fonte, sem ser molestado pelo calor excessivo. Após esse evento esse fator consciente define a sua própria categoria – em termos de existência – de acordo com sua própria sensibilidade. Entretanto, a qualidade de calor que serve para um tipo de sensibilidade, pode não servir para outra. Dessa forma, em volta da fonte de calor primordial – fonte da Vida – deve existir inúmeros raios de distâncias, os quais foram escolhidos e determinados pelos vários tipos de sensibilidades, existentes entre os fatores conscientes. Isso até explica o movimento circular dos astros, ou seja explica a origem das formas. Pois, é aí que entram as funções numéricas, onde podemos determinar uma escala – em termos de sensibilidade -, desde a fonte primordial até o infinito. Nesse sentido escalar, onde se propagam as irradiações de calor, deve existir uma condição disciplinar, o que pode ser explicado através dos números. De acordo com isso, o primeiro raio poderia determinar um certo tipo de qualidade ambiental, o segundo, outro tipo, e, assim por diante. E, esse determinado tipo de qualidade ambiental, poderia ser chamado também de plano ou dimensão. No entanto, o que nos interessa são os poderes dos números, então, podemos conceber o número um como sendo o representante de determinado tipo de poder, o número dois de outro, e assim sucessivamente. Deixando um pouco de lado essa analogia (do fogo), podemos agora utilizar uma linguagem geométrica, ou, mais associada aos números. Na verdade, esse fator primordial, criador, doador da vida, responsável pela constituição das formas e pela coerência dos números, se encontra sob uma proteção intransponível, em termos de abstração matemática. Porém, deve ser louvado como a Unidade Absoluta da Vida; o Padrão de Todos os Padrões. Entretanto, a forma geométrica elementar desse Fogo Primordial pode ser conhecida, sem nenhuma obstância. Sua forma é a Cruz. A Cruz é a forma visível da Luz, da Justiça e da Verdade Eterna. Só ela pode sintetizar as demais formas, por ser o que se encontra na maior proximidade da Luz Primordial, pois esse é seu poder. Devido à própria forma da Cruz, os corpos se organizam – de acordo com suas próprias exigências geométricas e energéticas -, e, pelos números, encontram a disciplina. Essa Cruz deve ser concebida dentro de um círculo, que representa sua forma irradiante. Tudo que pode ser considerado verdadeiro, deve girar em torno dessa Cruz, em seu correspondente raio de distância, de acordo com sua própria categoria. Do centro da Cruz é que imana a força primordial criadora e doadora da vida. Outrora, essa força era conhecida como “Quintessência”, aqui chamada de “Inocência (98)”, por ser um fator imaculado – um poder que outorga o dom da vida. Em relação à disciplina dos números, também é a forma da Cruz, que representa a Justiça (9). Essa Cruz, pode ser considerada também como sendo o princípio da dualidade: consciente e inconsciente; a criação mais singela da própria Unidade Absoluta. Mas, essa Cruz não poderia ser pressentida pelos semi-conscientes – em desenvolvimento – caso não fosse associada ao fator tempo. Esse fator tempo – à serviço da Cruz – é que determina o princípio da trindade de acordo com o poder de suas três fases: presente, passado e futuro. E, isso se tornou um fato porque, a Justiça – em seu atuar – não poderia prescindir dessas fases do tempo. A Cruz do presente – Cardinal - é que mantém tudo em movimento de acordo com suas próprias características dinâmicas; representando portanto os seguintes Padrões (arquétipos): A Coragem – na linha horizontal em oposição à Temperança; a Pureza – na linha vertical – em oposição à Honra, postada no ápice da Cruz. A Cruz do futuro é Fixa, representando o poder da vontade no sentido das realizações. Essa fixidez existe em função dos seguintes Padrões: O Respeito – em oposição ao Silêncio; A Fidelidade em oposição à Misericórdia. A Cruz do passado é mutável, tem sentido de maleável, flexível influenciável, expressando o poder – ou memória – do que já passou. É formada pelos seguintes Arquétipos: A Liberdade em oposição à Justiça; A Graça em oposição ao Amor. Essas três cruzes permitem a formação dos doze raios, os quais configuram o sentido da Verdade e da Justiça.
(continua)