terça-feira, 8 de junho de 2010

O Velocino de Ouro

O Mito de Áries


MITOLOGIA E ASTROLOGIA: O Mito de Áries
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.

O Velocino de Ouro

Havia em Tebas um rei chamado Atamas, que teve como primeira esposa, Nefele. Tiveram dois filhos: Frixo, um menino e Hele, uma menina. Certa vez, Mercúrio ofertou à rainha Nefele um carneiro de ouro, que possuía o dom da palavra e a capacidade de voar – pois era encantado. Naquele tempo, as forças contrárias já se infiltravam afim de implantar o princípio do mal – contra os homens. A base desse princípio aplicava dois fatores simples: a mentira e o descaro. A mentira devia servir como instrumento da razão – para que o homem se distanciasse cada vez mais dos elementos da natureza (deuses).O descaro valia como estimulante de luxuria, vícios, desperdício de forças; e de tudo implicado em desobediência às leis naturais (imutáveis). Nefele, encantada por Baco, acabou “se deixando levar” pelas orgias de seus cortejos (eventos para propagar o descaro). Por essa indolência, era uma vez a rainha – que se perdeu na floresta – para o desconsolo de Atamas. Cansado de tanto procurar pela esposa, o rei acabou se casando com Ino. Ino se tornou uma madrasta fria, tratando as crianças com ódio e perseguição. No reino de Tebas se alastrava uma epidemia de esterilidade e a fome era devastadora. Ino aconselhou o rei a sacrificar seus próprios filhos em honra aos deuses (intrusos) – justificando, sarcasticamente -; caso ainda quisesse recobrar a paz de seu reino. Depois de tanto lutar – com os sentimentos intuitivos -, finalmente – vencera a razão -, concordou em sacrificar as crianças. Entretanto, os dois irmãos ficaram sabendo das más intenções do pai através de sonhos – que Hele teve com a própria mãe. Nefele, mostrou – em sonhos – onde estava escondido o carneiro de ouro; e advertiu Hele sobre os riscos. De posse do carneiro de ouro, resolveram fugir, montados naquele precioso animal. Durante a fuga (em vôo), Hele adormeceu, e podia escorregar. Frixo tentou salva-la mas foi infeliz – Hele caiu no mar - ; daí seguiu seu rumo. Exausto da viagem – e triste com as ocorrências -, ao avistar “terra” pousou com o carneiro. Frixo adormeceu instantaneamente. Enquanto isso, não muito distante, bárbaros – habitantes do local -, que presenciaram a façanha, rumavam – em seu sentido – na intenção de ataca-lo. Providencialmente, o carneiro podia falar e conseguiu acorda-lo – indicando o perigo. De sorte que, à tempo, ele saiu montado o carneiro – cujo sentido era a Colchida. Finda a viagem foi recebido pelo rei Etes. Em agradecimento aos deuses por ter sido salvo, sacrificou o carneiro. O tosão de ouro (pele do carneiro) foi oferecido ao rei. O presente foi pendurado em uma árvore de um campo consagrado ao deus Ares (Marte). O velocino de ouro (também assim chamado) passou a ser velado dia e noite por um dragão; e o campo foi cercado por touros furiosos que lançavam chamas pelas narinas. Certo dia porem, o rei Etes mandou matar Frixo, por motivos desconhecidos (por todos). Por isso, a noticia se espalhou, suscitando o desejo de vingança em outros reinos. Assim se passaram muitos anos, até se tornar lenda. Mas, o fato adquire continuidade conforme os seguintes acontecimentos:


Jason e os Argonautas

Jason era filho de Eson, rei dos Iolcos. Eson tinha sido destronado por Peleias, seu irmão; na condição de que isso só perduraria, enquanto Jason ainda não tivesse atingido a maioridade. Depois, seu filho assumiria o trono. Eson deixou seu filho como discípulo do centauro Quiron, o grande mestre - de todas as ciências. Ao completar vinte anos, abandonou seus estudos para ir reclamar seus direitos. Então, na corte de Iolcos, se dirigiu ao rei Peleias, exigindo o cumprimento da promessa. Irônico, o rei declarou que só devolveria o trono, caso Jason pudesse descobrir e se apoderar do lendário velocino de ouro; alengado que tal façanha representava a honra do reino de Iolcos. Por aceitar o desafio, uma grande expedição foi formada, com a participação de - nada menos que – cinqüenta e dois dos maiores heróis gregos. Foram chamados de Argonautas, por causa do navio Argos – construído especialmente para essa grande missão. Entre os heróis se encontravam: Hércules, Teseu, Castor e Polux, Orfeu e outros. A madeira – e os demais requisitos – do navio foram escolhidos rigorosamente; e Palas Athenas (Minerva) dirigiu o empreendimento. Portanto, aquela obra gigantesca era da mais alta confiabilidade. Num ato solene, o Argos foi ofertado ao deus do Olimpo, Zeus (Júpiter), que aceitou auxiliar a expedição. Assim partiram os argonautas em busca do reino encantado; em cuja localização se tornara um mistério. A busca implicou em grandes aventuras; uma delas foi na ilha de Lemos, que era habitada pelas mulheres amazonas. Na Tracia enfrentaram as harpias em auxílio do rei Fineu, que em troca, deu instruções sobre o percurso até a Colchida. Por isso, conseguiram encontrar o Helesponto, um mar, assim chamado, por ter sido onde Hele caíra. Pela dificuldade que o Argos teria ao passar por um estreito entre as ilhas de Colisão (as Simplegades), antes, ofereceram sacrifícios a Poseidon (Netuno). O estreito era coberto por denso nevoeiro, e as duas ilhas rochosas se colidiam. Mas, Poseidon conseguiu fixar as rochas móveis – contra o mar – e o Argos então passou. Na Colchida, Jason encontrou o rei Etes, para explicar os motivos de sua vinda. Mas, o rei só disponibilizava o velocino de ouro se Jason cumprisse a seguinte tarefa: arar um campo cheio de touros – de cascos de bronze -, e depois, semear os dentes de um dragão que foi morto por Cadmo. Entretanto, Medeia, filha de Etes, que se apaixonara por Jason, prometeu ajuda-lo. Isso ocorreu em frente ao altar de Hecate, depois de Jason ter jurado que se casaria com a moça. O desafio teve início. Seguindo as instruções de Medeia, Jason conseguiu amansar os touros através de um encantamento. Mas, depois da terra arada, de cada dente de dragão semeado, brotava um guerreiro armado; que em poucos instantes, diante de Jason, se formou um exército. Ao redor do campo de Marte a multidão assistia a assombrosa façanha. O exército investiu contra ele, que se defendeu – mantendo distância – com o escudo e a espada. Nesse dilema, só podia se valer das instruções de Medeia, e de chofre, atirou uma pedra entre os guerreiros. Isso bastou para que a celeuma se generalizasse. Os adversários voltaram armas, uns contra os outros, que do exército não restou nenhum sobrevivente. Na multidão, a euforia – dos argonautas – se fazia a altas vozes, em reverência ao grande herói. Mas, restava enfrentar o dragão e Jason não titubeou, enfrentando-o de pronto. Confiante jogou sobre aquela criatura grotesca um preparado feito por Medeia. Foi em questões de segundos para que o dragão caísse – adormecido. Com o tosão de ouro nas mãos a fuga exigia rapidez, mas, antes de qualquer decisão, Medeia indicou a alternativa: propunha a morte de seu própria irmão como a melhor estratégia. Este, que se chamava Abisirto, foi estrangulado, esquartejado; tendo seus restos espalhados em direções opostas ao caminho do navio, para dificultar a perseguição. Pois, assim a guarda estaria ocupada, procurando – e juntando os restos de Abisirto – para que o rei pudesse dignificar seu sepultamento. Da Colchida partiram triunfantes, Jason, Medeia e os argonautas. Antes da chegada a Iolco, foi celebrado o casamento dos amantes e encerrada a missão – com a separação dos tripulantes do Argos.

(continua : Jason e Medeia)

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