MITOLOGIA E ASTROLOGIA - Mito de Virgem: As Graças
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.
As Graças
Os gregos tinham como “as Graças”: Aglaé, o brilho, Tália, o humor e Eufrosina, a eloqüência, pelos encantos e atrativos da vida. Na realidade, todos os seres portadores de virtudes naturais, devem ser classificados como “Graças da Criação”; o sentido universal do signo de Virgem, que pode ser interpretado como “a graça existencial”. Pois é essa Graça – do sentido de Virgem – que gera a Liberdade; sendo por isso originada pela Justiça (conforme tem sido apresentado aqui pela figura do Zodíaco). As Graças – de todas as entidades guardiãs das virtudes naturais da Criação, se classificam conforme os quatro elementos:
As Graças do Fogo
O grande Senhor do Fogo é Vulcano, um titã; e como servidores existem os gigantes e os ciclopes, que atuam no interior incandescente da terra, o raio também pode ser associado a esses elementos. As salamandras são as pequenas portadoras dessa virtude; atuando na transformação das irradiações (Héstia já foi descrita em sua atividade).
As Graças da Terra
São simplesmente incontáveis os povos elementares ao serviço da terra. De modo geral são classificados em gigantes, gnomos, elfos, faunos, silvanos, fadas e muitos outros mais, sem contar os guias superiores como: Diana e Ceres. Os gigantes são responsáveis pela estrutura das montanhas e por todas as grandes transformações terrestres; implicam também nos fenômenos de terremotos e maremotos. As atividades dos gnomos são bem variadas, sendo a principal associada ao trabalho de transformação no interior da terra. Os silvanos são guias dos elfos, que cuidam das plantas e habitam nas árvores. Pã, um fauno, aparece em vários mitos, sempre com sua flauta. Ligados ao elemento terra existem também as minúsculas fadas das flores; e muitos outros como: os centauros, que atuam como guias das manadas de cavalos.
As Graças do Ar
O titã Urano é o grande guia das radiações eletromagnéticas da atmosfera terrestre. Os silfos são os entes que atuam na composição do ar; entre eles se encontram os elementos dos ventos, que provocam as reações atmosféricas; dirigem as tempestades, furacões e outros fenômenos. Existem também outros entes como guias das aves – nas migrações de pássaros.
As Graças do mar e das águas
Netuno é o soberano do mar e das águas, e a soberana é Anfitrite. Entre os servidores existem as nereidas, como protetoras do fundo dos oceanos; as ondinas, seres femininos, e os tritões, seres masculinos, são guias dos animais aquáticos. Mas, a variedade existente entre as Graças da água é inumerável.
Entes em ligação com as atividades humanas
Naturalmente, todas as graças ou entes servidores da criação deveriam manter relações com a criatura humana; pois, quem se afastou desses elementos foi o homem – que se tornou cada vez mais arrogante em sua suposta independência –, com seu livre arbítrio exacerbado. Com isso, grande parte da Criação se tornou apenas um “mundo invisível”; circundado por uma obscura crosta de formas de pensamentos nefastos – criados pela vontade humana. Mas, certos entes estão indissoluvelmente associados com as atividades humanas, como segue:
As Musas
Filhas de Zeus e Minemósine ou Memória; eram as deusas que presidiam os talentos e distribuíam as vibrações para todo gênero de beleza. Como padrões de suas atribuições, cada uma das 9 musas «com seu séqüito inumerável de auxiliares menores»:
Clio, significando fama ou glória, era a musa da história, conhecida também como inventora da guitarra. Euterpe, com o atributo de agradar, presidia a música, sendo a inventora da flauta. Tália, indicando o florescer, regia a comédia e seu instrumento era o clarim. Melpómene, o cantar, era a musa da tragédia. Terpsícore, musa da dança, sendo seu instrumento a harpa. Erato, o amor, regia a poesia lírica. Polímnia, representando o mito e a canção; musa da retórica. Urânia, o céu, presidia a astronomia. Calíope, significado de belo rosto, musa da poesia heróica e da eloqüência. De modo geral as musas estão associadas ao fenômeno da inspiração, consonância do pensamento e ao dom da criatividade – artística e de talento.
As Parcas e as Horas
As Parcas, deusas da sorte humana, eram filhas de Zeus e Temis. Atuando com as Horas – na região do Olimpo -, dirigiam os destinos dos homens e o movimento das esferas celestes. Sempre se apresentavam segurando um fio – simbolizando o curso da vida que ninguém pode aplacar –, por seus desígnios imutáveis. As 3 Parcas principais – pois cada uma era seguida por seu séqüito inumerável de auxiliares -, pela regência dos destinos: Cloto, deusa portadora do fio – dos destinos humanos -, indicativo de “fiar”, se apresentando vestida com roupa de variadas cores; segurando uma roca – entre o céu e a terra. Laquesis, com o dom de colocar o fio no fuso; representando o ato de tirar a sorte. Átropos, responsável pelo corte do fio que mede a vida humana – de forma inexorável -; regendo também o nascimento dos homens. As Horas eram as porteiras do céu, encarregadas pelo fechamento das portas do Tempo – tornando irrevogável o curso da vida.
Refletindo: o homem é senhor absoluto de seu destino; pois, o fio de seu curso é colocado – na roca – exatamente em conformidade com a vontade humana; o restante do processo segue por conta – dos efeitos – dessa vontade (como causa). As Parcas são as fiandeiras do plano dos modelos; onde todos os pensamentos, palavras e ações – como embriões no plano mental ou astral -, serão tecidos de acordo com a eficiência da vontade humana. Aliás, cada animal, cada planta e cada “coisa”, tem que ter seu correspondente modelo no plano mental e astral; e cada forma pensamento – como habitante desse plano – se encontra incondicionalmente aderida ao elemento humano que a gerou. Dessa forma, se cumpre os destinos humanos através desses fios – com a propriedade de atrair elementos análogos -, que implicam na condensação do pensamento original, até ocorrer o instante do arremate final. Pois essa engrenagem é viva – como num único jato de luz e som que perpassa toda a Criação -, pelo atuar da mais plena Justiça; e isso perfaz seu sentido nesse atuar dos Entes do Destino – arraigados nas atividades humanas.
(continua)
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