Mito de Virgem: O Olimpo
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mito de Virgem: O Olimpo
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.
Ceres
Ceres, filha de Saturno era a deusa da agricultura, do cereal (de Ceres). Ensinou ao homem o cultivo da terra, tanto no semear quanto no colher. Teve com Zeus, Perséfone (ou Proserpina); quando Plutão raptou sua filha, partiu numa busca inconsolável – de país em país; sem que ninguém soubesse lhe dar notícias dela. Chegando a Elêusis, disfarçada de velha, obteve hospitalidade no palácio, onde se tornou ama do príncipe. Para compensar os favores recebidos, ensinava ao pequeno a arte da agricultura, o qual – nesse desenvolvimento – se incumbiu de levar aos homens o cultivo do trigo. Prosseguindo em sua peregrinação – pelo mundo -, obteve da ninfa Aretusa a informação de que Perséfone se tornara esposa de Plutão, rei dos infernos. Desconsolada, decretou – como Senhora da Agricultura – que a terra ficaria estéril, enquanto ela não tivesse sua filha de volta. Como isso não poderia continuar assim – uma desgraça para todos -, houve um acordo: Perséfone viveria 6 meses nos infernos – junto de Plutão – e os outros 6 meses – na terra – junto de sua mãe. Ceres, apesar de ter concebido uma filha era considerada virgem; justamente por causa de sua atividade junto da terra cultivada. A terra como conglomerado de várias espécies e qualidades, tem perfeita analogia com o caos (como já foi descrito no início deste trabalho), que era uma espécie de miscelânea - indefinida – que permitiu a formação da matéria. Como nada se perde nesta criação – tudo se desenvolve -, deve manter por analogia seu determinante de origem; pois, o caos – propriamente dito – deixou de existir, mas a terra passou a reger suas qualidades. A semente, envolta pela terra, pode germinar através daquilo que dela se pode extrair. Do conglomerado da terra, as coisas são concebidas pela força vital, a qual seleciona e absorve suas riquezas. Portanto, o cereal que brota – através das atividades da deusa Ceres – é sempre virgem. Por isso, o pão – com um dos principais produtos de Ceres -, foi sempre considerado um alimento sagrado.
O Signo de Virgem
O signo de Virgem está associado a Astréia, a deusa da justiça, filha de Temis e Júpiter. Vinda do Céu na idade do ouro, abandonou a terra horrorizada com os crimes humanos. Virgo como sexto signo, tem a qualidade de permear o fator pessoal com a impessoalidade, que se manifesta em Libra. Se o signo de Leão rege a vontade, a coerência, a força seletora da individualidade e o impulso para todas as realizações pessoais; Virgem rege a virtude de todos os elementos que implicam na naturalidade, através de entidades vivas que atuam por detrás dos bastidores da vida – pelo funcionamento de suas engrenagens. Estes são os servidores naturais que atuam de acordo com suas virtudes, por uma simples questão de fidelidade devotada ao sentido existencial. O homem, dotado de livre arbítrio, se apresenta como um simples “hóspede” – na criação – diante dessas entidades. Portanto, é imenso o que pode ser identificado como gênero do signo de Virgem; e, para classificar tudo com o que está associado, seria preciso incluir toda a atividade elemental, desde o Olimpo até o ponto mais denso da matéria. Por intermédio da ciência mítica dos gregos, vai ser descrito aqui, apenas aquilo que for possível.
O Olimpo
O Olimpo se situa na dimensão mais elevada e sutil da materialidade, vale dizer, permeia como se fosse uma “estação” – intercalada -; permitindo o intercâmbio irradiante do nível espiritual com o sentido material, que vai se condensando cada vez mais, para baixo. Zeus e Hera, são os soberanos do Olimpo, como ponto de partida das radiações já condensadas – que promovem o desenvolvimento da criação material. Deles se originaram todos os guias, guardiões e servidores inumeráveis da natureza e de todos os astros. Pode ser dito que o Olimpo é como um imenso castelo, onde vivem e atuam os principais servidores e protetores das sete partes do universo. É preciso considerar que, à partir de Zeus existe uma infinidade de servidores de diferentes categorias, espécies, tamanhos e finalidades. O certo seria separar os servidores básicos, ou seja, aqueles que regem específicas radiações de forma global, em razão dos servidores auxiliares, ou daqueles que apenas executam, contribuem e distribuem os elementos – numa diversidade cada vez mais detalhada -, em termos de condensação material. Em síntese, todos podem ser classificados de acordo com as qualidades do fogo, da terra, do ar e da água. Por exemplo, o elemento do Ar tem como pequenos elementais, os silfos, a Água, as ninfas, a Terra, os gnomos e o Fogo, as salamandras. Mas, são simplesmente incontáveis as espécies e funções desses elementos, que realmente não seria possível uma descrição detalhada. O fato é que o Olimpo é o ponto de partida das forças elementares.
O Jardim das Hespérides
As Hespérides são fadas maiores acompanhadas de suas auxiliares menores, pela proteção e cultivo dos imensos jardins que circundam o Olimpo. Nesses jardins se desenvolvem as inumeráveis espécies elementares da vida; incluindo os seres ainda embriões, que são protegidos pelos cálices das flores. Quem compreendeu a analogia do elemento Terra como ventre das “origens”, pode ter uma visão mais correta desse processo; pois, até a espécie humana, antes tem que se desenvolver nesse jardim. O espírito humano – originário do plano espiritual -, também recebe – em seu desenvolvimento – a proteção do cálice de uma flor – que se fecha -, para que ocorra o amadurecimento necessário daquele corpo embrionário. As pétalas aderidas ao fator espiritual passam a valer de invólucro do novo ser humano, que à partir daí - dotado de um corpo elemental -, será encaminhado para as regiões mais densas; onde será envolvido por outros processos de condensação. A geração dos entes servidores elementais, também ocorre mais ou menos dentro desse processo. Aliás, a geração ou nascimento no plano do Olimpo, não se efetiva de acordo com o processo de procriação – conhecido na matéria densa -, ou seja, não, da forma em que os mitos gregos levam a entender, quanto aos relacionamentos amorosos de Zeus com outras deusas. Tal processo se efetiva com a ligação (magnética) de uma irradiação positiva liberada à partir de Zeus, por exemplo, que atrai e se une com a irradiação negativa de uma deusa, no consentâneo receptáculo de uma flor do jardim das Hespérides. Tal flor deve ter similitude com as qualidades irradiantes do casal e com a equivalência das forças siderais (do Tempo), que influem naquele instante da concepção; e isso está sempre na dependência do trabalho zeloso das Hespérides. Além da beleza indescritível desse jardim, pode se dizer que lá se realiza o fenômeno de todas as combinações e concepções naturais, sintetizadas pelo reino vegetal, como precípuo invólucro da vida na matéria.
(continua)
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