quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Aritmética Qualitativa (9)

Axioma 21


Quando um conjunto em sua função precípua tende para determinado Limite (no suposto sentido de uma finalidade qualitativa ideal); sua função oposta (passivo ou complementar), também tende para esse mesmo Limite, muito embora em sentido contrário; o qual inclusive pode ser medido ou discernido qualitativamente. Pois, torna-se perfeito, em termos de evolução e finalidade, que o fim encontre seu princípio, pela própria realização ou sustentação de sua ordem escalar, e, de acordo com a própria lei do movimento.

Este, remonta em parte o axioma 14.

Perfeição (21) = Execução completa, acabamento, perfazimento, ato ou efeito de perfazer, dar conclusão, execução completa, bondade ou excelência no maior grau, primor, formosura, correção, mestria, requinte.

Perfeito = Inteiro, completo, pleno, cheio.

Perfazer = concluir, completar número de; acabar de fazer, executar.

O perfeito vem do verbo perfazer. Uma finalidade deve perfazer sua rota num sentido evolutivo (ciclos), que de uma forma ou de outra, tende ao encontro de seu princípio. Portanto, no perfazimento deve haver um fator de integração. Os extremos estão em consonância ou se tocam. A finalidade vai ao encontro do princípio. Por exemplo: o intrincado (problemático) tem seu marco zero ou ponto de partida, exatamente na fronteira, a qual separa o simples do complexo, cuja proporção de um para o outro é a mesma; diferenciados apenas em razão do sentido oposto que cada um deva tomar.

Conjunto Mistério (intrincado)

Mistério 77 (é impar, se tomarmos suas partes):

77/2 - 38 - 39; e passivo < ativo

Traduzindo em palavras:

50% do Mistério é Ilusão (39) e 50% é o comum (38 = Generalidade). Mas, a Ilusão é maior que as coisas comuns. O Mistério é formado pela Ilusão criada pelo condicionamento que temos em relação ao nosso conhecimento deveras superficial das coisas em comum. O véu do Mistério, nos mesmos os colocamos por comodismo ou falta de aprofundamento no saber. Não existe Mistério algum, nós é que não discernimos corretamente, coisas simples e comuns. É como Einstein disse a Heisenberg: “O que vemos depende das teorias que usamos para interpretar nossas observações.”

Princípio da Complementaridade: é a característica de objetos quânticos possuírem aspectos opostos, tais como de onda e partícula, onde apenas um desses estados podemos observar em um dado arranjo experimental. Bohr descreveu uma maneira nova de estudar o paradoxo da dualidade onda-partícula. Essas propriedades são complementares, que nos são reveladas em experimentos complementares: quando tiramos uma foto de difração de um elétron, estamos revelando-lhe a natureza de onda, quando lhe seguimos a trajetória em uma câmara de condensação, observamos-lhe a natureza de partícula. Os elétrons não são ondas nem partículas, sua verdadeira natureza transcende ambas as descrições.

“Se há alguma regra básica da ciência, ela é, em minha opinião, a aceitação da obrigação de reconhecer e descrever toda a realidade, tudo que existe, tudo que acontece...”(Abraham Maslow).

Disse, David Bohm, “que ciência não pode ser praticada sem realismo”.

A realidade se encontra na hierarquia da Liberdade: ... (39 Ilusão / 51 Realidade / 63 Incomensurável)

A Realidade começa onde termina a Ilusão, o sonho e a fantasia, e, vai até o Incomensurável. A Realidade está implicada em vida, relações, luta e jogo.

Fuga da Realidade: A pessoa permite e persiste no fato de que não deve se inteirar nunca sobre assuntos considerados desagradáveis para o seu dia a dia. Então, passa toda sua existência condescendente de si própria; não aceita comentários transcendentes, como por exemplo, sobre a vida após a morte, e, tantos outros desse naipe. Daí, vai rompendo o elo com a Realidade pela satisfação da Ilusão. Alguém desse tipo está em desacordo com este axioma 21, o qual determina o perfazimento (pela própria Realidade). Isso porém, pode repercutir em futuras contradições do entendimento, como são nos paradoxos, os quais tem que conviver sob o sintoma do pânico; uma certa pessoa, só por causa disso. Depois que isso ocorre a trajetória de aprendizado é longa. A pessoa tem que “fatorar” qualitativamente a Realidade física e desopilar a verdade, e, tudo por polarização. Qualquer evento e qualquer pensamento se torna uma obrigação de se obter um esclarecimento geral e profundo; pois tudo é recebido polarizado em seu sentido (dual). Como por exemplo: Viver é um privilégio ou um direito? – Caso se encontre uma solução para consolo; surge novas polarizações sobre o mesmo tema, e, daí não há mais limites. E quem criou isto? – Quem criou não foi só a própria pessoa pois, essa responsabilidade também deve ser relacionada com:

Os 5 Princípios do Realismo Materialista : determinam a filosofia do Realismo científico (mecânica clássica e sistema de física baseada nas leis do movimento de Isaac Newton).

1 Objetividade Forte

Uma teoria sobre realidade que não faz referência nenhuma ao sujeito ou ao envolvimento do observador. Descarte concebeu a idéia de que o mundo poderia ser um autômato – uma máquina mundial. Descarte tomara emprestado de Aristóteles a idéia de objetividade; ou seja, que objetos são independentes e separados da mente.

2 Determinismo Causal

Filosofia segundo a qual o mundo é causal e inteiramente determinado pelas leis do movimento e condições inerciais, de acordo com Newton. Esse princípio foi reforçado por Pierre Simon Leplace.

3 Localidade

Idéia de que todas as interações ou comunicações entre objetos ocorrem por meio de campos ou sinais que se propagam através do espaço-tempo, obedecendo o limite da velocidade da luz (teoria da relatividade, como uma nova extensão da física clássica).

4 Monismo Físico, ou Materialista

Teoria do materialismo único – a qual apóia o Positivismo Lógico: onde devemos nos manter ‘a distância da metafísica e considerar apenas o que podemos experimentar ou aquilo que podemos tornar objeto de experimento.

5 Epifenomenalismo

De acordo com este princípio, todos os fenômenos mentais são explicados como epifenômenos, como fenômenos secundários da matéria. A idéia básica consiste em aceitar que, a denominada função “consciência”, constitui apenas uma propriedade do cérebro.

Mas, a Realidade não é o materialismo, e, a própria física quântica ( de acordo com a teoria de seus precursores), prossegue cada vez mais distanciada desse esdrúxulo Realismo Materialista.