Anterior: Mito de Touro - A Segunda Casa
Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.
Castor e Pólux
Tíndaro rei de Esparta, durante uma cerimônia, depois de ofertar sacrifícios aos deuses – do Olimpo -, num lance fortuito, encerrou o ritual, sem ter prestado nenhuma homenagem à Vênus. Por esse descuido, o castigo da deusa do amor atingiu mais de uma geração; como pode ser comprovado no episódio da guerra de Tróia. Isso ocorreu quando Leda, sua esposa se banhava num rio, que – ao olhar para o céu – observou um cisne sendo perseguido por uma águia. Num lapso de tempo, o cisne que parecia estar se aproximando dela, de repente atirou-se em seus braços. Comovida, porque a águia desistira de seu intento, achou que o cisne a escolhera como proteção, enfim; ficou apaixonada por ele. Mas, o cisne, era uma metamorfose de Zeus (Júpiter) e a águia, de Vênus. Dessa ocorrência originaram dois ovos; do primeiro saíram os imortais: Pólux e Helena – como filhos de Zeus; do segundo, os mortais: Castor e Clitenestra – por serem filhos de Tíndaro. Por essa razão, Pólux e Helena, foram denominados Dióscuros, filhos de Zeus; Castor e Clitenestra, Tindaridos, como filhos de Tíndaro. Castor e Pólux – ao nascerem -, imediatamente foram levados por Mercúrio até Palene, para serem cuidados - e educados. Eram inseparáveis – pela grande amizade que os unia. Os dois ajudaram Jason na Colchida – em participações imprescindíveis -, pela conquista do velocino de ouro. Certa vez – nessa expedição -, em razão de uma forte tempestade, enquanto Orfeu tocava sua harpa afim de implorar proteção aos deuses, do céu desceram pequenas estrelas – reluzentes -, que pairaram acima (das cabeças) dos Dioscúros. Por esse fato, os gêmeos ficaram conhecidos como: deuses dos marinheiros e viajantes. Em Pelene – ao voltarem -, Teseu havia raptado Helena, deixando-a sob a guarda de Etra, sua mãe; tendo descido até o Hades (infernos) em busca de Perséfone. Nessa oportunidade, os gêmeos conseguiram retomar a irmã – raptada – e ainda levaram Etra, cativa. Os dois eram excelentes atletas, Pólux se sobressaia na arte da luta e Castor como domador de cavalos. Foram considerados também como deuses médicos; e, os templos onde os adoravam eram centros de cura. Leucipo, tio dos jovens, era pai de duas belíssimas moças, Febe e Iaire, que tinham casamentos marcados; cujos noivos eram Linceu e Idas, respectivamente. Castor e Pólux, apaixonados pelas noivas – suas primas -, conseguiram rapta-las antes de seus casamentos. Mas, os noivos furiosos, em perseguição alcançaram e atacaram os raptores. Nesse combate Castor foi ferido mortalmente pela espada de Linceu, que também tombou, golpeado por Pólux. Idas também sucumbiu, restando da luta apenas Pólux, porque era imortal. Desesperado – pela morte do irmão – implorou para que ele fosse ressuscitado, ou senão que lhe fosse permitido abrir mão de sua própria imortalidade. Sua prece comovente resultou num acordo, pois a súplica não poderia ser inteiramente atendida. Assim, Castor poderia partilhar da imortalidade, mas os dois deveriam viver e morrer alternadamente. Dessa forma, passariam 6 meses no Olimpo e 6 meses no Hades, sendo que, enquanto um estivesse no Olimpo, o outro estaria no inferno. Por causa dessa fidelidade foram honrados com a constelação de Gêmeos, colocada no céu. Receberam também de Netuno o poder sobre os ventos e as marés.
Hermes (Mercúrio)
Da união de Zeus e Maia, filha de Atlas, nasceu Hermes, que foi abrigado numa caverna – lugar secreto -, por causa das perseguições de Juno (Hera), esposa de Zeus. Em seu primeiro dia de vida; ao acordar, observou tudo ao redor, desvencilhou-se das faixas – que o protegiam -, levantou – se, saindo em busca de aventuras. Caminhando, avistou um rebanho - que era de Apolo –, furtando boa parte dos bois. Adaptou uma espécie de salto nas patas dos animais para disfarçar as pegadas. Como se não bastasse, instigou os bois a caminharem de fasto. Depois, sacrificou duas novilhas aos deuses, escondendo o resto do rebanho. Ao acaso encontrou uma tartaruga, que matou e arrancou o casco; transformando a carapaça em lira. Mas, apesar da estratégia, seu roubo foi descoberto por Apolo, que foi fazer suas devidas reclamações. Em julgamento, negou tudo a Maia, ainda afirmando que era muito novo para lidar com bois. Apolo, vendo no chão alguns pedaços de couro, desconfiado foi pedir a direta intervenção de Zeus. Zeus, interrogando o filho, exigiu a verdade. Hermes disse que era um dever dizer a verdade, mas não inteiramente. Enquanto era interrogado, sorrateiramente ele tentou roubar as flechas de Apolo - na frente do pai. Zeus, enfurecido, reconhecendo que aquilo já era demais, em altos brados intitulou Mercúrio: deus dos ladrões! Finalmente, chegaram ao acordo: Apolo, que estava de olho na lira de Hermes, aceitou-a em troca pelo rebanho. Criou também a flauta de Pã, que trocou com Apolo pelo cajado de ouro e o caduceu; recebendo ainda lições sobre a arte divinatória.
(continua)