MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mito de Gêmeos
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.
Hermes (Mercúrio)
Ainda na infância, foi acusado de muitas ladroeiras pois, furtou o tridente de Netuno, a espada de Marte e o cinto de Vênus. Presenteado por Palas Atenas com um capacete que o tornava invisível, e em razão de suas asas nos pés – seu poder de locomoção não tinha limites -, podia se atirar do Olimpo e atravessar o espaço com a rapidez do relâmpago. Por isso, para os gregos ele regia os caminhos, as estradas e era o protetor dos viajantes, em razão de sua velocidade. Era o mensageiro dos deuses por excelência, pois dominava todas as dimensões, podendo servir tanto a Zeus, no Olimpo, quanto a Plutão nos infernos. Passou assim a simbolizar o Padrão da Astúcia e da Trapaça. São várias atribuições concebidas a Hermes: criador dos primeiros caracteres, desenvolvimento do comércio e das artes, instituição de práticas religiosas, idealizador de normas para as relações sociais, assim como, todos os tipos de exercícios, incluindo os relacionados com a luta e a dança. Era o deus da eloqüência; ocupando-se tanto com a paz quanto com a guerra, onde atuava em 3 níveis: o do Olimpo, da Terra e dos infernos. Como senhor dos caminhos, regia os encontros de boa sorte e até mesmo os desencontros. Em defesa de Zeus, foi autor de um assassinato. Zeus, apaixonado pela princesa Io, para esconde-la – evitando assim os ciúmes de Juno – transformou-a em vaca. Mas, Juno desconfiada – por causa de sua beleza –, pediu o animal de presente. Para evitar suspeitas, ele não recusou o pedido. Juno então colocou a vaca sob a guarda de Argos, portador de cem olhos, sendo que 50 adormeciam durante o dia enquanto os outros (50), só à noite. Mercúrio, com sua flauta, soube como adormecer os 50 olhos de vigília, podendo assim cortar a cabeça de Argos. Era o deus que auxiliava tanto aos deuses quanto aos homens. Muitos heróis deviam – em parte, pelo sucesso de suas empresas – a Hermes, entre eles: Perseu, Ulisses e o próprio Hércules. Foi Hermes também que teve a missão de realizar o desfile de Juno, Atena e Vênus, para que Paris, pudesse determinar (escolher) a mais bela. Conhecedor de magia da Tessalia, era invocado pelos feiticeiros, aos quais revelava suas fórmulas mágicas. Existe um tratado – tido como de sua autoria – denominado: “Corpus Hermeticum”, com instruções sobre alquimia. Escreveu também lições dedicadas à Asclépios. Asclépios era o deus da medicina, grande conhecedor de plantas medicinais; que participou da expedição dos argonautas, onde não só curou doentes como chegou a ressuscitar os mortos.
Ulisses
Ulisses, rei de Itaca era filho de Laertes e Anticleia, esposo de Penélope e pai de Telêmaco. Era astucioso e eloqüente. Quando estourou a guerra de Tróia, fingiu estar maluco, mas foi descoberto e teve que participar do combate. Com a queda de Tróia, pretendia voltar para Itaca, mas, por causa de uma tempestade, passou por grandes aventuras. A torrente impeliu a embarcação de Ulisses para a Sicília. Lá, Ulisses e seus companheiros encontraram a caverna do ciclope Polifemo, onde ficaram aprisionados. Alguns homens já tinham sido devorados pelo gigante, quando Ulisses decidiu dialogar, oferecendo vinho ao ciclope, que decidiu experimentar. Por ter gostado da bebida, foi convencido - por Ulisses - a trazer de fora da caverna muitos cachos de uva, para que fizessem muito vinho. Embriagado, o gigante adormeceu, Ulisses então cravou uma estaca em seu – único – olho. Seguindo viagem, foram dar na ilha de Circe, que os prenderam durante um ano – com seus encantos. Escaparam de Circe, das sereias e dos abismos de Caribdes e Cila; e depois, mais 7 anos de permanência na ilha da ninfa Calipso. Naufrago, Ulisses foi salvo pela filha do rei Alcino; chegando em Itaca só depois de 20 anos. Em seu palácio, muito dos príncipes já tinham se instalados, esperando a decisão de Penélope pela escolha de um esposo - sucessor. Disfarçado de mendigo, ao encontrar Telêmaco – seu filho -, se identificou; traçando com ele um plano par eliminar os inimigos. Penélope, não suportando mais as perseguições dos pretendentes, prometeu se casar com aquele que conseguisse manejar o arco deixado por Ulisses –; aquela preciosa arma, ou seja, um presente do próprio Hércules. Em acordo com o desafio, todos se esforçaram na prova, mas sem nenhum sucesso. Por último, surgiu o mendigo – debaixo de escárnios -, pedindo licença para tentar distender o arco; conseguindo vencer o desafio – para o espanto de todos -; pois só Hércules ou o próprio Ulisses teria essa capacidade. Assim, Ulisses e Temelaco lutaram e mataram os adversários, colocando ordem na casa.
Ulisses foi o herói – fino e habilidoso - típico de Gêmeos, num nível muito elevado. Apesar da força física, se destacava mais pela eloqüência e astúcia. Sua saga, rica em simbolismo, destaca a “passagem do ciclope Polifemo”, como revelação assaz importante: a luta contra a “unilateralidade do ego”, ou melhor, em demanda ao intelecto, consciência terrena (raciocionalidade). O único olho de Polifemo indica essa “unilateralidade” - do raciocínio -, "instrumento" que deveria apenas servir o espírito humano - sem nunca assumir seu comando. Ulisses indica a vitória (ou não) sobre tudo isso.
(continua: interpretação)
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