sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O Mito de Gêmeos

MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mito de Gêmeos - Interpretação

Anterior: Hermes e Ulisses

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.




Mito de Gêmeos - Interpretação

Princípio Ativo: Gêmeos – Princípio Passivo: Sagitário

A principal palavra chave para representar Gêmeos – como Princípio Ativo – é: dualidade. Como Ascendente, é sempre um fator que decide implicado em - pelos menos – duas situações – para serem resolvidas – ao mesmo tempo. Gêmeos é o princípio da experimentação – prática – antes do início de qualquer projeto. O Sagitário indica sempre a meta – como extensão -; Gêmeos, depende de exercícios – para adquirir habilidade – em prol da própria expansão. O mito de Castor e Pólux (com suas várias duplicidades) reflete bem essa dualidade: a origem dos gêmeos ocorreu pelo contacto afetivo entre espécies diferentes; Zeus, na metamorfose de um cisne, e Leda, pela representação humana. Nessa integração entre espécie humana e animal – em desenvolvimento -, se efetivou – pela prática do sexo de forma mais liberal - a mente terrena: o intelecto – princípio da razão, lógica do raciocínio. O advento do “costume afetivo” – em sua forma exacerbada -, biologicamente (conforme a lei de expansão pelo exercício constante), implicou no crescimento do cérebro humano. Daí, surgiu o “raciocínio”, como senhor da materia, apoiado no padrão da “malícia”. Isso até esclarece porque a Unidade Criadora - ou qualquer elemento num sentido existencial eterno -, não se torna apreensível perante o intelecto, elemento dependente da lógica dual – discernimento arraigado num sentido de espaço e tempo. É por isso que Hermes (Mercúrio), servia tanto para o bem quanto para o mal; e Pólux, não podia se separar de Castor – o raciocínio não seria coerente sem essa dualidade -, uma complementação lógica. Definindo o corpo mental como idealizador do raciocínio – e o intelecto como instrumento material dessa manifestação -, tal elemento não pode ser caracterizado, nem pelo “espírito” e nem pela “alma”; mas como a terceira ponta desse triangulo (invertido ou de base superior) formado por essa conjunção – interseção lógica entre ambos: determinante do padrão de liberdade ou livre arbítrio. Portanto, Gêmeos possui duas faces, onde uma deve conferir, refletir e conciliar o sentido da outra. O Meio Ativo que Gêmeos dispõe – em seu atuar – se estabelece em Câncer, a “memória”, seu instrumento básico pela coleta de dados – necessários ao raciocínio. Câncer (que representa também: matéria prima, imaginação e maternidade), como Meio Ativo, oferece todos os requisitos indispensáveis para a comunicação, estudo, experimentação, habilidade e demais atividades requeridas por Gêmeos. Como seu Meio Ativo (Câncer) gera Áries, seu Débito do Meio – isso indica que a força de Áries dinamiza seu setor de Amizades e relacionamentos. Touro, regente do valor – em todos os sentidos -, vale como sua Finalidade Ativa, indicando que tais atuações são sempre ambiciosas ou interesseiras, pois o raciocínio está sempre em busca de vantagens – como demonstrou o próprio Hermes. Em sua característica de Princípio Ativo, para poder objetivar seu valor – em Touro: Finalidade Ativa -, antes precisa estabelecer sua meta em Sagitário – seu ponto de equilíbrio -, manifestação da inteligência, a melhor qualidade de Gêmeos. O emprego da flexibilidade – existente em alto grau – depende do seu nível de inteligência, pois estando preso em Touro – signo fixo, sua casa XII, indicativo de prisão -, por desejo de posse; está sempre em busca de soluções. Hermes foi logo furtar os bois de Apolo: o sol, a consciência ou coerência numa síntese espiritualizada. O intelecto, quer sempre levar vantagens sobre sua própria consciência. Apolo entrou em acordo com Hermes porque gostou de sua lira: o valor que o espírito consegue obter do intelecto se relaciona com as artes – Gêmeos, portador da habilidade domina a arte. Seu Débito se encontra em Peixes, indicando que a coerência obtida através do intelecto pode ser uma ilusão, um sonho ou fantasia – devido a Netuno, regente desse signo. O que pode ser reforçado pelo seguinte: Hermes era o deus da "trapaça", então, nem toda lógica precisa ser consistente – como valor real -, pode ser fruto apenas de um “truque” (mentira). Ele próprio havia afirmado perante Zeus – em seu interrogatório pelo furto dos bois – que tinha o dever de falar a verdade, mas não inteiramente. Peixes, O Débito (de Gêmeos) indica que o carma – ou dissabores do destino – pode ter sido gerado pelo uso errado da razão. Mas também representa (em Peixes) o sentimento de culpa – carma gerado pelo raciocínio -, implicando assim em arrependimento, o que pode levar o espírito ao desenvolvimento. O Crédito tem sua qualidade no signo de Virgem, portanto é o que gera a consciência racional (em Gêmeos). Portanto, o intelecto representa sempre uma nova consciência: o espírito reencarna – para as experimentações reformuladas -, ficando (providencialmente) como que de “olhos vendados” em razão de suas vidas anteriores – o final do mito de Castor e Polúx pode dar vazão a esse simbolismo – válido como oportunidade. O intelecto – novo – tem o direito de gerar o destino, caso contrário, não haveria Liberdade (gêmeos representa a Liberdade – 3 -) no triângulo que mantém a personalidade. Hermes era considerado um deus “psicopompo”, justamente por isso.

Num mapa astrológico, tudo que está em Gêmeos, seja um planeta ou cúspide, representa a chave – que abre os caminhos. Simboliza a habilidade que facilita as coisas. No signo ou na cúspide onde se encontra Mercúrio, se define o sentido de comunicação. Simboliza o poder de atrair, flexionar, estabelecer e selecionar. Pois Gêmeos é a “porta” e Mercúrio sua “chave”.


(continua: A Terceira Casa)