segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Uma Análise de Jung

Uma Análise de Jung

O Advento da Psicologia XIV – Psicologia e Astrologia VIII





Uma Análise de Jung

Carl G. Jung – Carta Natal
Dados: 26/07/1875 – 19h20 – Kesswii – Suíça
Ascendente – 20º Aquário – 99 Maturidade
Casa II – 15º Áries – 79 Consolação
Casa III – 18º Touro – 91 Regeneração
Casa IV – 10º Gêmeos – 59 Magnetismo
Casa V – 0º Câncer – 10 Pureza
Casa VI – 20º Câncer – 98 Inócuo
Casa VII – 20º Leão – 105 Convicção
Casa VIII – 15º Libra – 73 Triunfo
Casa IX – 18º Escorpião – 85 Persistência
MC – 11º Sagitário – 53 Inexorável
Casa XI – 0º Capricórnio – 4 Honra
Casa XII – 20º Capricórnio – 104 Resistência
 Sol – 3º 20’ Leão – 22 Intransponível
Lua – 15º 35’ Touro – 74 Profundez
Mercúrio – 13º 48’Câncer – 71 Estabilidade
Vênus – 17º 33’ Câncer – 93 Juízo
Marte – 21º 22’ Sagitário – 97 Veracidade
Júpiter 23º 48’ Libra – 112 Excelência
Saturno 24º 12’ Aquário – 116 Paciência
Urano – 14º 50’ Leão – 66 Atualidade
Netuno – 3º 03’ Touro – 13 Experiência
Plutão 23º 15’ Touro – 113 Abstração



Circuito do Sol

Nesse circuito, se encontra apenas Netuno junto ao fator da Experiência (13), em quadratura com o Sol no grau do Intransponível (22). Isso significa que a consciência – o Sol – deve tentar transpor as qualidades regidas por Netuno através de pesquisas (experimentações). Essa quadratura entre Sol e Netuno (se não provocar desequilíbrios), quase sempre implica em sensitividade (e até mediunidade). Seu conceito de ego se identifica bem com a condição desse circuito, pois, conforme ele definiu: o ego tem uma função de síntese e não de análise”. Nisso, se define sua condição ‘central’, a qual implicaria em manter a coerência da personalidade, entre esses acessos – espontâneos – com o inconsciente (Netuno). Como definiu, o ego – Sol – valia apenas como uma espécie de “foco” da consciência, elemento que não se confundia com o restante da psique, sendo portanto, semelhante a um dos inúmeros complexos – instalados – no inconsciente individual.
Dessa forma, complexo equivaleria a um tipo de núcleo, magneto – ou forma de pensamento –, tendendo a se desenvolver com a finalidade de poder se manifestar na consciência; ou mesmo para poder disputar com o ego o ponto central. Isso poderia até indicar o seguinte: todo tipo de desequilíbrio talvez não passe de um sintoma, o qual pode estar associado a uma certa “idéia fixa” sob uma condição mental incontrolável.
Ele definira que “inconsciente individual” era um tipo de módulo da psique, no qual se manifestava a compunção; originada pela história familiar – da raça – como estrutura da personalidade. Ora, o que promove esse tipo de condição – aflitiva – se encontra entre os aspectos relacionados ao planeta Netuno. Sua definição de “sombra” também se enquadra nesse aspecto: “A sombra tem sua origem nos instintos animais como herança”; representando os ‘sentimentos de culpa’, a constituição dos defeitos da personalidade; podendo também ser ‘projetada’ em outra pessoa, geralmente do mesmo sexo, ou seja, o filho projeta sua “sombra” na figura de pai e a filha na de mãe.  
Praticamente, esse circuito resulta – em grande parte – no que se constitui a obra de Jung, vale dizer, Netuno se encontra no grau de Experiência (13), condição que implica em pesquisas, arrojos, buscas e aventuras.
As noções sobre “extroversão e introversão”  também se definem conforme esse aspecto – exato de quadratura – entre o Sol e Netuno. A idéia de “animus” se qualifica em relação ao Sol; pois, conforme sua explicação: “O animus se asemelha a um ‘júri’ constituído sob um sentido racional, o qual tende a forçar a ‘consciência’ com suas ‘asseverações’, que foram revestidas pela forma de um senso comum”.
Comentário: O animus não deve ser equiparado ao superego de Freud, pois, o primeiro se constitui de um sentido racional e o segundo irracional.
Se o ego caracteriza um “foco centralizador” – unidade –, o animus tem sentido de conjunto – formas de pensamentos –, sob o “impasse” de princípio moral, o qual implica em certo “condicionamento”, embora, ambos – em termos astrológicos – estão relacionados ao Sol. Sob o ponto de vista de Jung, ele também representa a polaridade masculina da mulher (no sentido de personalidade). No entanto, nesse parecer, essa idéia de “polaridade masculina da mulher” – como atributo do Sol –, significa  bem mais um aspecto particular inscrito no mapa astrológico de Jung, do que a importância dessa definição (sua necessidade) em termos de classificação da psique (no sentido feminino). Pois, se o Sol pode determinar para a mulher o seu melhor tipo de “parceiro conjugal”, nem por isso, ele deixaria de representar também um “júri” para o homem, como o próprio Jung definiu. Então, em quaisquer circunstâncias, o Sol equivale sempre a um fator masculino, tanto para o homem quanto para a mulher; senão, ele não poderia ter comparado o animus como uma espécie de “júri severo”, o qual mantém sempre a sua qualidade ativa. O fato é que, ele possui a cúspide da quinta casa – do Sol – no signo de Câncer (signo feminino por excelência), o qual é regido pela Lua; e, pelo fato de pertencer ao sexo masculino, teve de vislumbrar a Lua – regente de sua quinta casa – como seu elemento centralizador, qualidade inerente ao Sol.
Isso até esclarece o seguinte: Sua personalidade, precisou dessa inversão, ou seja, trocar o Sol pela Lua, o dia pela noite, vale dizer, o estado consciente pelo inconsciente, com a finalidade de poder adentrar nos mistérios do ser, como numa façanha altamente louvável.
O Sol, sob o grau do Intransponível (22), também pode ser associado com sua mais importante descoberta: os arquétipos.

Explicação: 21 Perfeição / 22 Intransponível / 23 / Humildade.

O Intransponível não significa a Perfeição e nem a Humildade, mas se intercala entre esses dois fatores (como numa escala) indicando sua capacidade, ou seja, valendo como uma espécie de “fronteira”, a qual estaria implicada na separação de elementos distintos, portanto, integrada em ambas as qualidades, ou melhor, equivale ao reconhecimento (como uma “chave” que tanto serve para abrir quanto para isolar). Dessa forma, ele conseguiu vislumbrar o “intransponível”, ou seja, os modelos naturais (arquétipos), muito acima do alcance comum (humano), como padrão da psique.


(continua)