Uma Análise de Jung II
O Advento da Psicologia XV – Psicologia e Astrologia IX: Uma Análise de Jung II
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Uma Análise de Jung
Carl G. Jung – Carta Natal
Dados: 26/07/1875 – 19h20 – Kesswii – Suíça
Ascendente – 20º Aquário – 99 Maturidade
Casa II – 15º Áries – 79 Consolação
Casa III – 18º Touro – 91 Regeneração
Casa IV – 10º Gêmeos – 59 Magnetismo
Casa V – 0º Câncer – 10 Pureza
Casa VI – 20º Câncer – 98 Inócuo
Casa VII – 20º Leão – 105 Convicção
Casa VIII – 15º Libra – 73 Triunfo
Casa IX – 18º Escorpião – 85 Persistência
MC – 11º Sagitário – 53 Inexorável
Casa XI – 0º Capricórnio – 4 Honra
Casa XII – 20º Capricórnio – 104 Resistência
Sol – 3º 20’ Leão – 22 Intransponível
Lua – 15º 35’ Touro – 74 Profundez
Mercúrio – 13º 48’Câncer – 71 Estabilidade
Vênus – 17º 33’ Câncer – 93 Juízo
Marte – 21º 22’ Sagitário – 97 Veracidade
Júpiter 23º 48’ Libra – 112 Excelência
Saturno 24º 12’ Aquário – 116 Paciência
Urano – 14º 50’ Leão – 66 Atualidade
Netuno – 3º 03’ Touro – 13 Experiência
Plutão 23º 15’ Touro – 113 Abstração
Circuito da Lua
A Lua, regente da casa V, se encontra no grau da Profundez (74), formando uma quadratura com o Ascendente (Maturidade 99) e com Urano (Atualidade 66) e em sextil com Mercúrio (estabilidade 71).
Numa interpretação mais simples, seria possível considerar nesse circuito, uma forte ligação (de Jung) com a mãe. Provavelmente, ele podia concordar com quaisquer das opiniões de Freud, exceto, em relação ao sentido de sua teoria de incesto (complexo de Édipo). Talvez, no início possa ter refletido e aceito diplomaticamente, o que deve ter se tornado um certo martírio, intimamente; mas depois, isso lhe serviu de impulso em razão de suas próprias pesquisas.
A quadratura da Lua com Urano elucida perfeitamente, ou melhor, esclarece o sentido de “anima”: Jung consegue trazer para a Atualidade (Urano) as riquezas do conhecimento cósmico, tendo entretanto que, se precipitar nas profundezas (Lua) do inconsciente coletivo. Em sua definição, a anima tem a função de poder reajustar a personalidade, avisando o ego sobre os perigos iminentes através de uma intuição profunda. A anima está associada também ao arquétipo de mãe, representando assim a polaridade feminina do homem (essa questão de polaridade já foi enfatizada no comentário sobre animus).
O sextil com Mercúrio (Estabilidade 71) representa sua capacidade de poder racionalizar aquilo que se encontraria sob a forma simbólica, nas profundezas do inconsciente.
Então, em função desse recurso, ele conseguiu diferenciar dois tipos de inconscientes: o individual e o coletivo. Pois, os arquétipos – imagens universais – seriam elementos associados ao inconsciente coletivo; enquanto o inconsciente individual já seria semelhante ao definido por Freud, local onde se encontraria a compunção oriunda da história familiar, os complexos e as neuroses.
Curiosamente, o Sol de Freud faz conjunção com a Lua de Jung, sendo que isso em astrologia significa uma lunação. A lunação é uma união (conjunção) do Sol com a Lua, um fato que determina a lua nova, início de uma nova fase. Isso deve significar um certo sentido de complementação entre os dois.
Circuito de Mercúrio
Em termos de realização, esse seria um dos circuitos mais importantes de seu mapa, no qual Mercúrio atua como mediador da Lua – nas profundezas da divagação –, condição ideal para manter o “inexplicável” num nível de coerência. Isso vale como um padrão de segurança – sob as condições de Mercúrio –, caracterizando o seu próprio poder de comando em razão de seus processo emocionais. Por isso, ele chamou esse arquétipo (Mercúrio) de Psicopombo, o grande mágico ou mediador.
Envolvido pelo condicionamento social, determinado em razão de teorias psicológicas vigentes – tantos suas quanto de outrem –, não encontrava um termo em suas pesquisas, pois, lhe faltava algo que realmente pudesse significar estabilidade (71) e equilíbrio.
Mas, com Mercúrio (71) bem colocado na quinta, se tornava possível para que ele pudesse encontrar com satisfação uma teoria (relacionada com esse planeta): o Self. Descobriu também que tanto o relacionamento social quanto a individuação – feita em torno de “si-mesmo”–, eram fatores indispensáveis. Na individuação a personalidade se torna indivisível e autônoma por um processo subjetivo de integração. E, a mandala recomendada por Jung representa a expressão do “si-mesmo”.
Sob essas influências, ele foi viver numa torre, renunciando todos os confortos modernos.
Circuito de Vênus
Nesse circuito Vênus faz sextil com Plutão e Lua, quadratura com Júpiter e uma espécie de conjunção com Mercúrio, e, como regente da casa III, acentua ainda mais as qualidades de Mercúrio. Mas, Vênus se encontra no grau do Juízo (93), podendo implicar com isso no lado crítico da razão. Desse modo, Vênus, em conjunção com Mercúrio, poderia representar o lado extrovertido (da razão), enquanto que a Lua (Profundez), o fator introvertido.
Como regente da casa III, Vênus exerce influência na comunicação, mantendo a qualidade de expressão – da palavra – no nível da Abstração (113) por causa de Plutão.
Entretanto, todo circuito de Vênus deve significar também uma espécie de mecanismo do prazer (definindo os gostos da personalidade de um mapa). Disso se conclui que sua satisfação estaria associada ao senso de equilíbrio (prazer pelo juízo).
A quadratura com Júpiter determina em sua personalidade a característica parecida com a de um juiz ideal (Excelência).
Vênus, pode ser considerado como um dos fatores cármicos mais importantes de seu mapa, pois, simboliza certa exigência para que ele se tornasse alguém deveras responsável pelo sentido de “lucidez”; ou, até mesmo o homem mais lúcido entre todos. Geralmente, uma quadratura de Vênus com Júpiter pode significar “birra infantil”; nesse caso, o sentido é ao contrário, pelo fato de estar associado ao Juízo (93); representando até uma obrigação de demonstrar maturidade.
Os circuitos de Júpiter e Saturno, devem esclarecer melhor essas características apresentadas em Vênus.
(continua)