quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O Juízo II

O Juízo II
FILOSOFIA DOS NÚMEROS: O Juízo II
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FILOSOFIA DOS NÚMEROS: Setor em que o autor expressa sua opinião; talvez ou muitas vezes não condizente com a própria opinião de algum outro leitor.




O Juízo

A apresentação inicial sobre esse tema deve ter suscitado em alguns leitores a seguinte questão: E quanto ao Juízo Final ?
O Juízo Final, apesar de se constituir numa denominação redundante – pois  todo juízo já deve incluir tal efeito –, porém, justificável nesse caso, em que os interesses de questões teológicas (embora, aqui não se propala o sentido religioso) a empregam pela própria diferenciação desse termo, significando: “O fechamento de um ciclo evolutivo – de ordem eterna – sob a determinação da própria lei de movimento, a qual – concomitantemente –, promove a manifestação de uma nova qualidade específica na Criação; conforme indicam os números: Juízo 237 – 95 Progresso = 142 Moral. Que tudo na Criação (obra), se encontra sob a lei do movimento, nem seria preciso ressaltar; e, sem essa condição não poderia haver a Higidez, a qual depende do ritmo e do tempo (o tempo vale como a própria higidez das formas de modo geral).
Portanto, o Juízo Final é um fator inexorável, o qual poderia ser observado em quaisquer processos evolutivos; tanto nos casos de menores sentidos quanto em razão dos fenômenos de ordens universais; pois, se processa de forma tão natural e constante que se torna até difícil de ser enumerado.
Em termos geométricos, esse fenômeno teria semelhança com a forma de quaisquer tipos – de coisas – definidas por oposição, a qual, num sentido lógico deve significar alguma espécie de polarização, cuja ilustração se encontraria – por exemplo – no ciclo das estações entre Primavera e Outono; no por do sol pela separação de dia e noite; na morte, pela distinção de corpo e alma, etc.
No entanto, existe uma atividade muito simples, a qual poderia ilustrar o fenômeno quase em sua totalitária função (simbólica) precípua, por manter sua característica global (de sentido universal): a digestão. 
A digestão se constitui um fenômeno orgânico que se processa em função da própria atividade alimentar; na qual, todos os alimentos ingeridos – sem descriminação – se misturam com a saliva e descem para o estômago. Uma abertura – que existe do estômago para os intestinos -, chamada piloro, se mantém fechada durante certa fermentação, se abrindo logo após esse processo. Antes porém, o estômago se expande e dá origem a incessantes movimentos (peristáticos) mexendo o alimento de um lado para outro, misturando tudo. Quando o alimento desce para os intestinos, se mistura com a bile e também com o suco pancreático, ocasionando com isso sua dissolução. E, é no intestino delgado que as substâncias alimentícias sofrem novas transformações, ficando mais solúveis e de fácil assimilação pelo organismo. A parte “respeitável” do alimento ingerido passa para o fígado por intermédio de vasos que saem dos intestinos. O resto ou “sobra” determina a formação do bolo fecal no intestino delgado. O interessante nisso tudo se encontra justamente na separação daquilo que também fora ingerido – com a mesma satisfação -, embora tenha sido desclassificado. Pois, tanto no bolo fecal quanto no alimento absorvido pelo organismo, deve conter os mesmos tipos de substâncias, como, vitaminas, proteínas, sais minerais, etc. A diferença se encontra justamente no fato de que as substâncias, nesse estado, não servem mais para o organismo; e se fossem reaproveitadas para a formação do sangue, atuaria imediatamente como um veneno para o organismo (Juízo 93 – 60 “composição”= 33 Semelhança).
Conforme o ‘quadrado da cruz’, o Juízo (93) gira em torno da Veracidade (97), e se equilibra com Suficiência (101); tendo como meio ativo, a Opinião (100) e finalidade ativa o Inócuo 98 = “inocência”). A Veracidade, como fator central, implica em conclusões necessariamente verídicas, e a Suficiência complementa esse sentido; indicando também que o julgamento exige o mínimo valor como denominador comum (base da absolvição), ou seja o suficiente. O meio ativo o qual vale sempre como o instrumento de um princípio ativo, indica no caso do Juízo, que cada um deve se julgar de acordo com a própria Opinião; ou melhor, cada um traz dentro de si a própria condenação ou absolvição. O Inócuo, como fim ativo, indica que o Juízo se faz no propósito de poder preservar as partes inocentes do processo. O Juízo é gerado pelo Progresso (95), conforme – em parte – já foi esclarecido, entretanto, isso não deve ser confundido com as concepções humanas, pois, seu sentido (elevado) vai muito além; sendo válido também como “alimento” do processo, definindo assim que, “quem” não acompanhou a devida evolução (ciclo) de sua espécie, não poderia se queixar de seus efeitos; isso em razão de um dito Juízo Final, ou seja, durante a separação inevitável entre Respeito (8)  e Silêncio (2).
Em termos – propriamente – de um “Juízo Final”, como se propõe a questão anteriormente apresentada; antes de mais nada; seria preciso tornar como básico, a realidade desse fato, ou melhor, estar consciente de que a Criação (existencial) se constitui – acima de tudo – de uma “obra”, em cuja sua característica fundamental; consiste em classificar (escolher) sua própria safra, mantendo assim imprescindível suas mínimas exigências (para a obtenção de um bom produto).  Por isso, o Juízo (como princípio ativo) precisa ser dinâmico e básico em razão da Maturidade (99), fator implicado no sentido de evolução da consciência, amadurecimento, despertar espiritual, etc. Nesse pormenor seria preciso ainda incluir também o significado exato da Veracidade em razão dessa análise. O fato é que a Veracidade (aqui) como fator central se apresenta apenas como um tipo de critério da Verdade, ou seja, abrangendo somente uma curta faixa da verdade (em sua extensão), a fim de poder se justificar “suficientemente” (101), para que possa haver também a necessária tolerância durante o julgamento. Como analogia para caracterizar esse tipo de “critério da Veracidade”, o número básico para o cálculo da circunferência, deve servir nessa ilustração. O PI ( π ), equivalente a  3,14..., o qual, em termos de verdade absoluta seria infinito, ou seja, contém inesgotáveis números depois da vírgula, cuja exatidão não precisa ser aplicada nos cálculos; serve de exemplo para indicar esse tipo de tolerância, existente também no caso do Juízo Final.
O discernimento desse fato em razão dessa analogia, exigiria até uma grande reverência ao Criador – como gratidão por essa Sabedoria –;  pois, o Juízo Final, se não fosse assim centralizado pelo fator da Veracidade – admitindo certa tolerância –, tal fenômeno (entre outras vantagens) nem poderia ocorrer em sua forma isolada (particular). Isso significa que, tal evento então teria de se processar de uma só vez na Criação; onde tudo deveria ser julgado indiscriminadamente. Dessa forma, pela graça da condição de tolerância da Veracidade, pode um Juízo ocorrer apenas em função de uma determinada “safra” (produto temporal da obra) da Criação, atuando assim somente sobre aquilo que inexoravelmente já tenha atingido seu ciclo de maturação (99). Então, isso significa que a Veracidade – em sua atuação durante um Juízo Final – permite que cada elemento da “safra” em questão, se julgue por si próprio, fato implicado numa livre escolha entre luz e trevas.  
     
(continua)

Legado utilizado como bordão:
“Todo conhecimento que não pode ser expresso por números é de qualidade pobre e insatisfatória” (Lord Kelvin).