O Hades
MITOLOGIA E ASTROLOGIA - Mito de Escorpião: O Hades
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.
O Hades
O nome Hades, que significa invisível, podia ser empregado tanto para indicar o inferno de modo geral, quanto para denominar o soberano desse reino. Os infernos da Mitologia Grega e Romana, eram regiões subterrâneas, onde os mortos desciam e recebiam castigos ou recompensas em razão de seus atos em vida. Da mesma forma, como o rio Oceano circundava a terra, acreditavam – esses povos – que o Hades era circunscrito pelas trevas; de modo geral, qualquer fenda muito profunda no solo, poderia estar em ligação com os infernos; como por exemplo: na região vulcânica do Vesúvio ou no lago Averno, podiam existir entradas no sentido dos abismos infernais. Qualquer tentativa pela descrição do Hades, redundaria apenas na formação de uma imagem falsa, diante da terrível realidade desse mundo subterrâneo; em todo caso, seria possível formar uma idéia dessa carta geográfica, recompondo o que era imaginado na antiguidade. Seguindo sempre a oeste e nos limites do Oceano, se localizava o pais dos Cimérios, que era sempre envolto por denso nevoeiro, sendo que lá o sol não brilhava. Num específico bosque dedicado à Perséfone «de localização um tanto incerta», havia certa entrada em uma caverna, que ia se abrindo chão abaixo – e sempre a oeste -, até cruzar o pais dos sonhos.
Durante esse percurso «em cada passo», eram tipos espectrais que surgiam, muitas vezes, sob a forma dos “Pesares” (ou Melancolia), ou mesmo revelando o Medo, a Fome, a Miséria, a Velhice, as Enfermidades e a Morte.
Tanatos (ou Morte), temido por todos, era filho da Noite e irmão de Hipnos, o sono; instalado no Tártaro, guardava as portas do inferno.
Pelo caminho, as fúrias estendiam seus leitos e a Discórdia aparecia com sua cabeleira formada por serpentes, enlaçada por uma fita sangrenta.
As fúrias serviam como algozes dos infernos; as mais conhecidas eram: Tisífone, se apresentando sempre em roupa ensangüentada, pois era quem iniciava as sentenças, e também podia espalhar as pestes entre os homens; Megera, perseguia os culpados de forma acirrada e podia semear a discórdia; Alecto, que não permitia o repouso entre os criminosos, se apresentava com sua cabeleira em cachos de serpentes. Entre essas formas horríveis «de serem vistas», se destacavam também as hidras, que silvavam acompanhadas por ruídos destoantes (misteriosos); e como por efeito, chamas sulfúreas se levantavam sob os vapores de odores estonteantes. No limiar do País dos Sonhos, uma estreita passagem cruzava os charcos, indo findar na Fonte da Memória, cuja água, todo peregrino deveria tomar para não levar nenhuma lembrança consigo. Finalmente, se encontravam os dois rios (que se cruzavam): o Estige e o Aqueronte.
No Aqueronte, o viajante devia esperar o barqueiro Caronte, um velho esquálido mas forte; o único que podia realizar as travessias pelo rio; mas, só transportava quem trouxesse na boca o “óbolo”, uma moeda para pagamento do serviço. As almas que não tiveram sepultura, também não podiam atravessar, pois, deveriam vagar durante cem anos pela margem do rio, até obterem o direito dessa passagem. Transportado para a outra margem, quem seguisse por terra, quase sempre, seria perseguido por Cérbero, um cão de três cabeças, justamente no cruzamento em que uma das estradas ia até aos Campos Elíseos e a outra no sentido da região dos condenados. Considerando seu local mais nobre: os Campos Elíseos, eram em número de quatro as regiões que definiam o Hades; sua planta geral – como forma geométrica – incluindo a disposição de suas estradas e rios, formavam sempre a figura de um “Xis”, portanto, isso poderia ser considerado como o próprio símbolo desse âmbito (de modo geral).
O Érebo determinava o Pais dos Sonhos, os domínios de Caronte e Cérbero, a morada das fúrias e os locais onde os mortos sem sepultura vagavam durante cem anos. O inferno dos maus era uma região tétrica, cercada de pântanos fétidos, onde os lagos de enxofre ferviam em contraste com os charcos gelados, mantendo os extremos entre o frio e o calor, como fontes de suplício; e essa região era mantida por uma barreira intransponível, eliminando assim, qualquer possibilidade de fuga.
O Tártaro, como o mais terrível, abrigava o mais profundo dos abismos como prisão dos Titãs, os quais (anteriormente) lutaram contra os deuses. Cercada por uma tríplice muralha de bronze, em torno da qual passava o turbulento rio Fegeton, havia uma grande cidade, cujo portal, nem mesmos os deuses seriam capazes de arrombar.
Era lá que se encontrava o palácio de Plutão e Perséfone com o tribunal de Radamanto, para desvendar e julgar todos os crimes praticados na terra (em vida).
(continua)