quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Orfeu e Eurídice

Orfeu e Eurídice

MITOLOGIA E ASTROLOGIA - Mito de Escorpião: Orfeu e Eurídice
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.


Orfeu e Eurídice

Este mito também define certos detalhes do signo de Escorpião, como: o Silêncio «em seu padrão universal», o qual se torna imprescindível no trato da música, arte e beleza, cuja lógica se caracterizou pelo “orfismo”. Disso inclusive adveio o seguinte ditado: “Quem não tem mais nada a perder, só vai poder ganhar”.

Orfeu, era filho do rei Eagro e da musa Calíope. Ao receber, como presente de Apolo, uma lira, trabalhou com empenho (por ideal), até conseguir aumentar, de sete para nove cordas esse instrumento; discernindo assim, que estaria homenageando as nove musas (e alcançando também “sintonia” com tais virtudes naturais).


Aprendera a tocar seu instrumento com tal encanto, que era capaz de comover deuses, homens, animais, plantas e até pedras. Famoso por sua arte, o que incluia sua magnífica “voz”, foi convocado para a expedição dos argonautas, onde participou com destaque; de volta, se casou com Eurídice, a quem amava como a especial motivação de sua vida; sua grande inspiração. Certa vez, durante um passeio, ela foi abordada por Aristeu, um antigo pretendente, o qual se lançou em sua conquista, mas esta não querendo saber de conversa, saiu correndo mato adentro. Nesse percalço, pisou «de modo trágico» em uma cobra, que a picou mortalmente. Orfeu clamou aos deuses em face de seu imenso pesar, sem nada obter nessa tentativa. Inconformado, optou pelo extremo, ou seja, ir em busca de sua amada na região dos mortos.


Em assessoria pela proeza de descer aos infernos recebeu os seguintes informes: carregar um galho da árvore de Perséfone como salvo conduto; levar óbolos suficientes (na boca) pela passagem de ida e volta, em pagamento aos serviços do barqueiro Caronte; reservar um bolo de mel para refrear as investidas do cão Cérbero; já no barco, das águas, deveria surgir um velho suplicante, aspirando ser resgatado pela embarcação, cuja situação não deveria despertar nenhuma piedade; em direção ao palácio de Plutão, receberia inúmeros pedidos de auxílio, os quais deveriam ser tratados com indiferença; dentro do palácio, seria convidado por Perséfone ao mais fausto jantar, que deveria ser dispensado; e seria preciso obedecer na íntegra o decreto imposto em razão de sua volta (sem questionar a exigência). Munido dessas informações (sobre a trajetória), desceu por uma gruta e conseguiu chegar ao palácio de Hades, em decorrência dos encantos de sua lira.



Diante de Plutão e Perséfone, cantou com sua lira a imensa mágoa que sentia pela falta de Eurídice. Nessa audiência, todos, inclusive os próprios ministros infernais e a multidão de espectros ao redor do trono, se comoveram. Os acordes harmoniosos «e sua doce voz» soaram com fascinante beleza por entre as regiões das trevas, que Cérbero (o cão de três cabeças), extasiado, adormeceu; as fúrias lacrimejaram; Sísifo sentou sobre sua rocha para se deleitar; Perséfone embevecida tocou em Plutão, afim de intervir na causa, mas este já havia cedido; vale dizer, naquele instante (por aquela música), o Hades se transformara num reino de paz.


Assim, Orfeu teve a permissão de levar sua amada, sob a condição de não poder olhar para traz, enquanto não fosse alcançada a região superior da terra; partindo seguido por Eurídice, poucos metros atrás (em distância). Mas, quase no fim do percurso, assediado por espectros (invisíveis), que formularam a tentação, num lapso de esquecimento do decreto, olhou para traz, querendo a comprovação de estar sendo seguido por Eurídice.


Eurídice o seguia. Correu ao seu encontro, mas ela  se desvanecia; e no deslumbre de sua imagem final, que nem dava mais para abraçar, presenciou em dores o instante de seu desaparecimento. Tentou voltar ao Tártaro, mas foi repelido pelo severo Caronte; de volta, passou sete dias sem comer e sem dormir, apenas dedilhando sua lira rodeado por animais. Solitário, passou o resto de seus dias, absorto na lembrança de sua amada. Sentenciado em vida, com a penitência do pânico, desenvolveu com sua música, o tipo de canto e a forma poética, que ainda comove os apaixonados (até hoje). Ébrio – por seguir os cortejos de Baco -, foi assassinado por mulheres que o desejavam, sendo por ele desprezadas, pois tinha como imagem «em suas canções» apenas Eurídice, em cujo desvanecimento alcançara a Segunda Morte; uma lógica comovente, aceita apenas em razão de inusitados acordes, “sacados” em sua lira por pura inspiração.



(Continua)

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