sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Plutão

Plutão
MITOLOGIA E ASTROLOGIA - Mito de Escorpião: Plutão
Anterior: O Hades

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.


Plutão

Plutão, que significa riqueza, era o terceiro filho de Saturno e Reia. Arrancado por Zeus, do ventre de seu pai, que o engolira ao nascer; em agradecimento, participou na luta contra os Titãs, obtendo com a vitória o reino dos infernos; muitas vezes, sendo representado portando um capacete,  recurso pessoal de "extraordinária virtude", o qual durante sua utilização, o mantinha invisível.


Em razão da tristeza originária de seu reino, deusa nenhuma aceitava se tornar sua esposa; como estratégia de conquista, decidiu raptar Perséfone (por quem se encantara), para lhe oferecer a partilha de seu reino (como rainha).


Desconsolada sobre o ocorrido, Ceres (mãe de Perséfone), clamou justiça, tendo no entanto, como informação de Zeus, que a devolução só seria possível, caso a moça ainda nada houvesse comido, originado dos infernos. Porém, Ascalafo, um oficial de Plutão, alertou que esta já havia consumido 6 grãos de romã; por isso foi condenada a se tornar esposa de seu raptor; sendo intitulada «por recompensa», rainha das profundezas, em um palácio situado no centro do Tártaro. Perante Plutão, as leis pela administração de seus estados eram inflexíveis; sob o cetro desse deus, tudo estava determinado a morrer «ou a ser ceifado» para se decompor na terra, indo de encontro ao seu reino. Desde que se tornou soberano, nunca houve em seu governo, qualquer caso de insubordinação por parte de seus ministros ou súditos. Na terra ele não tinha nenhum templo, mas era muito temido.


O Tribunal e os condenados

Os juízes dos infernos eram três: Radamanto, Eaco e Minos. Os dois primeiros dirigiam os processos; em caso de indecisão o veredicto competia a Minos, que como árbitro mais elevado, sentenciava de forma irrevogável. Pronunciada a pena, o condenado era recebido por Tisífone, a fúria que mantinha guarda entre as portas do Tártaro.


Debaixo de acoites o criminoso era levado aos seus desígnios pelas fúrias, irmãs de Tisífone. Os condenados mais famosos do Hades foram: Titio, Tântalo, Sísifo e Ixion. Títio, em vida teve a petulância de atentar contra a honra de Latona, sendo morto pelas flechas de Apolo e Diana; cumpria assim a eterna pena de ter seu ventre rasgado e devorado por um insaciável abutre.


Tântalo, em vida foi privilegiado pelos deuses, pois podia comparecer aos jantares do Olimpo. Certa vez, furtou o néctar e a ambrosia (alimentos sagrados dos deuses), só para oferecer aos mortais, como prova de sua grandeza. No Hades, foi castigado pelo suplício da fome e sede; dentro de um lago de água fresca, permanecia sob árvores de frutos suculentos, quando tentava beber, a água do lago era rebaixada; quando ousava apanhar uma fruta, o vento elevava para o alto os  pretendidos galhos.


Sísifo, em vida assaltava os viajantes, atirando do alto de uma montanha «sobre suas vítimas», rochas enormes. No Hades, foi condenado a elevar morro acima uma imensa rocha; quando ele conseguia chegar ao cimo, a pedra rolava para baixo, assim devia recomeçar todo o trabalho, sem tréguas.


Ixion, apenas presumiu ter desonrado Zeus «em sua qualidade de patriarca supremo»; por um raio foi precipitado no Tártaro; onde teria de permanecer amarrado em uma roda, cercada de serpentes, a qual devia girar sem nunca parar.


Do outro lado do rio Aqueronte, seguindo uma estrada coberta por denso nevoeiro, se encontrava o sentido dos Campos Elíseos. Lá o ar era puro e a região envolta por luz rósea, onde abrigava as almas dos eleitos, sob o governo de Radamanto. Num vale verdejante, cercado por bosques, sobre a relva macia, criaturas felizes, praticavam exercícios físicos, enquanto outras dançavam e cantavam; o vento moderado sacudia com suavidade os galhos de árvores, deixando exalar delicioso perfume. No meio dessa paisagem tranqüila, corria as águas do rio Letes, em cujas margens se movimentavam os alegres seres dessa região  «para se regozijarem em seu frescor». Depois de longo período passado no Hades, as almas dos justos «e até dos criminosos», em cumprindo suas penas, podiam reiniciar nova vida terrena por meio da reencarnação. Antes, deviam perder a lembrança de suas passagens anteriores, bebendo da água do rio Letes, o rio do esquecimento.




O portão do Tártaro que se abria no sentido do Rio Letes era oposto ao portal que dava para o Aqueronte. Esse rio separava os infernos do mundo no sentido de ida para a vida; enquanto o Aqueronte e o Estíge, bloqueavam o lado da morte. Quando Zeus convocou os deuses em sua luta contra os Titãs, Estíge, a ninfa, foi a primeira a se apresentar; por isso, ficou estabelecido que os juramentos dos deuses feitos em nome desse rio (Estíge) seriam irrevogáveis.


Eneias, ainda em vida, realizou uma trajetória no sentido dos infernos, guiado pela sibila de Cumes, que para entrar na barca de Caronte, foi aconselhado a levar como salvo conduto: o galho de uma árvore consagrada a Perséfone. Hércules desceu aos infernos sem esse recurso, em razão de que Caronte, perplexo diante daquela figura grotesca, nem percebera a irregularidade; tendo lhe custado um ano de suplícios no Tártaro, por tal falha.


(Continua)



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