terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mito de Escorpião

Mito de Escorpião: Interpretação

MITOLOGIA E ASTROLOGIA - Mito de Escorpião: Interpretação

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.



Escorpião com Princípio Ativo

Escorpião como Princípio Ativo mantém um sentido Irrevogável: Orfeu desce aos infernos numa atitude compulsiva; Plutão como Senhor dos Infernos determina um sistema de ordem radical. Esse é o princípio que determina todos os limites e todas as categorias como extremo das formas em geral, em função da antiforma, do inconsciente ou daquilo que sustenta a lei da dualidade (polarização). Tudo é dual na Criação, pois deve existir um lado consciente contíguo ao seu inconsciente; é isso que mantém oculto o outro lado das coisas: a contrapartida, um fator irreversível, portanto, o indicativo de morte. É o que domina a realidade através de sua irresistível atuação no sentido de preservação da naturalidade. Disso resulta o domínio de Plutão – simbolizado como senhor do interior da matéria – sobre a realidade absoluta, cujo sentido é sempre dual por causa da réplica das formas: o antimodelo (o negativo da imagem). Pois, se existe uma forma visível, sua réplica como extremo, deve ser invisível como sentido oposto (antagônica). O Escorpião é o poder do invisível como apoio do visível; o mito relata que Plutão portava um capacete com o poder da invisibilidade. As imagens do tempo são ceifadas, tornando a evolução um fator irreversível; assim o processo da decomposição permite que a vida exale seu aroma em ciclos, pois tudo se processa como pela concessão de um empréstimo, com seu preço estipulado em Touro (seu Princípio Passivo), o respeito e valor absoluto das coisas, mantendo as criaturas apenas como hóspedes da natureza. Sem essa decomposição tudo permaneceria “preso” ao sentido de um tempo “estático”. Como oitavo signo rege a lei das oitavas: o que é uma oitava (em seu amplo sentido), senão uma propriedade de geração, quer dizer, se o universo se desenvolve em escala natural (de 7 em 7 como parte), qualquer oitava vale como uma réplica do todo, seu inconsciente, sua antiforma. Se Libra equipara uma categoria com outra, Escorpião difere uma da outra, fundamentando com isso o poder do sexo. Generalizando, uma oitava difere de sua tônica fundamental, assim como a Criação difere de seu Criador; e dessa forma, ela está sujeita a leis específicas, do mesmo modo como é simbolizado no mito de Plutão, o qual mantinha suas ordens sob um sistema radical. Isso esclarece o poder da força sexual como forma de impor a lei do movimento, um fator básico de sentido existencial, onde a vida apenas empresta sua força através desse meio de transformação. Em suma, esse signo realiza o movimento por meio da decomposição, metamorfose, transformação e catarse, conforme a propriedade do Silêncio.; por isso representa a matéria prima da Criação ou “oitava”como fator comum de todas as coisas, onde o que estancar deve se decompor afim de encontrar o sentido de um novo movimento. Se Áries vale como dinamismo externo, sua Oitava, atua de forma interna, essa é a base desse signo como Ascendente.

O Princípio Passivo (Sétima Casa) é representado por Perséfone, o valor obtido com grande esforço (por rapto). Touro equivale a um estímulo pelo desenvolvimento desse seu Princípio Ativo (Escorpião). O Meio Ativo representado por Sagitário, indica que esse fator válido como instrumento (meio), permite expansão, crescimento, novas metas, sob a exigência de constantes transformações (após a decomposição o sentido é da recomposição). Plutão significa “riqueza”, simbolismo que se encontra nessa associação com a abundância expressa em Sagitário, como Meio Ativo; é por esse intermédio que esse Ascendente implica em profundidade. O Meio Passivo representado por Gêmeos, remonta o sentido musical de Orfeu, o que pode indicar poderes ocultos (latentes) ou permitir o desenvolvimento de “grandes habilidades”; de fato, sendo Escorpião um signo fixo, apresenta persistência, uma capacidade para se desenvolver através do exercício (Gêmeos). O Crédito do Fim (terceira casa) se encontra em Capricórnio, e os meios de comunicação do Hades pelos rios Estige e Aqueronte, por Caronte e Cérbero (além das entranhas da terra). Nessa posição, esse signo determina seriedade com os meios de comunicação, conforme sua qualidade fria e seca (assim como Caronte); pois implica num tipo de informação inconclusa, expressa sob certa função diplomática e entre uma condição simbólica, geralmente aflorada do inconsciente, o que pode ferir profundamente «seu semelhante» no uso da palavra ou por outra forma de transmissão das mensagens; Cérbero, o cão de três cabeças (questão, razão e conclusão = malícia), vigia de forma acirrada, para que os intrusos não possam se aprofundar no Hades. O Débito do Fim no signo de Câncer, indica uma forma de expansão mais de fundo emocional; Radamanto e os outros juízes infernais, tinham em seus processos implicações sob uma questão mais anímica; portanto isso caracteriza um sentido psicológico; e são assim também as espécies de julgamentos desse tipo de ascendente. Esse tipo de juízo simbolizado pela Lua pode ser algo imprevisível e radical; Perséfone ficou presa ao Hades por ter comido seis sementes de romã, fato condizente a Câncer, um signo indicativo da maternidade (gravidez). O Crédito no signo de Aquário: o que gera Escorpião é a evolução (o progresso); a razão da morte se encontra em função do “novo” (Aquário que determina o inesperado), o qual surge tornando o antigo algo supérfluo (em desuso). Esse crédito está associado ao precipício do Tártaro, onde se encontra a força da gravidade como gerador do Hades. O Débito contendo o signo de Leão implica na formação de coerência, de verdade, realidade e consciência ou de lógicas geradas em Escorpião; se existe uma verdade a qual ninguém «em sã consciência» poderá negar resulta em saber que a morte não se pode evitar, algum dia deve chegar. O fato é que o inconsciente (Escorpião), em seu despertar resulta no consciente (Leão). O Crédito do Meio, como signo de Peixes, indica que o sentimento desse ascendente deve transcender como espiritualidade; o amor de Orfeu (como sacrifício), define bem o sentido dessa quinta casa. O Débito do Meio em Virgem, está associado ao Letes, rio da purificação, indicando uma”liberação (ou libertação) desse ascendente através do reconhecimento, pesquisa e naturalidade, por questão de suas associações (décima primeira casa). O Fim Ativo em Libra se relaciona aos “castigos do Hades; as penas impostas em razão da reciprocidade em função dos relacionamentos. O “outro” (Libra) tem sentido cármico em Escorpião, o qual permanece em sua busca, assim como Orfeu de Eurídice, pela redenção em questão de seus relacionamentos; a lira se apresenta como fator de sublimação.

Num mapa astrológico, tudo que se encontra em Escorpião, seja um planeta ou uma cúspide, se mantém em constante transformação, representando também um elemento de difícil controle. Plutão representa a força que submerge (compulsão), que comprime, que se transforma ou que faz compelir. Marte como regente tem sentido mais de força dinâmica, interior e emocional.
(continua)



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