quarta-feira, 14 de abril de 2010

Fundamentos Qualitativos do Triângulo (2)



Informes anteriores sobre o assunto:
Fundamentos Qualitativos do Triângulo (1) (para a leitura complementa)





Fundamentos Qualitativos do Triângulo

O triângulo em sua forma qualitativa – conforme definições anteriores -, em síntese, implica em toda manifestação (ou consistência).

De acordo com Papus: “a unidade representa o princípio criador dos números, posto que tudo emana dela. Ela é o princípio ativo por excelência. Mas, somente a unidade nada pode produzir, salvo opondo-se à si mesma; disso resulta a dualidade representada pelo número 2 (princípio passivo por excelência). Da união entre unidade e dualidade, nasce um terceiro princípio, que reúne os dois opostos em um fator comum (1 + 2 = 3). O 3 representa portanto, o princípio neutro – ou a manifestação – por excelência.”

Isso poderia ser deferido também como o princípio de integração – universal – por excelência.

Conforme Hermes: “é verdadeiro, certo e real; o que está embaixo é como o que está encima , e o que está encima é como o que está embaixo, para cumprir as causas – exigências – de uma só coisa. Do mesmo modo em que todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas se desenvolveram dessa coisa única, por adaptação.” (conforme: A Tábua de Esmeralda).






Além de outros significados, esse texto explica que na trindade se encontra o próprio sentido a ser tomado para a realização da Grande Obra – alquímica. E, nisso não há nenhum sentido figurado; o que a frase revela se apresenta de modo explícito. Se a unidade representa a força criadora, e a dualidade a matéria prima, a trindade já implica na concessão da Liberdade (3) em termos da própria realização. Só mesmo entre dois sentidos opostos é que pode haver a Liberdade, onde se encontra o poder e a lógica de uma escolha natural. O triângulo é a forma – ou símbolo – da Liberdade, porque representa os três elementos básicos dessa realização: enxofre, mercúrio e sal (ou arsênio). É preciso esclarecer que, enxofre, mercúrio e sal, não são necessariamente – em termos de alquimia – as substâncias assim – comumente – denominadas. Como sentido básico da Liberdade se encontra também o padrão Tempo, implicado em: Presente, Passado e Futuro. Sem a manifestação – ou condensação – do fator Tempo, não poderia haver nem princípio e nem fim (18 Eternidade / 30 Tempo / 42 Princípio); pelo menos, em relação a esta “pós criação” (denominação esta, que transcende e extrapola este texto). O Tempo “carrega” – ou transcreve – o próprio “Livro da Vida”, em cujas páginas se desenrolam as ilimitadas manifestações – ou consistências - criadas. Do tempo é possível extrair as seguintes relações: um princípio ativo, indicativo de presente, um meio ativo de futuro e uma finalidade ativa de passado. O Princípio Ativo – como Presente – é o próprio momento decisivo, representando: o movimento, o modo de agir, a decisão e suas características temporais de moda – tendência contemporânea -, o que determina a própria Liberdade de ser. O Meio Ativo – como termo do Futuro – representa o instrumento aplicado nas ações. Caracteriza o elemento que está sob o domínio – ou aspirações – de um princípio ativo. Implica em Futuro porque determina o destino – o Futuro do Princípio Ativo depende de seu Meio Ativo. A Finalidade Ativa indica a meta do Princípio Ativo – em sua dependência – em razão do Passado, que reflete o karma, reavaliações, reajustes e possíveis sublimações.

Resumindo, toda manifestação - ou consistência – implica nesses três estados temporais. Em síntese, a tríade representa a Liberdade pois, até em sua forma quantitativa (aritmética) se expressa como tal, porque: 1 + 2 + 3 = 6; 1 X 2 X 3 = 6; ou 3! = 6; ou seja, é o único número privilegiado com tal propriedade. Entretanto, em termos qualitativos, existem inesgotáveis propriedades pertinentes ao ternário – umas conhecidas e outras para serem descobertas. Mas, é possível empregar pelo menos três qualificações do triângulo, que determinam relações importantes. Tais qualificações são baseadas em diferentes – tipos – condições de “manifestação”- ou consistência -, de acordo com indicações ternárias; possíveis em termos de combinações.

A primeira propriedade qualifica o sentido global do ternário, portanto, se apresenta “dotada” de um grande sentido extensivo, dificultando assim a diferenciação entre as outras, a qual pode ser classificada como: Interação. A segunda propriedade ressalta a diferença de categoria entre os três elementos de um ternário, a qual pode ser chamada de: Classificação ou Especificação.

A terceira propriedade indica as manifestações, em termos de tríade, sob as combinações de elementos, que se encontram em estados de exclusividade – quanto a um em razão dos outros dois, a qual pode ser chamada de: Estados – ou níveis – do ternário.

Tudo se torna assim tão sutil que, só com a aguda observação de exemplos – e seus detalhes - é que pode ser discernida tais diferenciações. No entanto, é algo assaz importante como meio – ou instrumento – de auxílio nas interpretações.

Interação – manifestaçãocriaçãoformaçãoconivência - dependência

Ponto – Reta – Forma
Espírito – Alma – Corpo
Átomo – Elétron – Molécula
Indivíduo – Identidade (nome,documentação) – Cidadão
Criador – Criação - Criatura

O que identifica a Interação é a formação de uma unidade, dentro de uma atuação mútua.

Classificação – Distribuição

Mineral – Vegetal – Animal
Material – Espiritual – Divinal
Ácidos – Bases – Sais
Elétrons – Prótons – Nêutrons
Criação – Pós Criação - Natureza
Cardinal – Fixo – Mutável

Indica uma manifestação natural e espontânea de elementos – diferenciados entre si. Auxilia na interpretação de assuntos mais elevados; filosóficos.

Estados – Níveis (equivalências em exclusivas manifestações dimensionais)

Presente – Passado - Futuro
Sólido – Líquido – Gasoso
Comprimento – Altura – Largura
Grandeza – Unidade - Medida
Autor – Obra – Leitor
Semente – Árvore – Fruto

Representa as possibilidades de manifestação da mesma unidade – em suas diversas dimensões.

Paracelso define as três funções – dos alquimistas -: enxofre, mercúrio e sal (ou arsênio), como que dentro desta categoria; pois, tais elementos implicam apenas em estados (ou dimensões de uma coisa única).

Apesar da importância destes três qualificadores do triângulo, se torna também algo capaz de gerar “polêmicas”, por exemplo: Cardinal, Fixo e Mutável poderiam ser indicados também como pertinentes tanto para a classe “Interação” quanto para a de “Estados”, pois representam uma unidade. Entretanto, são manifestações trinas tão espontâneas – expressas desde a Eternidade - que se estalam naturalmente em Classificações do Triângulo. E, muitas outras mais – em termos de polêmica - como: Espírito – Alma – Corpo, etc. Um nome – em numerologia - pode ser muito bem “esmiuçado” com os recursos do triângulo e os 144 números. O mesmo pode ser dito em relação aos planetas – em astrologia.
A importância deste recurso – em termos de interpretação – consiste na possibilidade de se encontrar um denominador comum (caso haja) entre os elementos de um ternário, ou também de poder determinar se o sistema é constituído de fatores equivalentes ou simultâneos. Isso é importante porque: o que é simultâneo não pode ser equivalente – pelo menos em termos de Espaço e Tempo. O fato é que as grandes fórmulas – no sentido quantitativo – também foram equacionadas – quase todas - sob o regime (ou forma) do ternário (baseadas em: Grandeza = Unidade X Medida; pode parecer “irônico”,mas é real.). O próprio Einstein procurava unificar elementos análogos para enfim poder determinar uma unidade ternária; o que permitia uma formulação matemática, pois:

Todo conhecimento que não pode ser expresso por números é de qualidade pobre e insatisfatória (Lord Kelvin).

Toda Questão já deve trazer implícita em sua Formulação: a própria Solução. Eis um Fundamento Qualitativo do Triângulo.