segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Dédalo e Ícaro

Dédalo e Ícaro
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Dédalo e Ícaro



Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.

Dédalo e Ícaro






Dédalo, descendente de Erecteu, de Atenas, como discípulo de Hermes (Mercúrio) se tornara um artista incomparável, se destacando como arquiteto, estatuário e até mesmo como inventor; chegando a criar várias ferramentas importantes, ou seja, a machadinha, o níveo, a pua e outros instrumentos de valores técnicos indispensáveis e ainda obteve a inspiração de poder substituir o uso da vela – com outro recurso de melhor propulsão –, resolução definida pelo uso dos remos nos conformes do ritmo determinado (dirigido em razão do domínio – ou regência – em termos de uma equipe). E, ficara famoso ao modelar estátuas – “em marcha” – que pareciam animadas. Certa ocasião, aceitou de sua irmã a incumbência de ensinar mecânica – e outras técnicas – à Pérdix, seu sobrinho. Mas, o aprendiz (de doze anos) era criativo demais; caminhando pela praia, ao encontrar uma espinha de peixe, inspirado nessa forma, idealizou seu modelo sobre o ferro – como material –, dando origem à primeira serra; e, assim prosseguia em suas invenções. Despeitado, Dédalo – estando a sós com Pérdix – aproveitou aquele momento exato, empurrando seu sobrinho do alto de uma torre. Entretanto, Atena que observara o fato, metamorfoseou o menino num tipo de ave que – por essa razão – recebeu o nome de perdiz (um pássaro rasteiro por causa do trauma das alturas). Dédalo, tentou justificar o fato como acidental, mas foi condenado à morte, pois o crime se tornara evidente; então, fugiu para Creta.



Em função de sua capacidade, foi muito bem recebido por Minos, rei de Creta; aceito como uma espécie de ‘mestre’ (especial), indicado para trabalhar nas resoluções (ou questões) conforme as necessidades da corte.    



Acontecia naquela instância o desagravo de Minos sobre o deus Poseidon, o qual com sua influência – extraterrena – implantou em Pasifaé – rainha de Creta – uma obsessão sob a forma de atração – irresistível – pelo touro branco que, Minos (desrespeitosamente) desdenhara lhe oferecer em sacrifício. Dédalo, ao ser abordado como conselheiro, reconciliou as intenções da rainha; construindo uma vaca oca – com as medidas ideais (perfeitamente adaptáveis) – para que esta pudesse se instalar, sem nenhum constrangimento ao touro, o qual, antes, já se mostrara arredio frente ao corpo – nu – dessa mulher. 



Dessa aberração se originou o minotauro.



No entanto, Minos – o rei – relevou a conivência de Dédalo – entre essa traição da rainha –, pois precisava desse arquiteto para a construção de um labirinto como esconderijo e moradia do minotauro, o qual se alimentava apenas de carne humana (exigindo intermináveis sacrifícios). Durante muitos anos – nesse reino – ocorreram essas atrocidades em razão desse monstro.



Mas, para aplacar essa fúria devastadora, finalmente surgiu Teseu que, conseguiu abater essa fera, graças aos imprescindíveis auxílios de Ariadne (filha de Minos), a qual, por esse príncipe se apaixonara. Entretanto, Ariadne só conseguiu ajudar Teseu, em função do aconselhamento que obtivera de Dédalos, o qual lhe instruiu – como única opção de poder sair do labirinto – o emprego de um novelo de lã. Ciente de todas as ocorrências – em seu reino –, dessa vez, Minos não poderia perdoar – tal traição de seu arquiteto –:  Dédalo e Ícaro, seu filho, foram aprisionados no labirinto.



Ciente de que seria impossível uma fuga, por terra ou por mar – o labirinto era cercado de soldados –, Dédalo presumiu poder escapar pelo ar; passando a se dedicar com afinco na manufatura de dois pares de asas (utilizando penas e cera).



Antes da decolagem alertara seu filho sobre os riscos daquele vôo, ou seja, para que ele não voasse nem muito baixo (perto do mar) e nem muito alto (em direção ao sol). Mas o ingênuo Ícaro era confiante demais – junto ao pai –, então visando o sol como referência voou. . . Na constância desse ato a cera começou a derreter, até que, desaprumado, Ícaro foi caindo. . . Isso fora tão momentâneo que, nem diante dos inauditos esforços de Dédalo, Ícaro conseguiria se salvar, se afogando no mar.



Sob os mais drásticos pesares de pai (em luto), Dédalo (carregando Ícaro), pousou na mais próxima ilha, a qual passou a se chamar Icária, para sepultar seu filho. Descreve Ovídio: durante esse sepultamento, surgiu de uma vegetação rasteira uma graciosa perdiz, com um “bater infante de asas” durante sua carreira (ação própria de pássaros imaturos na arte de voar); como se a reciprocidade houvera se consumado.
Inconformado com a fuga de seu arquiteto, Minos instituiu uma grande esquadra e partiu em sua captura; inclusive, prometendo recompensa para quem pudesse indicar seu paradeiro. Depois de muita busca, finalmente, conseguiu localiza-lo junto ao rei Cócalo, na Sicília, para onde se dirigiu. Mas, Dédalo já era muito querido na corte, por causa de suas criações e inventos; então, o rei não permitiria que nada de ruim lhe ocorresse. Por isso, Minos, hospedado no palácio, embora sendo tratado com cortesia, enquanto se banhava foi assassinado com água fervente. O cadáver foi devolvido aos creteses, com a alegação de que este houvera tropeçado em um tapete e caído dentro de um caldeirão quente. Dédalo passou o resto de sua vida na Sicília, onde continuou com suas edificações, deixando muitas obras.

Comentário:

Esse mito se relaciona (em grande parte) com a Ascensão, número 61, o qual se encontra na hierarquia da Coragem, representando (de forma prática) os grandes empreendimentos, quase sempre arrojados (ousados); conforme sua colocação nessa escala: 49 / 61 / 73, ou seja, o Heroísmo se expõe até o ponto em que fica por conta da Ascensão, a qual só se limita em razão do Triunfo (numa seqüência de sentido extremista). Conforme o quadrado da cruz, a Ascensão possui como Meio Ativo (instrumento pelo seu atuar) a Fertilidade, número 68, o qual se define também como: propulsão, galhardia e motivação (neste caso representado no mito pelas aptidões de Dédalo). E, como Finalidade Ativa (dentro do mesmo sistema) a Atualidade, número 66, o qual também significa tempo presente; mantendo assim nessa conotação um significado – deveras – importante, ou seja, indicando que em toda Ascensão (no sentido lato da palavra) autêntica, não seria possível determinar uma conclusão – definitiva –, pois, esse tipo de atividade sempre implica num severo e constante prosseguir (interminável). Mesmo porque, esses dois números se encontram entre o 127 (= 61 + 66), portanto, não são equivalentes.  O fato é que, nessa atividade, ‘parar’ (não seria permitido), significaria a queda. Em outros termos, a Ascensão não se define em razão do momento – presente (66) –, e sim, em função da Realidade (61 – 10 Pureza = 51 Realidade). Por isso, muitas vezes, ela (61) pode confundir “mentes brilhantes”, quanto ao seu autêntico sentido (existencial); pelo fato (observável) em que: 61 + 39 Ilusão = 100 e 61 + 83 Fraternidade = 144 (conforme ‘Polarizações Numéricas’). Dessa feita, muitas pessoas se julgam “em ascensão” (espiritual), pelo simples fato de estarem associadas (de modo comprovado) em certas fraternidades (seitas, etc.), consideradas de “grande valor” em termos de elevação (pura ilusão). O estudo sobre ‘Penas Irrevogáveis’ esclarece esse sentido: 61 + 44 = 105 Convicção e 61 + 35 = 96 Concórdia; quer dizer, a Ascensão não tem o direito de ser ‘convicta’, pois, determinaria – dessa forma – a mácula da Concórdia (96). E, tudo isso ocorreu com Dédalo, que concordou na execução de “coisas” erradas, permitindo até a manifestação da própria inveja.    



Dédalo e a Inveja

A Inveja (significando: “olhar com maus olhos”) era representada por uma mulher repugnante, envolvida pelo corpo por serpentes, numa espécie de combate contra si própria; condição engajada entre os 144 números (logicamente, em termos negativos) pelo número 137. Poderia parecer estranho que um gênio como Dédalo pudesse “ter caído” pela inveja, entretanto: (61) 205 – 137 Inveja = 68 (Meio Ativo de 61). Isso até esclarece as atrocidades existentes entre membros (considerados em “ascensão”) das chamadas Fraternidades (sob discrepâncias inevitáveis) observáveis de modo explícito.
Muito mais – do que isto – poderia ser dito em razão desse mito, mas isso deve ficar para a opinião de cada um.


(continua)

Legado utilizado como bordão:
“Todo conhecimento que não pode ser expresso por números é de qualidade pobre e insatisfatória” (Lord Kelvin).