segunda-feira, 4 de abril de 2011

Prometeu

Prometeu

MITOLOGIA E ASTROLOGIA - Mito de Aquário: Prometeu
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Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.



Prometeu

Prometeu era filho do titã Jápeto e da oceânida Clímene; irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio; sendo reconhecido como mediador entre os mortais e os deuses. Conforme Hesíodo, ele e seu irmão Epimeteu tinham a incumbência de criar todos os animais terrestres. Nessa obra, competia a Epimeteu a tarefa criativa, enquanto Prometeu, por seu alto grau de inteligência, se encarregaria da supervisão. Munido desse grande poder, em razão das irradiações (criativas) recebidas no limiar do domínio terrestre; Epimeteu atribuiu a cada forma animal concebida dons especiais como: de coragem e força; segurança e crescimento; liberdade e rapidez e demais virtudes; tudo nos conformes lógicos de cada espécie (assim determinada por ele); ou seja, uns portando garras, outros asas e assim por diante (como se torna possível reconhecer em cada tipo de animal); esgotando assim o que seria capaz de imaginar.




Prometeu, em sua assessoria, notou que faltava em tais criaturas vivas a virtude do “senso” (denominada assim por ele), ou seja, nenhuma delas seria capaz de: exercer a arte; empreender estudos; compreender a essência das coisas; aplicar o princípio do pensamento lógico; se comunicar com os deuses, etc. E, nessa reflexão presumiu estar contida na terra a grande síntese, ou seja, que nela se encontrava o elemento de adjunção das irradiações como fator de consistência. Assim, pelo barro ele modelou o homem terrestre. Empolgada por sua façanha, Palas Atena se ofereceu em auxílio daquela obra; obtendo desta, com o seu pedido: uma visita aos paramos celestes; fato justificado como a forma de ampliação de seus conhecimentos em razão do projeto. Então, do Olimpo ele roubou o Fogo dos deuses, elemento indispensável para complementar a sua criatura humana.


Zeus, em represália pelo atentado – aplicando o mesmo princípio, por castigo – exigiu de Hefesto a modelagem de uma “mulher ideal”, a qual em assembléia, obteve uma virtude especial de cada um dos deuses (beirando assim à perfeição); e por último recebeu como presente, uma caixa selada; sendo transportada por Hermes aos redutos de Prometeu. Mas este, nem quis abrir precedentes, dispensando logo aquela deslumbrante criatura. Entretanto, encantado, Epimeteu desposou Pandora, assim denominada (por significar ‘aquela que tudo dá’). E, num ato de extrema curiosidade, Pandora abriu a misteriosa caixa, libertando então todas as desgraças humanas; mas, em Misericórdia pela humanidade a Esperança se embrenhou no interior desse objeto.



Zeus, frustrado (em parte) com sua estratégia, por ter atingido Prometeu, apenas indiretamente – em razão de sua astúcia –; como novo castigo ele deveria permanecer acorrentado (durante 30.000 anos) no monte Cárcaso, tendo diariamente seu fígado dilacerado por uma águia, e regenerado no dia seguinte para haver continuidade do suplício. Mas, Prometeu em sua ideação ainda mantinha um poderoso ultimato (do tipo: “trunfo”) passivo de uma revelia dessa penalidade; o qual consistia na revelação de um segredo (oriundo de uma de suas fontes especiais) sobre Tétis que, por predição haveria de ter um filho com a capacidade – inexorável – de superar seu próprio pai, em todos os sentidos. Ciente desse alerta – conforme lhe informara Hermes – Zeus, por precaução (em garantia de seu trono) deixou de galantear Tétis, que por isso desposou o mortal Peleu, cujo filho (produto dessa união): Aquiles, superara o próprio pai. Como de fato se cumpriu o aviso, Zeus, por gratidão, permitiu que Hércules o libertasse; e para não caracterizar desmando, Prometeu deveria usar até o fim de sua pena, um anel de ferro com uma pedra do Cáucaso engastada, simbolizando assim sua permanência em clausura. Em um banquete de confraternização entre deuses e humanos, ocorreu o seguinte: Prometeu matou dois bois, enchendo uma das peles com a carne e a outra com entranhas e ossos, astutamente envoltos pela gordura do animal. Nesse jogo, Zeus deveria escolher um entre os dois, sendo que, o por ele sorteado, seria um paradigma em termos de oferendas humanas aos deuses (como hábito, daí por diante). Zeus errou na escolha, e mesmo irritado, teve que manter o senso desportivo (em grande benefício para a espécie humana).



Em outro mito, Zeus, inconformado com a malícia que se desenvolvia – em razão do livre arbítrio – determinou um fatídico dilúvio terrestre, pela reforma da espécie humana criada por Prometeu. Deucalião, filho de Prometeu, reinava na Tessália ao lado de Pirra, sua mulher, quando isso ocorreu. Assim, a terra ficou inundada, salvando apenas Pirra e Deucalião; pois foram alertados por Prometeu sobre esse fato.



Quando as águas baixaram, como únicos sobreviventes, ofereceram sacrifícios aos deuses; e em consulta ao oráculo da deusa Temis, receberam o seguinte aviso: “Para repovoar a terra, atirai para trás, os ossos de vossa avó”. No início, Deucalião ficou desconsolado – sem saber o que fazer –, mas, depois de refletir, compreendeu a analogia: a avó era a terra e seus ossos eram as pedras. Então, eles passaram a caminhar atirando para trás pedras; as que eram atiradas por Deucalião se transformavam em homens e das que eram jogadas por Pirra, surgiam mulheres. Assim a terra foi sendo repovoada.

(continua)