quarta-feira, 9 de março de 2011

Histórico do Inconsciente

Histórico do Inconsciente

O Advento da Psicologia VI: Histórico do Inconsciente
Histórico Ritualístico – do Inconsciente Coletivo



A revelação de Freud sobre o inconsciente, suscitou nos meios científicos a possibilidade de inúmeras definições em razão da mente humana. Teoricamente, ficava a transparência de uma estrutura receptiva para outras concepções, como por exemplo: de um inconsciente individual, um familiar e um coletivo (logicamente humano); e de forma mais óbvia – e indispensável –, uma certa noção de um “outro” – timidamente – com sentido universal, conforme a teoria dos arquétipos (Jung); convém salientar, como indicativo de moral pelo condicionamento da esperança – objetivo da fé – um componente de direção existencial, reconhecível pela formação dos sentimentos de culpa (por esse determinante). Considerando a veracidade dessa estrutura, necessário se torna relevar o histórico ritualístico da humanidade, como fator preponderante para as questões relativas aos inúmeros tipos de fenômenos psíquicos. O fato é que a formação (melhor definido como: ampliação) do inconsciente coletivo em relação ao sentido humano, sofreu com a imprecação – indelével – de cultos hediondos durante longo tempo. Antes disso, esse mecanismo (dito aqui universal) era pujante em sua função de “alerta” quanto ao atuar correto em razão de conjunto; não importa – agora – como isso possa ser discernido, ou seja, se era efetivado sob a direção de “deuses” ou por outros meios (aqui não entra em conta teologia nem opinião pessoal) transcendentes. Grandes civilizações do mundo todo, com seus rituais macabros e sanguinários praticaram verdadeiros “ensaios” para a implantação da insanidade mental (em razão do caráter humano), em termos de sua reversão futura. É de se supor que, no começo das civilizações, a formação do inconsciente coletivo tendia mais para um certo estado de neutralidade, ou melhor, para condições de lucidez, seguindo o sentido coerente da vida, em razão de conforto ( e prazer), conforme o próprio princípio de Freud – pela predominância do estágio oral (adaptação). Os símbolos míticos se formavam pela concepção de “deuses” benignos e protetores. Aliás, o próprio Jung, em sua concepção de Arquétipos, vislumbrou a possibilidade de tal “conteúdo” (no inconsciente coletivo); mas, deposto frente ao prenuncio dessa contingência reveladora, baqueou, afirmando: “outros podem prosseguir alem disso, eu não!” (como se temesse ser arrebatado pelo Tártaro). Porem, no decorrer do tempo, como numa espécie de “fase genital” (epidemia), a crença se fixou na idolatria de deuses avassaladores, contraditórios e cruéis, que induziam os homens em busca do poder e da posse (luxúria). O fator da sexualidade se tornou o valor mais alto da personalidade. A mulher se fixava no “dom” da maternidade, como sua melhor forma de expressão ou qualidade feminina – até como providencial meio de defesa (ou de poder?!). No homem, sua qualidade precípua se tornou a força bruta, porque dava proeminência ao impulso competitivo (de valor). Isso até serve para justificar a ideologia de Freud junto ao fator da sexualidade, bem como, a de Adler – vista de outro prisma – pela sustentação da teoria do poder (pelo valor). Daí surgiram os ritos satânicos como numa espécie de neurose “premeditada” (e vindoura), cujo exercício servia apenas para justificar o dom do livre arbítrio humano (como máximo fator de sentido existencial). Parece que esse impulso serviente em razão de forças malignas, não dependia apenas do infausto folclore de determinadas extensões geográficas como por exemplo: da Ásia Menor, pois ocorreu em todo o mundo. Alhures – sem cogitar o valor de cada civilização –, o mal se estendeu da sua própria maneira, o que apenas contribuiu pelo condicionamento generalizado do inconsciente coletivo.




O culto de Baal – um dos mais terríveis – por exemplo, que deve ter se originado na Ásia Menor – o qual não se sabe onde e nem quando – atingiu a Assíria, Babilônia, Caldeia, Fenícia e se alastrou até a China, alcançando a Grécia, Roma e outros reinos. Este, era venerado sob diversificados “nomes”, mas a doutrina em si era a mesma.; e isso ocorreu acerca de 4000 anos AC. Seus ritos suscitavam a expressão da crueldade pelo despertar do sadismo e do poder.




Vítimas humanas eram sacrificadas, tendo os corações arrancados e triturados numa espécie de “pasta”, pela composição de um certo elixir denominado mágico e poderoso, com o qual se serviam seus sacerdotes. Era um culto indescritível em termos de agressividade, uma verdadeira loucura. Na Caldeia, o culto para a “deusa da maternidade” incutia na mulher a necessidade de proliferar, o quanto mais vezes possível, como se fosse sua única qualidade feminina; mas tudo isso, justificava apenas o regozijo pelo poder do livre arbítrio humano. Seria extensivamente impossível descrever demais práticas, como a do deus falo ou do deus Dionísio – ambos na Grécia –, e de tantos outros.




Barbaridades análogas ocorreram na Índia, África e Américas – coincidentemente quase na mesma época (como se fosse uma influência coletiva). E toda essa reminiscência pela formação do Inconsciente Coletivo, provem apenas de apuradas e comprovadas pesquisas arqueológicas. Ironicamente, as crises de demência de modo geral, parecem remontar as alucinações daqueles rituais demoníacos. Basta que se leve em conta as questões de sadismo ou de masoquismo quanto aos desequilíbrios. A compulsão sempre mostra uma dessas facetas: a do carrasco ou a da vítima. Nisso, se encontrava as próprias razões teóricas (ideológicas) de Adler. Na verdade, numa crise – de qualquer nível – nada mais ocorre do que a apresentação de um ritual, criterioso, ou melhor, condicionado pelo complexo, que pode ser autônomo nos casos avançados. O fato e que, esse complexo autônomo – do histérico ou do demente precoce –, deve transcender fatores de educação, cultura, formação social, traumas e quaisquer outros, como o próprio Charcot soube demonstrar com a hipnose. A neurose parece que já instiga a florescência desses elementos adormecidos ou latentes no inconsciente coletivo. Desse modo, a compulsão determina estados coniventes com esses conteúdos (arraigados estados da personalidade). Em resumo: isso define o inexorável estado de “sentimento de culpa” – do existencial humano. Em síntese: o Inconsciente Coletivo é o componente de conteúdo universal  –existencial –, o qual pode ser melhor discernido conforme as seguintes indicações:









(continua)