sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mitos da Amizade

Mitos da Amizade
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da Amizade

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.

Mitos da Amizade



A Amizade

Filha de Nix, a Noite, sob um tipo de “procriação independente” (dada como propriedade exclusiva de algumas deusas fundamentais), Philates, uma deusa – de porte menor – era caracterizada pelo dom da amizade; em cuja qualidade – desse fator – incluía também o sentido de afeto, carinho, admiração, interesses ou até com a “possibilidade de contatos”, ou seja, quase nos conformes de Eros, o deus da paixão.



No entanto, nos cultos de gregos e romanos, era expressiva a veneração de uma deusa – como regente – da Amizade (considerada indispensável nas exaltações), embora sob certas qualificações alegóricas.
Na Grécia, sua estátua definia uma bela moça vestida com roupa justa (afivelada); cujo modelo identificava os seios descobertos; a qual, nessa simbologia, mantinha a destra sobre o coração, guarnecendo com a esquerda um ramo de vinha.
Em Roma, sua estátua era configurada por uma bela mulher sempre vestida de branco e coroada de flores, em cujo emblema apresentava a seguinte inscrição: “Inverno e Verão”; sendo que, na franja de sua túnica continha os termos: “Morte e Vida”. Além disso, como simbolismo, indicava com a mão direita o coração, no qual havia a seguinte frase: “De Longe e De Perto”; cuja imagem se apresentava sempre com os pés descalços.
Portanto, entre esses povos antigos, esse qualificativo (disseminado) de Amizade se despontara ou se evidenciava sob um valor inestimável; conforme em várias fábulas, tal teor (ou padrão) se acentua.




Orestes e Pílades

Electra, pela efetivação do adultério de sua mãe – Clitemnestra – com Egisto, passou a espreitar os dois, em cuja atitude soubera de um certo plano no qual requeria o assassinato de seu irmão, que era apenas uma criança; outrossim, configurado como um tipo de “ameaça”, por questões futuras do casal; decidindo, prontamente, envia-lo – às ocultas – para junto de seu tio Estrófio, rei da Fócida, esposo de Anaxália, irmã de Agamêmnon (seu pai).
Por esse motivo, Orestes passou sua infância junto de seu primo Pílades, cuja relação implicava numa imensa amizade, a qual, para ser definida exatamente (conforme a qualificação grega desta fábula), se caracterizava num sentido de ordem proverbial (modelo); se desenvolvendo nesse período, sob os informes, alertas e queixumes de Electra (sobre a guerra de Tróia e demais eventos); que assim agia como uma educadora – à distância –, pois expunha seus conhecimentos, em razão dos quais seu irmão compartilhava ao seu companheiro.




Quando se tornou adulto, fortalecido pelo dever (semeado pela própria Electra) de vingar a morte do pai, entrou secretamente em Micenas na companhia de Pílades, com essa finalidade já  bem estabelecida; cumprindo assim com êxito o seu plano, ou seja, matando impiedosamente Egisto e sua própria mãe; embora, desde esse ato, passou a ser atormentado pelas fúrias, em razão de seu crime hediondo.




Dado a esse transtorno, como numa espécie de fuga, se tornara um peregrino, viajando de reino a reino, sempre na companhia de Pílades, a velar por ele; ambos em busca de uma condição aprazível.
Uma tentativa promissora para a cura dessa insanidade, consistia em obter a preciosa estátua de Artemis (Diana), considerada como tendo caído do céu, a qual possivelmente se encontrava em Táuris, na Cíntia; portanto, para esse reino os dois se dirigiram. 



No entanto, os bárbaros habitantes dessa região mantinham sob costume (ou crença) aprisionar cada estrangeiro que lá ousasse adentrar para depois sacrifica-lo em louvor à essa deusa. Então, inevitavelmente, Orestes e Pílades foram capturados e entregues no templo para serem imolados. Entrementes, movida por um presságio, a sacerdotisa declarara que, somente um entre os dois estranhos deveria ser sacrificado. Em súplicas, tanto de um quanto do outro, ou melhor, Orestes se prontificava ao sacrifício pela salvação de seu amigo, do outro lado, Pílades implorava para poder cumprir a pena.



Curiosa pelo fato, a sacerdotisa quis conhecer um pouco daquela história a qual unia tanto assim os dois, se surpreendendo ao reconhecer que estava diante de seu irmão e de seu primo; pois, ela era Ifigênia, irmã de Orestes; dada como morta (entre todos de Micenas) durante o seu – divulgado – sacrifício, em uma oferenda de Agamêmnon aos deuses. Acontecera que, nessa cerimônia, Ifigênia houvera sido raptada (e salva) por Artemis, para depois ser eleita sua sacerdotisa. Esclarecidos pelos fatos, os três decidiram fugir, uma condição que implicava em certa estratégia. Para contornar a situação, Ifigênia, em razão de sua autoridade local, conseguira impor sobre aqueles “crentes”, certas exigências, embora descabidas, mas astuciosas, do tipo que bem lhe aprouvesse como: “o sacrifício precisaria ser feito no mar na presença exclusiva da estátua de Artemis”, etc. Dessa forma, munidos da estátua conseguiram fugir.

Em suma, dado ao essencial já concluído neste tema, seria preciso incluir ainda   alguns detalhes deste mito:
Paciente ainda de insanidade, Orestes se prontificou a enfrentar como acusado um tribunal em Atenas, tendo como promotoria desse seu processo as Fúrias; cujo julgamento resultara em empate, tendo sido absolvido, apenas em razão do (célebre) “Voto de Minerva” (da deusa Atena).
Depois, Orestes estimulou Electra a se casar com Pílades, e, também se casou com sua prometida prima Hermione, filha de Menelau; justamente depois de conseguir matar Pirro (filho de Aquiles), o qual a havia raptado.


(continua)