terça-feira, 15 de junho de 2010

O Mito de Áries

MITOLOGIA E ASTROLOGIA: O Mito de Áries
Anterior: Jason e Medeia
Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.

O Mito de Áries: Interpretação

Áries com Princípio Ativo



Princípio Ativo: Áries – Princípio Passivo: Libra

O eixo Áries-Libra implica na lei do movimento onde Áries é o impulso e Libra o equilíbrio. Um existe em função do outro como qualidades opostas num sentido escalar, onde um se torna o oposto do outro. O mito do Velocino de Ouro descreve o princípio ativo de Áries indicado pelo dinamismo, arrojo, auto confiança, bravura, heroísmo é até pela crueldade de certos personagens. Áries simboliza a força arrebatadora que se manifesta de modo inevitável em razão do desejo, ódio, vingança, sentimento de amor, impulso emotivo ou motivado pelo próprio senso de conquista – e de aventuras. Como primeiro signo coincide com o equinócio da Primavera, representando o impulso intrínseco a todo gênero de nascimento (despertar).

Crédito: Câncer – Débito: Capricórnio

O símbolo do carneiro revela a condição de força que pode decidir – objetivamente – em função de qualquer aspecto ou causa. Frixo e Hele receberam da mãe o carneiro como “veículo” (através de um sonho) de seus próprios destinos. Câncer (ou casa IV), a mãe, o crédito, é o que gera Áries, o livre impulso (a vitalidade). Montando o carneiro os irmãos realizaram a fuga, sendo que Hele caiu no mar. Hele, representado o lado intuitivo, adormeceu, para que Frixo, a razão, pudesse prosseguir destemidamente; sem ser importunado pela “voz interior”. O movimento requer dois ciclos, um que sobe e outro que desce. Áries – oposto – segue em frente, e Libra volta ao ponto de origem – como numa onda. A audácia de Frixo – em seu destino incerto – indica o fator psicológico: Id, a Libido.

Áries gera Capricórnio (ou casa X), o débito, a elevação social, profissional e de relevo. O Ascendente – representante de Áries – indica também a Persona – de Jung. É a “máscara social” como parte integrante da personalidade. O sacrifício de Frixo vai gerar um “débito”, que repercute na honra familiar. E o tosão de ouro é o símbolo desse débito. O Argos, nova versão do carneiro (renascido como instrumento do destino), é o novo Ascendente – impulsionado - para poder resgatar o débito. Ele é a nova persona – corporificada – pelo novo crédito; porém sob vigilância superior (dos deuses). Representa um novo destino ativado pela providência (reencarnação).

Por isso, o Meio Ativo de Áries – Princípio Ativo – é o signo de Touro (ou casa II), a segurança e o distribuidor de energias vitais – como instrumento providencial. Jason é o tipo de impulso do homem, face ao seu carma familiar. Medéia indica o signo de Escorpião (ou casa VIII), o Meio Passivo, o poder do inconsciente como força oculta.

A Finalidade Ativa é representada por Peixes (ou casa XII), o sacrifício. O carneiro, se destina sempre ao sacrifício – que a necessidade evolutiva exige. O signo de Peixes é a "sombra" (de Jung) da própria realidade dinâmica do carneiro; o fator interno exigindo as realizações. Virgem (ou casa VI), como Finalidade Passiva, indica a “purificação” que se obtêm pelo sacrifício do carneiro. É a experiência – justificando a finalidade do dinamismo. No mito, a Finalidade Passiva pode estar associada ao trágico rompimento entre Jason e Medéia. A purificação – do signo de Virgem – pode implicar num novo sacrifício, instalado no signo de Peixes, que apenas aguarda seu resgate. É o carma – individual – atualizado e válido também como capacidade, condição de realidade – que implica sempre em novo desequilíbrio -, ou seja é um débito da personalidade. Isso implica no Crédito do Fim, representado por Gêmeos (ou casa III). Gêmeos é o instrumento de comunicação, que pode gerar novo sacrifício em Peixes. Pois, ele provoca também a atração das espécies através de interesses recíprocos.

O Débito do Fim , Sagitário (ou casa IX), complementa as “atrações” de Gêmeos com a lei de causas e efeitos. Sagitário representa a força dupla em termos de evolução. O centauro (Quiron), metade homem, metade cavalo, indica o patrimônio da consciência - mesclado em resíduos emocionais -; pois é a síntese real do ser.

O Crédito do Meio, Leão (ou casa V), é o que gera Touro, o Meio Ativo. Neste mito, Leão representa o Velocino (ou tosão) de Ouro; o que centraliza a fábula. Não representa o carneiro – o impulso ou dinamismo – mas, o centro, o motivo ou padrão, como base de tudo; sendo também a consciência dirigindo os impulsos ou o ouro como padrão de moeda. Passa despercebido na fábula porque representa a – verdadeira – consciência do ser, o fator espiritual. A pele de ouro era guardada por um dragão como tesouro. A conquista do tosão (tesouro) pode simbolizar também o “despertar da consciência cósmica”, responsabilidade humana pela sua capacidade auto consciente. Por isso, está em equilíbrio com o Débito do Meio, Aquário (ou casa XI).

O Aquário é o fator equilibrante da consciência, indicando a evolução em termos de conjunto. Os argonautas representam o Débito do Meio, Aquário, que é a força – de conjunto – lutando por um bem comum; a fraternidade; a evolução.

Este mito descreve a própria condição da espécie humana em seu desenvolvimento. O primeiro conto – relativo a Frixo e Hele -, marca o estágio anterior da evolução humana. Período que se relaciona com a “fase infantil da humanidade”, quando ainda havia o predomínio do “fator espiritual”. Antes, o carneiro era vivo, podia voar e falar – como fator espiritual. Áries, a cabeça, atuava em função de três fatores básicos: Frixo, o instinto terreno, Hele a intuição, e o carneiro (vivo) como condutor (montaria) – do destino -, fator de consciência espiritual. Antes, o carneiro era dócil, o impulso ariano estava sob comando. A fuga dos irmãos simboliza a luta humana em defesa de suas – próprias – qualidades espirituais. Hele, é o lado feminino que, por indolência, caiu no mar. Frixo, sem Hele – perdeu o sentimento intuitivo -, sacrificou o carneiro, sufocando de vez, a voz interior do espírito. Mesmo inerte, a pele do carneiro continuou como centro das atuações arianas. Jason é a própria reencarnação de Frixo, já num segundo estágio evolutivo da humanidade. Herdeiro do trono, devia resgatar o tosão de ouro. Sua herança simboliza o hiperatrofiamento de faculdades psicofísicas – em detrimento da comunicação espiritual. Medéia é a própria reencarnação de Hele, ou vale dizer, “daquilo que restou do sentimento intuitivo feminino” (um descalabro); pois a segunda aventura indica (no que foram capazes – por reencarnação – de se transformarem) a própria revolução ariana.

Aquilo que foi indicado – em Áries – como fator dual, não tem nenhuma semelhança com a dualidade de Gêmeos. Áries não é signo dual. Isso demonstra apenas no que pode implicar – com a separação de Frixo e Hele – sobre o fator dinâmico do ego; o que implica na razão sem o sentimento. Identifica também a “mulher” sob o signo de Áries, pois, Jason e Medéia, são representantes de distintos “egos”, quanto ao modelo, se feminino ou masculino; desenvolvidos no segundo ciclo de evolução da humanidade.

(continua: O Ascendente)