terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Cupido e Psiqué

Cupido e Psiqué
MITOLOGIA E ASTROLOGIA – Mito de Libra: Cupido e Psiqué
Anterior: A Guerra de Troia

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo.

Cupido e Psiqué

Este mito, também implicado em beleza, vale «portanto» pela caracterização do signo de Libra (conforme os 144 números), relativo ao número 7 Temperança, o qual prossegue em escala até o 19 Beleza, 31 Arte...


Havia em certo reino um especial deleite por suas três lindas princesas, sendo que a mais jovem, Psiqué, superava de forma extraordinária, não apenas suas irmãs; pois, cortejos de paises vizinhos se dirigiam ao seu palácio para adora-la, como se sob o altar de uma deusa «irradiando candura». Indignada, Afrodite (Vênus) via seus altares desertos, enquanto multidões dirigiam seus louvores para uma simples mortal. Quando sua irritação chegou ao limite, chamou seu filho Eros (Cupido), o qual instruiu para castigar aquela “insolente beleza”. Como ele podia fazer pessoas se apaixonarem, quando feridas por suas setas «pela primeira criatura que vissem»; ordenou para que a paixão daquela moça, fosse pelo mais horrendo entre os homens. Mas, na tentativa de cumprir sua missão, ele também acabou ferido por sua própria flecha, tendo que fugir – em seguida – com o despertar da jovem. Daí por diante, não havia mais vantagens – para a princesa – em razão de seus encantos, passando a ser contemplada apenas como um ente sobrenatural, sem interesses – de outrem – com finalidades matrimoniais.


Com as duas filhas - não assim tão belas – já casadas, Psiqué, se tornou alvo de grande – e inquietante – preocupação familiar. Em consulta ao oráculo, drástica foi sua determinação: “A Jovem, em veste fúnebre, deve ser levada ao alto do monte mais próximo, para contrair núpcias, com o mais horrendo monstro, por questão do sentido de polaridade existencial " (convém salientar, por ela ser a mais bela). Assim – entre lamentações de seus pais e adoradores –, ela foi conduzida em cortejo ao local, conforme estipulava o oráculo (adormecida). Cupido, sem saber por que: não conseguia mais esquecer “aquela formosura”, em cujas reflexões (emocionais), definia como sendo a beleza, que nem o regente (primordial) das “artes” seria capaz de reproduzir em imagem (conforme inspirava sua paixão); por isso, ordenou ao vento Zéfiro, que a transportasse ao seu recanto (da intimidade).


Ao despertar, sobre relva macia, nas proximidades de aprazível riacho, Psiqué, ao ouvir vozes – delicadas –, por curiosidade, obedecia as instruções recebidas, e nessa seqüência, foi se aproximando de um magnífico palácio, onde adentrou – cativada por seu encanto. Daí, passou a ser atendida por esses “seres invisíveis”, os quais a serviram de tudo que necessitava. Mais tarde, tomada pelo sono, ficou fascinada diante do leito, em cujo aposento as “vozes” a encaminharam – parecia a alcova de um “deus” –; imediatamente adormeceu, ou não; parecia vivenciar “toques carinhosos”, se sonhava, nem sabia...


No dia seguinte, tudo ocorreu como anteriormente, sendo cuidada – sempre de modo amável – por seus criados invisíveis; porem, quando se deitou, no escuro do quarto, sentiu a presença de alguém, que logo se identificou como sendo seu próprio esposo, mas tendo desaparecido «misteriosamente» ao amanhecer; e, foram transcorrendo os dias, conforme essa rotina. Mesmo estando habituada com a situação, confessou sentir solidão, pedindo ao esposo para que “se mostrasse”, mas, isso ele não consentia, então, lhe implorou a graça de rever suas irmãs. No outro dia «como que do nada» suas irmãs (ainda “enlutadas”) surgiram  «palácio adentro» (trazidas pelo vento Zéfiro), estampando em seus semblantes a perplexidez, pelos requintes daquela morada (toda em ouro); indo logo perscrutar, como aquilo era possível. Em sua ingenuidade – e pela alegria daquele encontro –, Psique, descreveu todos os acontecimentos, e na despedida, ainda cumulou as duas de jóias. Nessa noite, Cúpido alertou sua esposa sobre a falsa atitude dos invejosos, pois podiam incutir a desconfiança, pela destruição de relacionamentos.


Com permissão do marido (e novo auxílio do vento Zéfiro), ocorreu novo encontro entre as três no palácio. Porem, a intenção das duas invejosas (insatisfeitas em seus lares) era outra, pois, nem tinham comentado aos pais sobre o paradeiro da jovem irmã. Fingindo – diante das iguarias servidas – meiguice, foram instigando suspeitas em Psiqué, quanto ao perfil de seu esposo; que só poderia ser conforme o oráculo havia anunciado. Contaminadas pelo ciúme – daquele destino promissor –, e pelo arremate do sinistro plano, passaram suas instruções, quanto ao que deveria ser executado, ainda naquela noite; sorridentes,  receberam novas prendas valiosas. Resoluta mas em desvario, a moça esbarrou em algo cortante (havia se ferido com uma das flechas de Cupido), não se importando, pois, já tinha (conforme instruções) na mão direita o punhal (para matar o monstro) e na esquerda a candeia, com a qual vislumbrou... perplexa, uma beleza sobrenatural: seu esposo, era como um “anjo”. Nesse lance, deixou cair óleo quente sobre o deus, que acordando assustado, “abriu asas” (cismando ter sido atacado pela esposa). Na tentativa de evitar essa fuga aérea, Psiqué, “despencou” no solo, desacordada. Cupido, voltando, desabafou: – Ingrata! Eu desobedeci minha mãe e te tornei minha esposa, mas me julgastes um monstro, saibas que o amor não admite suspeitas. Assim, voou para não mais voltar.


Psiqué, sob o domínio da paixão tentou as opções que tinha: seguindo a mais rápida (e fatídica) se atirou num rio (próximo), mas as correntezas a repuseram em terra firme; resistindo as dores da aflição decidiu peregrinar em busca do marido, sem obter nenhuma notícia; se valendo da “súplica”, foi atendida por Hera e Demeter, que por temerem a ira de Afrodite, em nada lhe puderam auxiliar; finalmente, por questão da mais drástica alternativa, se submeteu aos caprichos da deusa – mãe de Cupido –, que por castigo, passou a exigir o cumprimento de provas impossíveis. Entretanto, nas três primeiras missões – impraticáveis – recebidas, a moça (de modo inacreditável) obteve êxito, por ter sido auxiliada pelos seres mais simples da natureza. Enfurecida a deusa lhe exigiu: –  Desça aos infernos, e dentro desta caixa, me traga o substrato da beleza imortal de Perséfone! Por auxílio “invisível”, inexplicável, novamente, recebeu preciosos alertas, quanto ao risco de descida ao Hades, como: “levar dois óbolos” (como pagamento de ida e volta, ao barqueiro Caronte); e outras considerações práticas para aquela travessia.


Pelas instruções recebidas, ela não deveria de forma alguma, abrir mais a caixa, após a devolução de Perséfone. Mas, não resistindo «aos apelos da própria caixa que dizia: “me abra”», Psiqué abriu, e em razão do perfume exalado, caiu inerte, sob o “sono dos mortos”; sendo providencialmente socorrida por Cupido, que a colocou diante de Zeus, em cuja Justiça resolvia a questão, não só a salvando, como também decretando o casamento daquele casal apaixonado. Assim, saboreando o néctar e a ambrosia dos deuses, a princesa se tornou imortal; após reconciliação, Afrodite também participou da festa nupcial.



(continua)




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