Mitos de Sentido Familiar II
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de
Sentido Familiar II
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Mitos de Sentido Familiar
Pélops pelo mérito de sua vitória
sobre Enomau (seu sogro) e por seu casamento com Hipodâmia, se elegera rei de
Pisa, cujo reino conseguira ampliar numa junção da cidade de Olímpia, incluindo
outras regiões adjacentes. Laio que fugira de Tebas em busca de proteção, se
abrigou nesse seguro território sob a cordial hospitalidade de Pélops.
Na corte, viveu durante longo
tempo com todas as regalias de um príncipe.
Nesse ambiente quase que em
família para Laio – sempre tratado como honroso herdeiro do trono de Tebas –
sucedeu um fato indigno de um príncipe. Movido pelo instinto da paixão Laio
raptou Crisipo, filho de Pélops com a ninfa Axioqué. Encolerizado com o
desrespeito o rei o amaldiçoou com o aval – furioso – da deusa Hera que,
defendia a sagrada honra familiar. Crisipo envergonhado do caso se suicidou.
Devido a essa atitude incontida de Laio teria se originado a maldição dos
Labdácidas.
Em Tebas, os gêmeos que usurparam
o trono não tiveram um destino benfazejo como regentes do reino. Pelas flechas
certeiras de Apolo e Ártemis, Anfião e todos os seus filhos foram abatidos como
castigo para a orgulhosa Níobe, a qual era sua esposa e mãe de seus
descendentes. Em outra versão do mito, o ataque teria liquidado só os seus
filhos, cuja tragédia o enlouquecera, tendo sido morto somente quando tentou
incendiar um templo de Apolo. Zeto, sob circunstâncias parecidas, morrera de
uma tristeza profunda pela perda de seu único filho, também morto por Apolo.
Depois desse fato, Laio logo subiu
ao trono de Tebas e se casou com Jocasta.
Por três vezes, o oráculo de
Delfos o alertara para que de forma alguma gerasse um filho, sem nunca
esclarecer com detalhes o motivo dessa prevenção. De qualquer forma, conforme
consta em algumas variantes se justificaria nessa narrativa do mito, o fato de
Laio – alarmado através do oráculo – supor que seria morto pelo seu próprio
filho.
Com o nascimento de Édipo sua
rejeição pelo próprio filho ocorreu de imediato.
Os calcanhares do menino foram
perfurados e seus pés atados, com ordens para que fosse abandonado num local
distante. O crime de mutilação cometido por Laio, ainda se valia da própria
tradição, pela qual toda criança deformada – em sua maioria – não era benquista
para a adoção.
Numa narrativa popular, Édipo
teria sido abandonado no monte Citerão, suspenso pelos pés numa árvore. Forbas,
um pastor local que presenciara a cena – por acaso – sem suspeitas, de imediato
o socorreu, o qual por esse fato ainda deveria servir de testemunha em
decorrência do mito.
Numa iniciativa – imediata – de acuidade
levara apressadamente o menino, até poder se dignificar na presença da rainha
de Corinto, a qual como não podia conceber filhos o acolheu como uma dádiva.
Considerado um membro de família
o menino fora reconhecido pelo nome Édipo em alusão – carinhosa – ao
significativo de “pés inchados”.
Criado e educado na corte de
Corinto como autêntico príncipe, se identificava como filho – único – do rei
Pólibo e da rainha Mérobe, sem saber que houvera sido adotado. Ainda assim, por
conta de uma variante do mito, ocorreu o seguinte:
Num banquete um dos convivas, sob
o efeito do vinho o insultara, aludindo que ele como único príncipe de Corinto,
não era mais do que um “filho postiço”.
Por esse motivo ou por outras
razões, Édipo resolveu ir consultar o oráculo de Delfos para conhecer seu
destino. Em Delfos, frente da pítia – esbravejando – se informara por esse
vaticínio que, “mataria seu pai e ainda se casaria com sua própria mãe”; a qual
- sob efeitos mediúnicos – apressadamente o expulsou do recinto.
Aterrorizado com a profecia,
preferiu nunca mais voltar ao reino de seus queridos pais, para que jamais
incorresse na possibilidade de cometer um crime desse porte.
Indeciso partiu sem rumo. Confuso
por seus pensamentos sombrios seguia em seu carro distraído, sem perceber – com
atenção – que se encontrava muito próximo de uma encruzilhada, a qual
estreitava o caminho pelos rochedos locais. Num avanço precipitado deu de
encontro com outro transporte no qual se encontrava Laio e sua pequena
comitiva. De modo insurgente o cocheiro exigia que abrisse a passagem. Eram
cinco os homens: Laio, o arauto, dois servos e o cocheiro, que aos gritos lhe
dirigiam ofensas. Na reação de cólera Édipo partiu para a imediata agressão. Primeiro
matou – sem saber quem era – Laio, o mais agressivo e depois avançou contra os
demais.
Após a morte de Laio, Creonte,
irmão de Jocasta sucedeu o trono, o qual numa imprescindível campanha – com
anúncios em todas as regiões da Grécia – oferecia a sua coroa para o vencedor
da Esfinge. Essa decisão urgente tomada pelo novo rei se relacionava com a
viagem frustrada de Laio na qual morrera, cujo objetivo seria ir consultar o
oráculo em Delfos, na expectativa de poder livrar Tebas desse monstro.
A Esfinge descendia de Tifon e
fora enviada por Hera como castigo. Na sua aparência monstruosa fazia lembrar
um rosto e busto feminino, em cujo resto de seu corpo, pela horrível deformação
para uma legítima mulher, apresentava: garras de leão, longas asas e outras
discrepâncias físicas. Com repentinos assaltos sem possibilidades de escapes
aterrorizava a população. Do alto de um monte próximo aos portões da cidade
permanecia na espreita; e cada uma de suas presas era induzida a decifrar seus
enigmas, os quais eram formulados em versos. Caso a solução da charada não
estivesse de acordo – como sempre acontecia – a vítima por ela morria
estraçalhada. Muitos jovens tebanos e até mesmo Hêmon, filho do rei Creonte
morreram nessas condições.
Édipo interessado no – tentador –
prêmio que se oferecia se dispôs a enfrentar o desafio da “cantora maligna”,
como – popularmente – era conhecida com terror.
Frente ao monstro ouviu
serenamente o seu “canto” e a seguir, elucidou seus versos com sabedoria e
expressiva convicção. Incontida pelo desrespeito de ter sido decifrada, com um
grito sobrenatural, o qual muitos ouviram – alarmados –, a Esfinge voou e
depois se atirou de um precipício contra os rochedos para nunca mais ousar
atacar mais ninguém.
Pelo alívio do povo por essa
vitória, o prêmio era merecedor e Édipo, recebido na corte de Tebas como herói
obteve a coroa, se casando – depois das comemorações – com Jocasta (viúva do
rei Laio).
Por esse casamento Édipo e
Jocasta reinaram felizes durante muitos anos, em cuja união teve quatro filhos:
Etéocles, Polinice, Antígona e Ismene.
Tudo parecia transcorrer bem até
que, a manifestação de uma peste surgiu para assolar o reino. Édipo – até então
– dignificado como herói (ou ídolo) de seu povo teria de encontrar uma imediata
solução contra a epidemia.
O oráculo em consulta sobre o
fato anunciara que, “o flagelo no reino se devia ao assassinato do rei anterior
(Laio) não solucionado, cujo crime ainda mantinha seu autor sem punição”.
Essa informação – misteriosa do
oráculo – exigia a abertura investigativa sobre uma ocorrência muito antiga,
pela qual o rei não media esforços em desvendar; como que quando estivera
diante da Esfinge sob o risco de seus enigmas.
Para apurar os fatos num
andamento que evitasse lacunas, seria necessário partir desde a descritiva
ocasião da ocorrência. Pelo depoimento de Jocasta: Laio – com seus súditos –
morrera durante um assalto, no qual um dos servos conseguira fugir; cuja
tragédia assim a noticiara. Interrompendo – de forma estranha – as
interrogações iniciais do rei, seu cunhado Creonte, propunha que Tirésias
poderia auxiliar no caso. Com a imediata aprovação da rainha, esse famoso
profeta que era cego, logo se apresentou na corte. Pelas ordenadas perguntas de
Édipo, Tirésias parecia estar se desvirtuando dos fatos reais, originando com
isso a discórdia entre ambos, na qual Creonte defendia o adivinho. Para
consumar sua suspeita o rei acusou Tirésias como conivente da trama de Creonte,
pela qual pretendia tomar o seu cetro. Irado com a calúnia Tirésias resolveu afirmar
que o assassino de Laio era o próprio rei. Aflita, Jocasta retorquiu com a
afirmativa na qual o oráculo vaticinara que, Laio seria morto pelo seu próprio
filho e não por assaltantes. Sem esconder mais nada, Tirésias revelou que a
profecia do oráculo se confirmara. Pairava assim a dúvida de parricídio e
incesto, faltando ainda provar essa acusação.
(continua)