domingo, 8 de março de 2015

Mitos de Sentido Familiar III

MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de Sentido Familiar III

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.






Mitos de Sentido Familiar

Logo após Édipo ter sido surpreendido com a – humilhante – declaração de Tirésias, na qual era identificado como “parecida incestuoso”, o arauto de Corinto se apresentou na Corte trazendo notícias.
Sua mensagem anunciava a morte do rei Pólibo, seu pai, com a qualificada ordem de sua imediata volta para se dignificar ao trono. Por um instante ele se sentiu aliviado ao se identificar como único sucessor do rei Pólibo (seu pai?) e não como um “anunciado” filho de Laio, por um simples profeta (cego). O arauto ao estranhar suas expressões como as de um “revelado ingrato”, declarou – ousadamente – que, ele (como um rejeitado familiar) tinha sido adotado com muito amor – nas considerações de “príncipe” – pelo rei e pela rainha de Corinto.
Pelo semblante irônico de Creonte – seu cunhado – que aspirava voltar ao trono de Tebas: “esse assunto investigativo sobre o assassinato de Laio já significava propriamente um julgamento – quase consumando – com inevitável punição do real culpado”; o qual por essa ordem se justificava conforme as insuficientes defesas de Édipo (reconhecido como principal suspeito do crime).  
Atônito pelas combinações sucessivas entre os fatos decidiu elucidar o mistério por completo; afinal, ele nunca planejara nada de desleal que implicasse no seu envolvimento com o caso.
Inicialmente, com o depoimento de Jocasta pela descrição do acontecido, Édipo adquiriu novo ânimo sob a informação de que, Laio tivera sido morto por assaltantes na estrada.
Pela capacidade lógica daquele – rei de Tebas – que (com aclamadas manifestações honrosas) soubera desvendar o enigma da esfinge, de fato – parcialmente – ele ainda se sentia sob suspeitas.
Questionada sobre o local da ocorrência, Jocasta, com altivez, antes desconsiderou o oráculo de Delfos por falhar com a previsão, pela qual Laio deveria ser morto por seu próprio filho, e a seguir – após uma pausa – descreveu o local do crime (ocorrido numa encruzilhada), as características da carruagem, os quatro acompanhantes de viagem e outros detalhes mais.
Nesse instante o rei empalideceu pela lembrança de sua participação em uma ocorrência semelhante. Novamente interrogada sobre como ela soubera que os autores do crime eram assaltantes, afirmou ter sido informada por um servo – acompanhante da viagem – o qual conseguira escapar do massacre; cujo tal serviçal logo depois da ocorrência pediu para deixar o palácio e ir trabalhar no campo.
Para Édipo o testemunho desse pastor valia como sua única esperança de salvação, caso ele confirmasse os informativos de Jocasta.

Ao ser localizado e interrogado, o escravo confessou ter mentido ao informar a rainha na descrição do ataque, por sua vergonhosa covardia de haver se escondido do único agressor no assalto, ao invés de lutar junto aos outros em defesa do rei.
No desfecho dessa trama propriamente esclarecida esse servo fora identificado também como aquele pajem do palácio que por ordens de Laio, dependurara Édipo numa árvore distante de Tebas.
Cruel se reconhecia o veredicto do destino (apregoado pelo oráculo) como precisa tragédia sob sua consideração pessoal.
Jocasta sem proferir mais nenhuma palavra, se dirigiu – convicta – ao recinto mais alto do palácio para cometer suicídio pelo enforcamento.




Édipo frente ao cadáver de sua mãe e esposa – sob sua derradeira imagem na vida – retirou de suas vestes um reluzente broche para se valer do alfinete de ouro, com o qual vazou seus próprios olhos.
Pelas desconsiderações repulsivas de suas – descabidas – filiações, Etéocles e Polinice foram amaldiçoados aos brados por Édipo. 






Expulso de Tebas seguiu sem destino guiado por sua piedosa filha Antígona. Como andarilhos os dois passaram por várias regiões da Grécia até chegarem a Colono, onde depois foram acolhidos por Teseu, rei de Atenas.
Depois da morte – fantástica – de seu pai, o qual por um tremor do chão que fendera e, em cuja abertura com as proporções de uma cova – aparentemente para selar seu túmulo – nas condições (suaves e acolhedoras) de inevitável fechamento seu corpo sumira encoberto de terra (pelo testemunho só de Teseu); Antígona regressou a Tebas em consideração de sua irmã Ismênia.





No instante em que Antígona se encontrou na cidade adentro, fora noticiada sobre a morte de seus irmãos: Etéocles e Polinice, em cujo combate dos dois, um abatera o outro frente aos portões de Tebas.
O rei Creonte havia ordenado um funeral solene ao seu sobrinho Etéocles e decretado que, Polinice não poderia ser sepultado, por ter lutado contra sua própria terra natal (na guerra dos “sete contra Tebas”).
Pelo seu caráter decisivo sempre na sua sustentação de solidariedade familiar, se dirigiu ao rei com dois pedidos, antes queria a tutela de sua irmã Ismênia, depois implorou – com persistência – para que seu outro irmão pudesse ser sepultado, mesmo sob as condições das mais simples.   
Sem o devido consentimento proferiu ao rei que, “o dever do sepultamento – principalmente – de um parente estava acima da lei de qualquer homem”; e se retirou. 





Durante a noite, sob o risco de afrontar a vigilância realizou os rituais necessários junto ao cadáver de seu irmão (Polinice), pelo quanto fora surpreendida e conduzida ao rei.
Como sua prisioneira, ao receber sua sentença de morte, num desabafo para poder desmerecer as ordens de seu tio, afirmou aos brados com suas derradeiras palavras que: “cumprir ordens dos deuses valia muito mais do que servir aos homens”.
Encerrada viva entre as catacumbas dos sucessores de Tebas para morrer de fome e sede, Antígona resistiu durante pouco tempo.
Hêmom, filho de Creonte, o qual era apaixonado pela princesa, partiu desesperado em sua busca chegando a encontrá-la tardiamente. Na ilusão de um gesto alucinante da paixão, como se para poder permanecer sempre junto ao seu corpo, se matou.
A mãe de Hêmom indignada com o rei e o ocorrido também se desfez da própria vida.
Ismênia assustada com o destino de sua irmã, pelo reforço – ainda mais – de seu caráter acomodado, decidira que, jamais desacataria ordens reais; pelo quanto ainda sobreviveria mesmo sob a concepção incestuosa de seus pais.

(continua)