MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de
Sentido Familiar IV
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Mitos de Sentido Familiar
Melâmpus, filho de Amitáon,
quando ainda era infante, ao encontrar filhotes – ao lado – de uma serpente que
agonizante logo morrera, decidiu criá-los.
Por esse convívio espontâneo com
os répteis – em desenvolvimento – recebia constantes lambidas nos ouvidos como
uma espécie de retribuição carinhosa de efeito purificador, pelas quais obteve
o dom de ouvir e entender a linguagem dos animais.
Algum tempo depois, como se por
uma ampliação da sua virtude, passou também a poder curar inúmeras doenças
humanas pelo uso de ervas e outros recursos de seu próprio conhecimento.
Era irmão de Bias, o qual sempre
participava de suas aventuras. Em busca de Neleu, um tio da Messênia em Pilos,
os dois deixaram a Tessália, que tinham como terra natal. Pela eficácia de seus
poderes seu nome logo se difundiu.
Preto, rei de Argos, sem
encontrar tratamentos satisfatórios pela insanidade de suas filhas, as quais
vagavam nos campos sob a sensação de terem sido transformadas em vacas,
demandou para que Melâmpus fosse encaminhado até sua corte.
Mesmo que antes realizara muitas
curas sem nada cobrar, diante da oportunidade e pela expectativa do rei com a
recuperação de suas filhas, Melâmpus pediu – por esse tratamento médico – dois
terços do reino; informando ainda no quanto um terço seria para seu irmão. Como
o preço era alto demais, Preto relutou com a proposta, a qual depois de algum
tempo aceitou, na condição de que suas filhas fossem curadas.
Como prometera as princesas
voltaram ao normal. Preto cumpriu o trato e se tornou sogro dos dois irmãos.
Por esse motivo o reino de Argos
passou a ser liderado por três soberanos: Preto, Melâmpus e Bias.
Pelo passar do tempo, com três
famílias na regência do mesmo reino houve motivos de discórdias,
principalmente, por causa de vários herdeiros envolvidos – por seus direitos –
no caso dessa divisão do território de Argos.
Talau, como herdeiro de um terço
do reino, era filho de Bias, cuja mãe reconhecida por um casamento antes da
partilha, era Peró, filha de Neleu, tio de seu pai.
Anfiarau, filho de Oiclés que era
neto de Melâmpus, por um desacordo na corte matou o rei Talau, o qual era pai
de Adastro seu direto herdeiro.
Receoso, Adastro diante do
tumulto escapou indo em busca de refúgio no reino de seu avô materno Pólibo,
rei de Sicione, o qual como pai apenas de filhas lhe deixou como legado o
trono. Depois de assumir o reinado, entre algumas aproximações diplomáticas,
finalmente Adastro se reconciliou com Anfiarau, recuperando assim sua partilha
em Argos.
Em Tebas, após Édipo ter sido
destronado de forma deveras humilhante, Etéocles e Polinices que, foram
amaldiçoados por insurgirem com calúnias “desleais” como filhos sob as
indignações paternas; pelas circunstâncias de urgência no reino, fizeram um
acordo. Por essa decisão firmada “entre irmãos”, a regência deveria ocorrer de
forma alternada, com a direção exclusiva de um durante a letiva ordem anual, no
quanto após esse período, o outro assumiria o poder pelo mesmo regime.
Etéocles, como soberano do
primeiro ano, quando venceu seu mandato não aceitou o revezamento de seu irmão
e ainda o expulsou de Tebas sob ameaças.
Estando em Argos para pedir
auxílio, Polinices se defrontou com Tideu sob situação parecida, em cujo
encontro inesperado se iniciou uma inevitável discussão. Por acaso, o rei nas
proximidades e sem ser visto constatara o conflito, ordenando para que
apartassem os dois antes de qualquer agressão corporal.
Conciliados e sob respeitosas acolhidas
no palácio, juntos frente ao rei, cada um esclareceu o motivo de sua presença
naquele país.
Tideu, filho de Oineu, rei de
Calidon, havia sido excluído de sua pátria pelo seu próprio pai como um
criminoso abominável. Antes de opinar como conselheiro do fato, Adastro
realizou um ritual pela purificação de Tideu em decorrência de seus
assassinatos.
Depois de reconhecer o caso de
Polinices, o rei entre suas reflexões relembrou os antigos indicativos de um
oráculo, o qual anunciara o destino de suas filhas. Por essa influência a qual
considerava como predestinação, ofereceu aos dois príncipes suas duas filhas:
Argia para ser esposa de Polinices e Deipile pelas núpcias com Tideu.
Surpreendidos assim por essa
oportunidade para deixarem as condições humilhantes de expatriados, os dois
ainda receberam como promessa do rei, de que também os reintegraria em seus
devidos reinos.
Por essa promessa a qual se cumprira no seu devido tempo, se originou a expedição dos Sete Chefes contra Tebas. Participaram desse comboio de guerra os sete Chefes das três famílias reinantes em Argos, os quais eram descendentes de Preto, Melâmpus e Bias.
Como influência maior nessa
investida, Adrasto era o comandante supremo, seguido pelas forças dos exércitos
de Anfiarau, Capaneu, Hipomêdon (sobrinho de Adastro), Partenopeu, Polinices e
Tideu.
Por uma estratégia de Adrasto sob
a qual reafirmaria – ou não – os motivos desse ataque, Tideu que aceitara essa
incumbência ariscada, antes se apresentou em Tebas – pacificamente – como
embaixador de Argos para a reconsideração dos direitos de Polinices.
Desconsiderado por Etéocles de seus propósitos conciliadores, Tideu dominado
pelo seu caráter extremamente agressivo, desafiou em combates sucessivos,
quaisquer adversários entre os melhores guerreiros de Tebas. Nessa luta, cada
tebano que ousava aceitar o desafio era derrotado; até o momento no qual
ninguém mais se apresentou como seu adversário.
No início do ataque, os exércitos
de Adastro se sobressaíram na batalha, como pelo quanto entre as poderosas
investidas dos soldados de Anfiarau que realizaram um enorme massacre.
Por essa sucessão a guerra
parecia prosseguir até a inevitável derrota de Tebas.
Numa reviravolta inexplicável,
como que pela evolução da defesa inimiga sob a crescente eficácia do seu
ataque, as baixas nos exércitos de Argos aumentavam.
Como causadores da guerra, numa
tentativa alucinada de poderem centralizar as atenções gerais neles próprios,
evitando assim maiores extermínios no reino:
Etéocles e Ponices se defrontaram
em combate – como num acerto de contas condizente só entre irmãos – pelo qual
ambos morreram.
No desfecho desse fato os tebanos
se consagraram vitoriosos, sob raros sobreviventes entre seus inimigos.
Adastro, como hábil e vitorioso
nas competições de corrida olímpica por essa modalidade, conseguiu escapar de
Tebas pela extrema velocidade de seu cavalo Arêion.
(continua)