domingo, 5 de abril de 2015

Mitos de Sentido Familiar IV

MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de Sentido Familiar IV







Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.








Mitos de Sentido Familiar

Melâmpus, filho de Amitáon, quando ainda era infante, ao encontrar filhotes – ao lado – de uma serpente que agonizante logo morrera, decidiu criá-los.
Por esse convívio espontâneo com os répteis – em desenvolvimento – recebia constantes lambidas nos ouvidos como uma espécie de retribuição carinhosa de efeito purificador, pelas quais obteve o dom de ouvir e entender a linguagem dos animais.
Algum tempo depois, como se por uma ampliação da sua virtude, passou também a poder curar inúmeras doenças humanas pelo uso de ervas e outros recursos de seu próprio conhecimento.
Era irmão de Bias, o qual sempre participava de suas aventuras. Em busca de Neleu, um tio da Messênia em Pilos, os dois deixaram a Tessália, que tinham como terra natal. Pela eficácia de seus poderes seu nome logo se difundiu.





Preto, rei de Argos, sem encontrar tratamentos satisfatórios pela insanidade de suas filhas, as quais vagavam nos campos sob a sensação de terem sido transformadas em vacas, demandou para que Melâmpus fosse encaminhado até sua corte.
Mesmo que antes realizara muitas curas sem nada cobrar, diante da oportunidade e pela expectativa do rei com a recuperação de suas filhas, Melâmpus pediu – por esse tratamento médico – dois terços do reino; informando ainda no quanto um terço seria para seu irmão. Como o preço era alto demais, Preto relutou com a proposta, a qual depois de algum tempo aceitou, na condição de que suas filhas fossem curadas.
Como prometera as princesas voltaram ao normal. Preto cumpriu o trato e se tornou sogro dos dois irmãos.
Por esse motivo o reino de Argos passou a ser liderado por três soberanos: Preto, Melâmpus e Bias.
Pelo passar do tempo, com três famílias na regência do mesmo reino houve motivos de discórdias, principalmente, por causa de vários herdeiros envolvidos – por seus direitos – no caso dessa divisão do território de Argos.
Talau, como herdeiro de um terço do reino, era filho de Bias, cuja mãe reconhecida por um casamento antes da partilha, era Peró, filha de Neleu, tio de seu pai.
Anfiarau, filho de Oiclés que era neto de Melâmpus, por um desacordo na corte matou o rei Talau, o qual era pai de Adastro seu direto herdeiro.
Receoso, Adastro diante do tumulto escapou indo em busca de refúgio no reino de seu avô materno Pólibo, rei de Sicione, o qual como pai apenas de filhas lhe deixou como legado o trono. Depois de assumir o reinado, entre algumas aproximações diplomáticas, finalmente Adastro se reconciliou com Anfiarau, recuperando assim sua partilha em Argos.





Em Tebas, após Édipo ter sido destronado de forma deveras humilhante, Etéocles e Polinices que, foram amaldiçoados por insurgirem com calúnias “desleais” como filhos sob as indignações paternas; pelas circunstâncias de urgência no reino, fizeram um acordo. Por essa decisão firmada “entre irmãos”, a regência deveria ocorrer de forma alternada, com a direção exclusiva de um durante a letiva ordem anual, no quanto após esse período, o outro assumiria o poder pelo mesmo regime.
Etéocles, como soberano do primeiro ano, quando venceu seu mandato não aceitou o revezamento de seu irmão e ainda o expulsou de Tebas sob ameaças.
Estando em Argos para pedir auxílio, Polinices se defrontou com Tideu sob situação parecida, em cujo encontro inesperado se iniciou uma inevitável discussão. Por acaso, o rei nas proximidades e sem ser visto constatara o conflito, ordenando para que apartassem os dois antes de qualquer agressão corporal.
Conciliados e sob respeitosas acolhidas no palácio, juntos frente ao rei, cada um esclareceu o motivo de sua presença naquele país.
Tideu, filho de Oineu, rei de Calidon, havia sido excluído de sua pátria pelo seu próprio pai como um criminoso abominável. Antes de opinar como conselheiro do fato, Adastro realizou um ritual pela purificação de Tideu em decorrência de seus assassinatos.
Depois de reconhecer o caso de Polinices, o rei entre suas reflexões relembrou os antigos indicativos de um oráculo, o qual anunciara o destino de suas filhas. Por essa influência a qual considerava como predestinação, ofereceu aos dois príncipes suas duas filhas: Argia para ser esposa de Polinices e Deipile pelas núpcias com Tideu.
Surpreendidos assim por essa oportunidade para deixarem as condições humilhantes de expatriados, os dois ainda receberam como promessa do rei, de que também os reintegraria em seus devidos reinos.





Por essa promessa a qual se cumprira no seu devido tempo, se originou a expedição dos Sete Chefes contra Tebas. Participaram desse comboio de guerra os sete Chefes das três famílias reinantes em Argos, os quais eram descendentes de Preto, Melâmpus e Bias.
Como influência maior nessa investida, Adrasto era o comandante supremo, seguido pelas forças dos exércitos de Anfiarau, Capaneu, Hipomêdon (sobrinho de Adastro), Partenopeu, Polinices e Tideu.
Por uma estratégia de Adrasto sob a qual reafirmaria – ou não – os motivos desse ataque, Tideu que aceitara essa incumbência ariscada, antes se apresentou em Tebas – pacificamente – como embaixador de Argos para a reconsideração dos direitos de Polinices. Desconsiderado por Etéocles de seus propósitos conciliadores, Tideu dominado pelo seu caráter extremamente agressivo, desafiou em combates sucessivos, quaisquer adversários entre os melhores guerreiros de Tebas. Nessa luta, cada tebano que ousava aceitar o desafio era derrotado; até o momento no qual ninguém mais se apresentou como seu adversário.





No início do ataque, os exércitos de Adastro se sobressaíram na batalha, como pelo quanto entre as poderosas investidas dos soldados de Anfiarau que realizaram um enorme massacre.
Por essa sucessão a guerra parecia prosseguir até a inevitável derrota de Tebas.
Numa reviravolta inexplicável, como que pela evolução da defesa inimiga sob a crescente eficácia do seu ataque, as baixas nos exércitos de Argos aumentavam.
Como causadores da guerra, numa tentativa alucinada de poderem centralizar as atenções gerais neles próprios, evitando assim maiores extermínios no reino:
Etéocles e Ponices se defrontaram em combate – como num acerto de contas condizente só entre irmãos – pelo qual ambos morreram.
No desfecho desse fato os tebanos se consagraram vitoriosos, sob raros sobreviventes entre seus inimigos.
Adastro, como hábil e vitorioso nas competições de corrida olímpica por essa modalidade, conseguiu escapar de Tebas pela extrema velocidade de seu cavalo Arêion.

(continua)