domingo, 29 de abril de 2018

Plutão em Trânsito VII





ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Plutão em Trânsito VII

Interpretação de Plutão em Trânsito


Na interpretação de trânsitos de modo geral, a característica do planeta conforme já foi explicado anteriormente, embasa um conhecimento essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico nas previsões. Aliás, apenas pelo emprego dos trânsitos (até mesmo sem o levantamento da Revolução Solar e Lunar de um período), seria possível se efetivar uma parcial previsão astrológica, sem a necessidade de muitos cálculos, tão somente conforme as efemérides; de uma forma já esclarecida nas aulas de cálculos.
Para prosseguir nessa ordem, os ensinamentos de acordo com Stephan Arroyo, em seu livro “Astrologia, karma e Transformação” sobre o planeta Plutão, se tornam fundamentais, como se seguem:

Os Trânsitos de Plutão

(continuação0

Os trânsitos de Plutão confrontam-nos com a necessidade de encerrar os velhos e ultrapassados capítulos da vida. Dizem-nos para os abandonarmos e, se não os fizermos de livre vontade, seremos muitas vezes, forçados a fazê-los, sofrendo. Estes trânsitos mostram-nos recursos e energias interiores, antes escondidas ou esquecidas, após eliminarem as formas velhas em superfície de vida. Os trânsitos de Plutão não só submergem uma parte de nós próprios ou a fazem desaparecer por completo, como também devolvem à nossa vida pessoas, sentimentos, atividades ou aspectos da nossa própria natureza não mais vistos.  Por outras palavras, estes trânsitos têm o poder de quebrar a velha concha para revelarem a essência do ser interior e a criatividade, a alegria e a liberdade espontaneamente. Podem ajudar-nos a experimentar o tipo de energia e capacidade espontânea que sentíamos e explorávamos na juventude, antes de desaparecerem sob o peso de padrões culturais ou pelo Carma. Depois do trânsito, com o campo já liberto, podemos conhecer a nossa natureza essencial e começar a exprimi-la. Os trânsitos de Plutão são de fato, muitas vezes sentidos como um exorcismo ou uma forma de cirurgia (física, emocional, mental, ou espiritual) que remove ou altera radicalmente uma parte de nós próprios.

Podemos penetrar mais profundamente na natureza de Plutão através de uma compreensão mais apurada do signo de Escorpião. O período de Escorpião do ano (pelo menos no hemisfério norte) é um tempo em que a força da vida se retira de todas as formas externas na natureza e se concentra na forma de semente. É curioso observar que o símbolo cultural para esse período do ano, nos Estados Unidos, é a abóbora do tipo para a véspera do Dia de Finados, apenas com a casca, transformada numa careta inexpressiva. Na verdade, a jack-o-lantern é um símbolo de morte, um crânio simbólico com os restos luzentes da força vital que desapareceu, representados pela vela no seu interior. (As pessoas de Escorpião sentem-se, de fato, muitas vezes, como conchas vazias, como se obedecessem a velhas compulsões, ao mesmo tempo em que se sentem extremamente insatisfeitas com tal comportamento.) Tradicionalmente, a festa da véspera do Dia de Finados ou de Todos os Santos era um tempo em que a morte regressava à vida e em que os seres humanos, no corpo físico, podiam contatar imediatamente com espíritos de todos os tipos, bem como com os seus santos patronos. É significativo o fato de as crianças serem autorizadas a passear de noite, depois da sua hora habitual de deitar, para andar de casa em casa a pedir doces só quando o Sol (o símbolo da vida física) já tenha se posto completamente. Na verdade, as pessoas de Escorpião e de Plutão parecem ter uma afinidade com as áreas escuras da experiência, quer de um modo construtivo, quer através do medo combinando com o fascínio. Nessa noite, as crianças vestem trajes extravagantes, como se fossem almas perdidas em busca de alimento. Escorpião e Plutão têm sempre a ver com a morte, e representam uma ânsia de penetrar no âmago da vida com grande intensidade, até que a pura força da vida seja sentida através da fusão com outra fonte (humana ou divina).
Podemos assim concluir que os trânsitos de Plutão têm o poder de nos pôr em contato com as nossas próprias sementes, com experiências de vida na sua forma mais intensa, concentrada e completa, e com a nossa natureza essencial e as potencialidades positivas no seu estado mais puro. E enquanto tudo isto acontece, as velhas conchas dos modelos emocionais e mentais ultrapassados podem desmoronar-se ou ser rejeitadas.   

Como exemplo para esse trânsito de Plutão:

Para uma mulher de quarenta e três anos ocorreu a morte do marido enquanto Plutão em trânsito formava conjunção com Marte, de sua carta natal, no Ascendente. Ela nunca tivera uma relação plena com outro homem antes de conhecê-lo, o qual a ajudara a ganhar força e confiança em si própria. Estavam casados há poucos anos quando ele morreu. Significativo para essa relação foi de fato ele ter constituído sua transformação de confiança e suficiência como mulher (situação representada por Marte). Essa mulher compreendeu após os eventos desse período de trânsito que, dali em diante, teria de cuidar de si própria e começar independentemente a utilizar os recursos desenvolvidos nessa fase anterior da vida.  

Outra mulher, de vinte e seis anos neste trânsito, libertou-se de muitos velhos costumes e recordações, enquanto Plutão formava conjunção com o seu Mercúrio natal. A manifestação externa evidente desta fase se deu por ela ter-se tornado mais descontraída com suas atitudes costumeiras e em pensamentos, que passaram a serem muito menos superficiais do que antes. Pode-se dizer que esta maior relaxação dela proveio da percepção aprofundada e da libertação de tensão, aliviada pela eliminação efetivada por Plutão em trânsito. 

Enquanto Plutão em trânsito formava quadratura com Vênus natal de uma mulher de trinta e cinco anos, ela sofreu profundas alterações emocionais, todas dolorosas, mas que, em última análise, influiu como preparação, para que compreendesse as motivações mais fascinantes sobre o amor. O marido, com quinze anos de casada, abandonou-a; e pouco depois, um dos seus melhores amigos ficou paralítico. Foi um período de corte com as suas velhas ligações emocionais que lhe deu um nível de profunda compreensão, que de outro modo não teria sido possível.

Em mais um caso, um homem de trinta anos abandonou toda a carreira que construíra durante oito anos, enquanto Plutão  em trânsito formava conjunção com o seu Sol natal. Quanto mais próximo se tornava o aspecto perceptivelmente o homem adoecia, emocional e fisicamente, e teve de ficar de cama durante quase um mês. Mas no período de convalescença, não só compreendeu que não podia continuar naquele trabalho – que estava a esgotá-lo por completo – como também começou a ler muitos livros relacionados com as matérias que mais tarde, sugestionado iria se dedicar. Foi como se todos os vestígios dos seus velhos padrões de vida tivessem sido varridos de repente, deixando apenas as coisas que ele fizera espontaneamente, com grande alegria na juventude; e foram essas velhas capacidades familiarizadas que começou então a utilizar novamente em reformulada direção vocacional.

Como especial influência importante aos que aguardam um momento propício para seguir qualquer via espiritual: os trânsitos de Plutão associados ao planeta Netuno são pertinentes ao fato. Estes trânsitos tendem a provocar confusões e grandes descontentamentos, quando velhos anseios, ideais e fantasias se manifestam. Podemos penetrar em profundidade nas nossas verdadeiras motivações e ânsias, naquilo que antes eram fortes sentimentos inconscientes a impelir-nos para um comportamento irrealista. Os impulsos de fuga podem ser fortes, mas somos capazes, neste período, de ver que só existe uma verdadeira fuga àquilo que nos preocupa em espírito: enfrentar os nossos autênticos desejos, as nossas verdadeiras necessidades, e transformar-nos, bem como aos nossos próprios ideais. De fato, atitudes vagas, ilusórias ou de escapismos são muitas vezes eliminadas durante este período. Em resumo, a ânsia de reforma pessoal que, em certa medida, está presente durante quase todos os trânsitos de Plutão, concentra-se nesta altura, nos ideais da pessoa, com bases num sentido existencial.    

(continua)

O curso completo de Progressões e Trânsitos no esquema de Coleção G +:






domingo, 22 de abril de 2018

Plutão em Trânsito VI







ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Plutão em Trânsito VI

Interpretação de Plutão em Trânsito

Na interpretação de trânsitos de modo geral, a característica do planeta conforme já foi explicado anteriormente, embasa um conhecimento essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico nas previsões. Aliás, apenas pelo emprego dos trânsitos (até mesmo sem o levantamento da Revolução Solar e Lunar de um período), seria possível se efetivar uma parcial previsão astrológica, sem a necessidade de muitos cálculos, tão somente conforme as efemérides; de uma forma já esclarecida nas aulas de cálculos.
Para prosseguir nessa ordem, os ensinamentos de acordo com Stephan Arroyo, em seu livro “Astrologia, karma e Transformação” sobre o planeta Plutão, se tornam fundamentais, como se seguem:

Os Trânsitos de Plutão

A função da energia planetária pode avaliar-se melhor observando o significado dos trânsitos de Plutão por pontos importantes do mapa natal. Os trânsitos de Plutão representam a morte e a destruição do antigo, sendo esta destruição necessária para criar espaço ao novo.
Os trânsitos de Plutão trazem à superfície aquilo que está pronto para ser eliminado e destruído.
Como exemplo, uma pessoa durante uns anos, passou na eminência do colapso psicológico. Embora tivesse sido um homem que exercia um domínio extremo de si próprio mostrava-se paranóico e histérico. Disse que experimentara toda espécie de fantasias paranóicas, relacionadas com sua namorada. Ao estabelecer o seu horóscopo para descobrirmos quais os trânsitos que ocorriam no período, a experiência de que passava foi imediatamente esclarecida. Plutão em trânsito estava em quadratura exata com Vênus natal. Expliquei-lhe que os trânsitos de Plutão destruíam os velhos modelos de pensamento e comportamento, bem como eliminavam todos os gêneros de resíduos psíquicos que impediam o seu desenvolvimento.

Pelo fato de Plutão estar em quadratura com Vênus, naturalmente, suas experiências afetavam sua vida emocional e as suas relações íntimas. Era como se todos os medos, ideais, fantasias e expectativas que tivera acerca das relações amorosas houvessem sido, imediata e compulsivamente, trazidos à superfície, depurados e eliminados, a despeito dos desejos conscientes da pessoa. Esta explicação ajudou a obter a certa perspectiva daquilo que se passava consigo, embora, claro, tivesse ainda que passar por toda a experiência emocional.
Pareceu-me ele de certo modo, aliviado, após a consulta e, dias mais tarde, disse-me que ia consultar um psiquiatra, na esperança de que ele ajudasse a enfrentar os seus sentimentos mais profundos. As coisas acalmaram um pouco depois da conclusão desse trânsito, mas quando Plutão retrogradou e ficou, de novo, em quadratura com Vênus natal, recomeçou o mesmo tipo de experiências, não obstante, desta vez, com menos força. O terceiro trânsito de Plutão (outra vez direto) em quadratura com Vênus natal marcou o fim deste longo e difícil período de transição emocional. Quando o processo terminou, o meu cliente tinha uma visão muito mais clara das suas relações com a namorada; decidiu adiar o casamento e parecia mais satisfeito com a sua vida emocional. Além disso, todos os seus valores relativos ao amor, ao casamento, ao dinheiro ou a preferências estéticas (Vênus) sofreram uma transformação total. Apreciando agora o caso à distância de alguns anos, é evidente que esta experiência, embora fosse, em altura, dolorosa e confusa, abriu as portas a um mais profundo reconhecimento e a uma perspectiva de vida inteiramente nova para ele que ainda hoje afeta as suas atitudes cotidianas.

Eis um ponto acerca dos trânsitos dos planetas trans-sturninos que não pode ser sobrevalorizado: as ramificações em longo prazo desses períodos cruciais de mudança só tornarão aparentes com uma perspectiva clarificada que, por sua vez, só o tempo proporcionará. As alterações que acontecem durante estes períodos são tão intensas e concentradas – e, ao mesmo tempo, as suas implicações na vida tão sutis – que é simplesmente impossível, para a maior parte dos indivíduos, assimilarem num curto espaço de tempo, o significado completo desta transição de uma fase para outra. Uma pessoa pode, muitas vezes, levar dez anos a compreender em absoluto o que realmente aconteceu nos seus níveis mais profundos durante essas fases de transformação. No momento matematicamente preciso em que ocorre o trânsito, não se tem qualquer perspectiva do que se passa. Apenas se sente que nos tiraram o tapete por debaixo dos pés, deixando-nos desorientados e com a noção de que ao mesmo tempo o velho tenha sido posto de lado implacavelmente, sem mais base firme de apoio, nem nada de seguro e familiar para que nos agarremos. Trata-se de uma sensação de grande insegurança, muitas vezes acompanhada por sintomas de desintegração, físicos e/ou psicológicos. Creio, no entanto que, na maior parte dos casos, a experiência destes trânsitos (com planetas acima de Saturno) é menos responsável pelo stress causado, do que o pânico, o medo e a ansiedade que rapidamente se apoderam da maioria das pessoas. Como os seres humanos são criaturas de hábitos e, portanto, raramente inclinadas a abandonar a velha e familiar segurança dos modelos antigos, resistem à mudança – o que tem apenas por efeito aumentar a pressão e a tensão internas. A única coisa que nos pode ajudar a vencer esses períodos com certo equilíbrio psíquico é uma fé inabalável na sabedoria e na ordem da própria vida. Essa fé deve basear-se no conhecimento real das leis universais, visto que uma fé sem alicerces a que uma pessoa se agarre só para fugir ao medo, desaba inevitavelmente logo que somos confrontados com o verdadeiro desafio. Então é este um dos maiores valores da astrologia, pois pode levar o indivíduo a descobrir o conhecimento autêntico e digno de confiança sobre as leis universais que modelam a experiência de nossas vidas. Pode dar ao indivíduo uma perspectiva aprofundada de sua experiência, um distanciamento que eventualmente poderá transformar-se em sabedoria.

Assim, embora alguns astrólogos afirmem que os trânsitos de Plutão trazem sempre consigo uma certa forma de separações de pessoas, coisas ou atividades, podemos ver, pelo exemplo, que Plutão atua a um nível muito mais profundo do que o dos simples fenômenos transitórios. Não quero dizer com isso que acontecimentos exteriores em larga escala nunca acompanhem tais trânsitos; acentuo apenas que, quer sejam ou não óbvias as mudanças exteriores nessa altura, o significado da experiência nunca é por completo evidente, visto que as mudanças ao mais profundo nível psíquico são tão prolongadas que o espírito analítico não consegue entender-lhes o verdadeiro propósito.
No exemplo que citei, verificou-se de fato uma separação, mas a um profundo nível emocional, através da eliminação de modelos de vida que já não serviam ao desenvolvimento interior da pessoa. Ela foi por isso separada de padrões psicológicos inibitórios e derrotistas, embora, as suas relações com determinada mulher se desenvolvessem em intimidade e profundidade, e a sua capacidade para compreender as suas próprias necessidades emocionais – e, assim, a sua capacidade para se relacionar com outras pessoas – se tenha tornado muito rapidamente mais significativa. Por isso, apesar de os trânsitos de Plutão coincidirem, muitas vezes, com o fim absoluto de uma velha fase de atividade ou de um modo acabado de auto-expressão, mostram-nos inevitavelmente que é tempo de abandonar os velhos padrões psicológicos ou a velha perspectiva de vida que já não serve mais.
Os trânsitos de Plutão trazem à superfície condições ocultas ou subliminais, a fim de que esta energia possa ser libertada da velha carapaça e transformada numa nova fonte de poder conscientemente utilizável. E relacionam-se sempre com a luz e a escuridão, o velho e o novo. Deste modo e apesar de, muitas vezes trazerem à superfície resíduos do velho para que possam ser eliminados, também trazem para a luz aquilo que o ego mais profundamente aprendeu e que manifesta na essência perdurável do ser.

(continua) 

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domingo, 15 de abril de 2018

Plutão em Trânsito V





ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Plutão em Trânsito V

Interpretação de Plutão em Trânsito

Na interpretação de trânsitos de modo geral, a característica do planeta conforme já foi explicado anteriormente, embasa um conhecimento essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico nas previsões. Aliás, apenas pelo emprego dos trânsitos (até mesmo sem o levantamento da Revolução Solar e Lunar de um período), seria possível se efetivar uma parcial previsão astrológica, sem a necessidade de muitos cálculos, tão somente conforme as efemérides; de uma forma já esclarecida nas aulas de cálculos.
Para prosseguir nessa ordem, os ensinamentos de acordo com Stephan Arroyo, em seu livro “Astrologia, karma e Transformação” sobre o planeta Plutão, se tornam fundamentais, como se seguem:

A maior parte dos astrólogos concorda que o planeta Plutão simboliza uma dimensão da vida tão complexa e com fontes tão profundas que uma aura de mistério rodeia o significado deste planeta no horóscopo de nascimento. Desde sua descoberta tem sido feitas várias tentativas para clarificar o seu significado; e embora os astrólogos sejam capazes de descobrir muitos significados diferentes que servem para os seus objetivos particulares, e embora muitos artigos tenham sido  escritos acerca da influência de Plutão no Karma  coletivo e nos acontecimentos, ainda não fui capaz de encontrar qualquer explicação do significado deste planeta para o  ser humano considerado individualmente e para a sua caracterização psicológica que se possa considerar completa. Parece que existe sempre  algo escondido acerca de Plutão, algo sutil e difícil de  conceituar em termos lógicos correntes. Tudo o que se relaciona com Plutão é de certo modo, fora do comum, é um tanto excêntrico e indica um domínio de imensidão cósmica que confunde o espírito. E isso é verdade não só a propósito da função astrológica do  planeta como também acerca do movimento do próprio planeta.
A órbita de Plutão, como a de todos os outros planetas, é  uma elipse, mas consideravelmente mais assim caracterizada do que  os  demais do sistema solar. Enquanto nos planos orbitais dos principais planetas a ordem é de 7º com o plano da órbita da  Terra ou eclíptica a órbita de Plutão está inclinada 17º. A distância média deste planeta ao Sol é  cerca de 40 unidades astronômicas, sendo esta indicada como a distância média da  Terra ao Sol, ou, aproximadamente cento e cinquenta milhões de quilômetros. Assim 40 unidades equivalem a 6.000.000.000 de  quilômetros.A órbita do planeta é tão pronunciadamente elíptica, contudo, esta distância ao Sol tem uma variação de cerca de 3.000.000.000 de quilômetros,  sendo a distância mínima de aproximadamente 4.500.000, um pouco menos do que a de Netuno, e a máxima com cerca de 7.200.000.0000 de quilômetros, ou seja, quase 75% maior do que a de Netuno.

É curioso observar que, descrevendo sua órbita no mesmo plano de Netuno, Plutão no periélio, estará ligeiramente dentro da órbita daquele planeta. Como resultado da alta inclinação mútua dos planos orbitais  dos dois planetas, as suas órbitas nem por isso se cruzarão em algum momento.
Um dos mais notáveis aspectos de Plutão é que o seu significado abrange muitas qualidades opostas; mas o simples estudo do planeta do ponto de vista astronômico obriga, inevitavelmente, a confrontar medidas que vão do puro minuto às grandezas incompreensíveis. Por exemplo, Plutão é aproximadamente do tamanho estelar catorze, o que significa que tem cerca de 1600 avos de brilho como da mais débil estrela facilmente visível a olho nu num céu claro e sem luar. Este pequeníssimo nível de brilho e aquele tamanho diminuto são fatores bastante ilusórios, pois o poder representado por Plutão ultrapassa em muito os seus atributos físicos. Parece claro que tudo o que estiver relacionado com Plutão (ou com o signo de Escorpião o mesmo a oitava casa) não pode ser corretamente julgado pela sua aparência nem compreendido pela mera observação das características superficiais. A nossa concepção de vastidão do sistema planetário (e, concomitantemente também da natureza dos seres humanos) aprofundou-se muito depois com a descoberta de Plutão. Os astrônomos costumavam considerar o nosso sistema solar como tendo sessenta unidades astronômicas de extensão; agora vêem que tem mais um terço de comprimento, ou seja, oitenta unidades no diâmetro total ou talvez mais, pois sabe-se que o campo gravitacional do Sol se estende muito para além de Plutão. O sistema solar é considerado agora com tais dimensões que a luz – cuja velocidade no vácuo  é de 360000 quilômetros por segundo – precisa de umas onze horas para chegar de uma extremidade à outra do domínio planetário. Tornou-se recentemente claro para um crescente número de astrólogos que a expansão potencial da consciência psicológica que Plutão assim simboliza no horóscopo individual constitui um perfeito paralelo da crescente consciência do vasto âmbito do próprio sistema solar que a descoberta de Plutão propiciou.

Plutão atua a um nível tão profundo e com tanta sutileza que a pesquisa nos horóscopos de pessoas famosas não nos ajuda a compreender o significado do planeta. Afinal, não podemos saber que problemas ocultos ou experiências profundas modelam a vida dessas pessoas. Por isso, a mais importante investigação sobre Plutão deve ser feita em relação com os nossos mapas de nascimento e conforme os de nossos amigos mais íntimos. Quer consideremos relativamente à experiência individual, quer aos fenômenos coletivos, Plutão simboliza uma forma de poder extremamente concentrada. Este poder é tão intensamente concentrado que a forma física ou o tamanho dos fenômenos (como o do próprio planeta) é irrelevante. Por exemplo, a bomba atômica é geralmente considerada como uma fonte do poder de Plutão. A quantidade da energia liberada de uma bomba dessas é extraordinária em comparação com o tamanho físico deste planeta. Como dissemos acima, o próprio planeta possui esta característica, visto que, sendo embora menor do que a Terra, a sua influência afeta a vida terrestre numa proporção muito maior do que o seu tamanho poderia indicar comparativamente. Assim a força de Plutão deriva de uma fonte que está para além ou no interior da sua forma física, através da qual ela emana. A grande energia de Plutão provém de uma fonte de modo algum evidente, que podemos chamar de transcendental. É esta a razão pela qual a energia deste planeta sempre se manifesta em termos de opostos, pois aquilo que é verdadeiramente transcendente só pode ser entendido pela consciência psicológica normal em níveis de polarização: como luz e trevas, alegria e tristeza. Por exemplo, a energia nuclear e o uso, em larga escala de pesticidas químicos têm sido referidos como fenômenos associados a Plutão. São ambos fontes de grande poder e todos conhecemos os resultados que deles podem advir; tendo sido ambos usados de modo a se aproveitar seus aspectos negativos, destrutivos, de cujos forças ocorrem: poluição radioativa e perturbações genéticas, envenenamento químico do solo, dos alimentos e da água.

Plutão simboliza, portanto, um tipo de poder que só pode ser usado criativamente quando o usuário está espiritualmente orientado, na medida necessária, visto que a evolução e a cura espiritual em profundidade são as únicas áreas da experiência nas quais as forças de Plutão podem ser utilizadas sem receio de sua influência negativa.

(continua)

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