ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Plutão em
Trânsito V
Anterior: Plutão em Trânsito IV
Interpretação de Plutão em Trânsito
Na interpretação de trânsitos de
modo geral, a característica do planeta conforme já foi explicado
anteriormente, embasa um conhecimento essencial pelo andamento eficaz do
processo analítico astrológico nas previsões. Aliás, apenas pelo emprego dos
trânsitos (até mesmo sem o levantamento da Revolução Solar e Lunar de um
período), seria possível se efetivar uma parcial previsão astrológica, sem a
necessidade de muitos cálculos, tão somente conforme as efemérides; de uma
forma já esclarecida nas aulas de cálculos.
Para prosseguir nessa ordem, os
ensinamentos de acordo com Stephan Arroyo, em seu livro
“Astrologia, karma e Transformação” sobre o planeta Plutão, se tornam
fundamentais, como se seguem:
A maior parte dos astrólogos
concorda que o planeta Plutão simboliza uma dimensão da vida tão complexa e com
fontes tão profundas que uma aura de mistério rodeia o significado deste
planeta no horóscopo de nascimento. Desde sua descoberta tem sido feitas
várias tentativas para clarificar o seu significado; e embora os astrólogos
sejam capazes de descobrir muitos significados diferentes que servem para os
seus objetivos particulares, e embora muitos artigos tenham sido escritos acerca da influência de Plutão no
Karma coletivo e nos acontecimentos,
ainda não fui capaz de encontrar qualquer explicação do significado deste
planeta para o ser humano considerado individualmente e para a sua
caracterização psicológica que se possa considerar completa. Parece que existe
sempre algo escondido acerca de Plutão,
algo sutil e difícil de conceituar em
termos lógicos correntes. Tudo o que se relaciona com Plutão é de certo modo,
fora do comum, é um tanto excêntrico e indica um domínio de imensidão cósmica
que confunde o espírito. E isso é verdade não só a propósito da função
astrológica do planeta como também
acerca do movimento do próprio planeta.
A órbita de Plutão, como a de
todos os outros planetas, é uma elipse,
mas consideravelmente mais assim caracterizada do que os
demais do sistema solar. Enquanto nos planos orbitais dos principais
planetas a ordem é de 7º com o plano da órbita da Terra ou eclíptica a órbita de Plutão está
inclinada 17º. A distância média deste planeta ao Sol é cerca de 40 unidades astronômicas, sendo esta indicada como a distância média da Terra ao
Sol, ou, aproximadamente cento e cinquenta milhões de quilômetros. Assim 40
unidades equivalem a 6.000.000.000 de
quilômetros.A órbita do planeta é tão pronunciadamente elíptica,
contudo, esta distância ao Sol tem uma variação de cerca de 3.000.000.000 de
quilômetros, sendo a distância mínima de
aproximadamente 4.500.000, um pouco menos do que a de Netuno, e a máxima com
cerca de 7.200.000.0000 de quilômetros, ou seja, quase 75% maior do que a de
Netuno.
É curioso observar que,
descrevendo sua órbita no mesmo plano de Netuno, Plutão no periélio, estará
ligeiramente dentro da órbita daquele planeta. Como resultado da alta
inclinação mútua dos planos orbitais dos
dois planetas, as suas órbitas nem por isso se cruzarão em algum momento.
Um dos mais notáveis aspectos de
Plutão é que o seu significado abrange muitas qualidades opostas; mas o
simples estudo do planeta do ponto de vista astronômico obriga,
inevitavelmente, a confrontar medidas que vão do puro minuto às grandezas
incompreensíveis. Por exemplo, Plutão é aproximadamente do tamanho estelar
catorze, o que significa que tem cerca de 1600 avos de brilho como da mais débil
estrela facilmente visível a olho nu num céu claro e sem luar. Este
pequeníssimo nível de brilho e aquele tamanho diminuto são fatores bastante
ilusórios, pois o poder representado por Plutão ultrapassa em muito os seus
atributos físicos. Parece claro que tudo o que estiver relacionado com Plutão
(ou com o signo de Escorpião o mesmo a oitava casa) não pode ser corretamente
julgado pela sua aparência nem compreendido pela mera observação das
características superficiais. A nossa concepção de vastidão do sistema
planetário (e, concomitantemente também da natureza dos seres humanos)
aprofundou-se muito depois com a descoberta de Plutão. Os astrônomos costumavam
considerar o nosso sistema solar como tendo sessenta unidades astronômicas de
extensão; agora vêem que tem mais um terço de comprimento, ou seja, oitenta
unidades no diâmetro total ou talvez mais, pois sabe-se que o campo
gravitacional do Sol se estende muito para além de Plutão. O sistema solar é
considerado agora com tais dimensões que a luz – cuja velocidade no vácuo é de 360000 quilômetros por segundo – precisa
de umas onze horas para chegar de uma extremidade à outra do domínio planetário.
Tornou-se recentemente claro para um crescente número de astrólogos que a
expansão potencial da consciência psicológica que Plutão assim simboliza no
horóscopo individual constitui um perfeito paralelo da crescente consciência do
vasto âmbito do próprio sistema solar que a descoberta de Plutão propiciou.
Plutão atua a um nível tão
profundo e com tanta sutileza que a pesquisa nos horóscopos de pessoas famosas não nos ajuda a compreender o
significado do planeta. Afinal, não podemos saber que problemas ocultos ou experiências
profundas modelam a vida dessas pessoas. Por isso, a mais importante
investigação sobre Plutão deve ser feita em relação com os nossos mapas de
nascimento e conforme os de nossos amigos mais íntimos. Quer consideremos
relativamente à experiência individual, quer aos fenômenos coletivos, Plutão
simboliza uma forma de poder extremamente concentrada.
Este poder é tão intensamente concentrado que a forma física ou o tamanho dos
fenômenos (como o do próprio planeta) é irrelevante. Por exemplo, a bomba atômica
é geralmente considerada como uma fonte do poder de Plutão. A quantidade da energia liberada de uma bomba dessas é extraordinária em comparação com o
tamanho físico deste planeta. Como dissemos acima, o próprio planeta possui esta
característica, visto que, sendo embora menor do que a Terra, a sua influência
afeta a vida terrestre numa proporção muito maior do que o seu tamanho poderia
indicar comparativamente. Assim a força de Plutão deriva de uma fonte que está
para além ou no interior da sua forma física, através da qual ela emana. A
grande energia de Plutão provém de uma fonte de modo algum evidente, que
podemos chamar de transcendental. É esta a razão pela qual a energia deste
planeta sempre se manifesta em termos de opostos, pois aquilo que é
verdadeiramente transcendente só pode ser entendido pela consciência
psicológica normal em níveis de polarização: como luz e trevas, alegria e
tristeza. Por exemplo, a energia nuclear e o uso, em larga escala de pesticidas
químicos têm sido referidos como fenômenos associados a Plutão. São ambos
fontes de grande poder e todos conhecemos os resultados que deles podem advir;
tendo sido ambos usados de modo a se aproveitar seus aspectos negativos,
destrutivos, de cujos forças ocorrem: poluição radioativa e perturbações
genéticas, envenenamento químico do solo, dos alimentos e da água.
Plutão simboliza, portanto, um
tipo de poder que só pode ser usado criativamente quando o usuário está
espiritualmente orientado, na medida necessária, visto que a evolução e a cura
espiritual em profundidade são as únicas áreas da experiência nas quais as
forças de Plutão podem ser utilizadas sem receio de sua influência negativa.
(continua)
O curso completo de Progressões e Trânsitos no esquema de Coleção G +: