domingo, 22 de abril de 2018

Plutão em Trânsito VI







ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Plutão em Trânsito VI

Interpretação de Plutão em Trânsito

Na interpretação de trânsitos de modo geral, a característica do planeta conforme já foi explicado anteriormente, embasa um conhecimento essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico nas previsões. Aliás, apenas pelo emprego dos trânsitos (até mesmo sem o levantamento da Revolução Solar e Lunar de um período), seria possível se efetivar uma parcial previsão astrológica, sem a necessidade de muitos cálculos, tão somente conforme as efemérides; de uma forma já esclarecida nas aulas de cálculos.
Para prosseguir nessa ordem, os ensinamentos de acordo com Stephan Arroyo, em seu livro “Astrologia, karma e Transformação” sobre o planeta Plutão, se tornam fundamentais, como se seguem:

Os Trânsitos de Plutão

A função da energia planetária pode avaliar-se melhor observando o significado dos trânsitos de Plutão por pontos importantes do mapa natal. Os trânsitos de Plutão representam a morte e a destruição do antigo, sendo esta destruição necessária para criar espaço ao novo.
Os trânsitos de Plutão trazem à superfície aquilo que está pronto para ser eliminado e destruído.
Como exemplo, uma pessoa durante uns anos, passou na eminência do colapso psicológico. Embora tivesse sido um homem que exercia um domínio extremo de si próprio mostrava-se paranóico e histérico. Disse que experimentara toda espécie de fantasias paranóicas, relacionadas com sua namorada. Ao estabelecer o seu horóscopo para descobrirmos quais os trânsitos que ocorriam no período, a experiência de que passava foi imediatamente esclarecida. Plutão em trânsito estava em quadratura exata com Vênus natal. Expliquei-lhe que os trânsitos de Plutão destruíam os velhos modelos de pensamento e comportamento, bem como eliminavam todos os gêneros de resíduos psíquicos que impediam o seu desenvolvimento.

Pelo fato de Plutão estar em quadratura com Vênus, naturalmente, suas experiências afetavam sua vida emocional e as suas relações íntimas. Era como se todos os medos, ideais, fantasias e expectativas que tivera acerca das relações amorosas houvessem sido, imediata e compulsivamente, trazidos à superfície, depurados e eliminados, a despeito dos desejos conscientes da pessoa. Esta explicação ajudou a obter a certa perspectiva daquilo que se passava consigo, embora, claro, tivesse ainda que passar por toda a experiência emocional.
Pareceu-me ele de certo modo, aliviado, após a consulta e, dias mais tarde, disse-me que ia consultar um psiquiatra, na esperança de que ele ajudasse a enfrentar os seus sentimentos mais profundos. As coisas acalmaram um pouco depois da conclusão desse trânsito, mas quando Plutão retrogradou e ficou, de novo, em quadratura com Vênus natal, recomeçou o mesmo tipo de experiências, não obstante, desta vez, com menos força. O terceiro trânsito de Plutão (outra vez direto) em quadratura com Vênus natal marcou o fim deste longo e difícil período de transição emocional. Quando o processo terminou, o meu cliente tinha uma visão muito mais clara das suas relações com a namorada; decidiu adiar o casamento e parecia mais satisfeito com a sua vida emocional. Além disso, todos os seus valores relativos ao amor, ao casamento, ao dinheiro ou a preferências estéticas (Vênus) sofreram uma transformação total. Apreciando agora o caso à distância de alguns anos, é evidente que esta experiência, embora fosse, em altura, dolorosa e confusa, abriu as portas a um mais profundo reconhecimento e a uma perspectiva de vida inteiramente nova para ele que ainda hoje afeta as suas atitudes cotidianas.

Eis um ponto acerca dos trânsitos dos planetas trans-sturninos que não pode ser sobrevalorizado: as ramificações em longo prazo desses períodos cruciais de mudança só tornarão aparentes com uma perspectiva clarificada que, por sua vez, só o tempo proporcionará. As alterações que acontecem durante estes períodos são tão intensas e concentradas – e, ao mesmo tempo, as suas implicações na vida tão sutis – que é simplesmente impossível, para a maior parte dos indivíduos, assimilarem num curto espaço de tempo, o significado completo desta transição de uma fase para outra. Uma pessoa pode, muitas vezes, levar dez anos a compreender em absoluto o que realmente aconteceu nos seus níveis mais profundos durante essas fases de transformação. No momento matematicamente preciso em que ocorre o trânsito, não se tem qualquer perspectiva do que se passa. Apenas se sente que nos tiraram o tapete por debaixo dos pés, deixando-nos desorientados e com a noção de que ao mesmo tempo o velho tenha sido posto de lado implacavelmente, sem mais base firme de apoio, nem nada de seguro e familiar para que nos agarremos. Trata-se de uma sensação de grande insegurança, muitas vezes acompanhada por sintomas de desintegração, físicos e/ou psicológicos. Creio, no entanto que, na maior parte dos casos, a experiência destes trânsitos (com planetas acima de Saturno) é menos responsável pelo stress causado, do que o pânico, o medo e a ansiedade que rapidamente se apoderam da maioria das pessoas. Como os seres humanos são criaturas de hábitos e, portanto, raramente inclinadas a abandonar a velha e familiar segurança dos modelos antigos, resistem à mudança – o que tem apenas por efeito aumentar a pressão e a tensão internas. A única coisa que nos pode ajudar a vencer esses períodos com certo equilíbrio psíquico é uma fé inabalável na sabedoria e na ordem da própria vida. Essa fé deve basear-se no conhecimento real das leis universais, visto que uma fé sem alicerces a que uma pessoa se agarre só para fugir ao medo, desaba inevitavelmente logo que somos confrontados com o verdadeiro desafio. Então é este um dos maiores valores da astrologia, pois pode levar o indivíduo a descobrir o conhecimento autêntico e digno de confiança sobre as leis universais que modelam a experiência de nossas vidas. Pode dar ao indivíduo uma perspectiva aprofundada de sua experiência, um distanciamento que eventualmente poderá transformar-se em sabedoria.

Assim, embora alguns astrólogos afirmem que os trânsitos de Plutão trazem sempre consigo uma certa forma de separações de pessoas, coisas ou atividades, podemos ver, pelo exemplo, que Plutão atua a um nível muito mais profundo do que o dos simples fenômenos transitórios. Não quero dizer com isso que acontecimentos exteriores em larga escala nunca acompanhem tais trânsitos; acentuo apenas que, quer sejam ou não óbvias as mudanças exteriores nessa altura, o significado da experiência nunca é por completo evidente, visto que as mudanças ao mais profundo nível psíquico são tão prolongadas que o espírito analítico não consegue entender-lhes o verdadeiro propósito.
No exemplo que citei, verificou-se de fato uma separação, mas a um profundo nível emocional, através da eliminação de modelos de vida que já não serviam ao desenvolvimento interior da pessoa. Ela foi por isso separada de padrões psicológicos inibitórios e derrotistas, embora, as suas relações com determinada mulher se desenvolvessem em intimidade e profundidade, e a sua capacidade para compreender as suas próprias necessidades emocionais – e, assim, a sua capacidade para se relacionar com outras pessoas – se tenha tornado muito rapidamente mais significativa. Por isso, apesar de os trânsitos de Plutão coincidirem, muitas vezes, com o fim absoluto de uma velha fase de atividade ou de um modo acabado de auto-expressão, mostram-nos inevitavelmente que é tempo de abandonar os velhos padrões psicológicos ou a velha perspectiva de vida que já não serve mais.
Os trânsitos de Plutão trazem à superfície condições ocultas ou subliminais, a fim de que esta energia possa ser libertada da velha carapaça e transformada numa nova fonte de poder conscientemente utilizável. E relacionam-se sempre com a luz e a escuridão, o velho e o novo. Deste modo e apesar de, muitas vezes trazerem à superfície resíduos do velho para que possam ser eliminados, também trazem para a luz aquilo que o ego mais profundamente aprendeu e que manifesta na essência perdurável do ser.

(continua) 

O curso completo de Progressões e Trânsitos no esquema de Coleção G +: