Mitos da Transformação
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da
Transformação
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Mitos da Transformação
Céix e Alcione
Céix, rei de Traquis, filho de
Eósforo (Lúcifer), sobrinho de Anfitrião, portanto primo de Hércules, com o
qual cultivava a amizade. Alcione, filha de Éolo, o Senhor dos Ventos, era
esposa de Céix, cuja qualidade dessa união conjugal, se reconhecia o mais
pleno sentido de felicidade; pelo quanto significava a relação do casal
(motivada por uma perfeita complementação).
Entrementes, por causa da morte
de seu irmão e das sucessivas ocorrências nefastas logo após esse fato, Céix se
tornara apreensivo; tendo por alternativa realizar uma consulta urgente em um
oráculo sob os auspícios de Apolo; cuja decisão implicada numa longa viagem, dependia
de um certo acordo com a rainha, a qual motivada pelos seus próprios presságios
– devido aos seus temores – não aprovava.
Numa tentativa de poder motivar
Céix a desistir da viagem, Alcione relatou sobre a violência dos ventos,
complementando em seguida – por causa da notória impossibilidade de mudar a
resolução –, com um pedido de seguir na companhia do rei, justificando que, por
ser filha de Éolo, significaria uma grande proteção durante a jornada; cujas
suas sugestões foram em vão.
Depois de longa e comovente
despedida entre o casal, com promessas de um breve retorno, Céix embarcou sob
os acenos – lágrimas e soluços – de Alcione, que permanecera nesse tipo de
expectativa até o exato instante no qual
o barco sumiu no horizonte.
Entretanto, quase no meio do
percurso surgiu o imprevisto, o mar se agitava – cada vez mais – e o céu
escurecera pelo qualificado prenuncio de um terrível furacão. Competentes, os
marinheiros imediatamente recolheram as velas e concluíram os demais
procedimentos de segurança; os quais ainda assim não foram suficientes, cuja
situação resultara na total destruição da embarcação.
Hera não suportava mais aquele
número excessivo de pedidos ininterruptos enviados – sob preces – por Alcione, sempre
suplicando a mais plena proteção de seu esposo; quando de repente, por sua
própria visão de deusa, constatara naquele exato instante, o trágico naufrágio
que determinou a morte de Céix.
Como Alcione ainda insistia com
suas súplicas, Hera (reconhecendo sua omissão) convocou sua fiel mensageira
Íris, para ir até o reino do sono, com instruções dirigidas a Morfeu, cuja
realização dessas ordens deveria resultar no fim daquele caso.
Após longa viagem – enveredada
apenas para baixo –, Íris finalmente atingira a região do silêncio profundo, o
qual exigia a sua mais plena atenção pela localização da morada de Morfeu, cujo
tipo de precaução consistia em não se envolver com o ambiente contagiante, que
induzia – sobre todos no local – estados imediatos de entorpecimento.
No entanto, pela sua própria
eficiência de mensageira, Íris cumpriu sua missão.
Pela própria ordem de Hera,
Morfeu só precisava se metamorfosear em Céix, depois se apresentar em sonho –
sob essa forma – para Alcione, com o anúncio simbólico de que já estava morto;
como essa era a sua especialidade, realizou seu trabalho com êxito.
Pois, logo ao acordar a rainha se
dirigiu ao mar (para o local onde se despedira de seu esposo), com um forte
pressentimento de que algo muito especial deveria acontecer naquele momento.
Sob o olhar voltado para as
águas, em curto tempo, se apercebera que as ondas impulsionavam algo de
estranho, que após certos avanços, se mostrava com melhor nitidez, até ser
identificado como um corpo de homem, o qual em sua ligeira aproximação
reconheceu imediatamente: era o cadáver de Céix.
Primeiro vieram as lágrimas de
indignação, mas algo de extraordinário estava prestes a acontecer, visto que, Hera
cuidava do caso com muita dedicação. Então, para impedir que Alcione ousasse
cometer suicídio, por causa de seu
desespero crescente, a deusa, como num estalo, transmutou a rainha em pássaro;
o mesmo ocorrendo com Céix (apesar de sua condição de morto) pela própria
complementação de um novo par (de aves).
Assim, os “dois” se acasalaram
pela continuidade daquela nova espécie de ave marítima, classificada pelo nome:
Alcion, considerada depois, com respeito
e admiração pelos marinheiros.
(continua)