segunda-feira, 4 de março de 2013

Mitos da Transformação II – Vertuno e Pomona


Mitos da Transformação II – Vertuno e Pomona
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da Transformação II



Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.



Vertuno e Pomona

Vertuno (nome que significa mudar ou voltar), antes identificado como rei de Etrúria, o qual em seu atuar se dedicara aos cuidados dos frutos e pela cultura dos jardins e vegetais, sob as mais sensatas práticas em favor (respeito) da natureza; sendo por isso – após sua morte – designado pelos etruscos “o deus da transformação”, em cuja consideração dada ao seu culto (definido sobre a germinação e a fecundidade da terra), se difundiu também entre os romanos (por adoção).
Lendário, nesse sentido também participava de modo ativo no quanto significava o exato cultivo da natureza em benefício dos frutos dados pela terra; portanto, se encontrava (por causa de suas funções) num relacionamento direto entre os faunos, sátiros, ninfas e demais entes naturais dos bosques.
Conforme seu atributo especial de deus (ligado aos entes da natureza vegetal), podia se metamorfosear naquilo que bem entendesse; cujo dom – ou artifício – sempre aplicava em suas atividades, ou até mesmo em razões de interesses pessoais.



Pomona, uma ninfa – conforme sua espécie – dos bosques, entre as assim denominadas Hamadríades, que além de sua expressiva beleza, ainda se diferenciava das outras, por suas atitudes pessoais; pois, desconsiderava – imediatamente – quaisquer tipos de cortejos dirigidos por seus pretendentes, assim motivados pela paixão. 



Talvez por causa disso, era a ninfa mais admirada entre os faunos, sátiros, silvanos e demais tipos de conquistadores associados aos bosques.
 Mas, a paixão de Vertuno por Pomona, era ainda maior que a dos outros admiradores, a qual já se aproximava – assim tão irresistível – da obsessão. Ciente de que não teria nenhuma chance pela conquista dessa ninfa, por se tratar de um fato – impossível – consumado para todo – e qualquer – pretendente, então passou a surgir transmutado diante dela, ora de um jeito ora de outro, timidamente, sob diferenciados disfarces.



Certa ocasião, teve a – brilhante – idéia de visitar essa donzela transfigurado numa “senhora bem idosa” , a qual pareceria inspirar em seu semblante, tanto simpatia quanto confiança, cujo qualificado artifício funcionara como que sob um efeito mágico; pois, Pomona assim abordada, não apenas sorriu, como ainda aceitou prosear com a estranha mulher. 
Reconhecendo a boa oportunidade obtida, num propósito de evitar riscos sobre a relação, inicialmente, passou a admirar os frutos das árvores no local, sempre com entusiasmo, se expressava assim com elogios (de forma gentil), pelo quanto significava aquele delicado e dedicado cultivo – natural – de Pomona.
Depois, já mais confiante, após perceber no quanto aquele exato diálogo poderia “render” em abertura para maior intimidade, passou a valorizar sua própria presença, se identificando – em cada avanço astucioso – como uma real conselheira interessada nas causas de ordens femininas, assim qualificada por causa de sua experiência (devido sua idade).
Nesse tipo de procedimento – cada vez mais íntimo – esclarecera os motivos de sua visita, a qual consistia apenas para poder oferecer seus importantes conselhos sobre os fatos atuais, assim considerados conforme sua própria experiência – como idosa –, de extremo risco para uma ninfa – indefesa diante de um possível acontecimento trágico –; pois, conhecia através de inúmeros comentários, o quanto ela havia despertado a paixão entre os entes – masculinos – do bosque, sem nunca aceitar ninguém, cujo tipo de atitude feminina, poderia até instigar a ira de Vênus (deusa do amor).
Confiante pelo próprio direcionamento no quanto a relação (entre as “duas”) se processava, prontamente decidiu também revelar (por conhecimento pessoal) a Pomona, o imenso amor de Vertuno por ela; justificando nesse sentido que, o mesmo não significava nenhum tipo de “deus errante” como era caluniado pelos seus exatos concorrentes (no nível da paixão), se qualificando no entanto como excelente cultivador da natureza, ligado aos frutos da terra, representando ainda uma ótima e promissora parceria, para um casal com as mesmas atividades.
Em seguida, pela própria impulsão de sua eloqüência, pediu licença para contar o ocorrido entre Ífis e Anaxárete:
Ífis, era um rapaz de família humilde, o qual (sem maiores detalhes sobre o fato) se apaixonara – perdidamente – por Anaxárete, uma moça de classe nobre, deveras muito orgulhosa pelo quanto significava na sociedade, portanto, reconhecida assim (pessoalmente), com os piores tipos de preconceitos.
Mas, por causa de um irresistível impulso da paixão, ousara se aproximar de Anaxárete, invadindo assim sua residência, o qual na presença de sua amada conseguira expressar – sem receios – seus mais profundos sentimentos de amor. 
No entanto, sua inesperada confissão resultou apenas no mais cruel tipo de sarcasmo, não só por parte da moça como também pelos demais ali presentes; sendo expulso do local da forma mais humilhante (sob o escárnio geral).
Ainda assim, forçou em outras tentativas nova aproximação, enviando também mensagens com súplicas de amor e demais meios nesse sentido.



Desesperado, sem solução para o seu processo afetivo, decidiu se enforcar justamente no portal da mansão de Anaxárete.



Por mais repreensível que isso podia significar, Anaxárete ainda quis assistir da sacada de sua casa o cortejo fúnebre de Ífis, atraída pelas lamentações de seus acompanhantes, sem ao menos se comover.
Vênus, irritada pela insensibilidade da moça transformou-a numa estátua de pedra.

Terminado o conto, Vertuno desfez seu artifício – sob o disfarce de velha – se mostrando tal como era, cuja sua aparência encantou Pomona. Desse modo, Vertuno efetivou sua conquista (sem mais dificuldades).


(continua)