Mitos da Transformação II –
Vertuno e Pomona
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da
Transformação II
Anterior: Mitos da Transformação
Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Vertuno e Pomona
Vertuno (nome que significa mudar
ou voltar), antes identificado como rei de Etrúria, o qual em seu atuar se
dedicara aos cuidados dos frutos e pela cultura dos jardins e vegetais, sob as
mais sensatas práticas em favor (respeito) da natureza; sendo por isso – após
sua morte – designado pelos etruscos “o deus da transformação”, em cuja
consideração dada ao seu culto (definido sobre a germinação e a fecundidade da
terra), se difundiu também entre os romanos (por adoção).
Lendário, nesse sentido também participava de modo ativo no quanto significava o exato
cultivo da natureza em benefício dos frutos dados pela terra; portanto, se
encontrava (por causa de suas funções) num relacionamento direto entre os
faunos, sátiros, ninfas e demais entes naturais dos bosques.
Conforme seu atributo especial de
deus (ligado aos entes da natureza vegetal), podia se metamorfosear naquilo que
bem entendesse; cujo dom – ou artifício – sempre aplicava em suas atividades,
ou até mesmo em razões de interesses pessoais.
Pomona, uma ninfa – conforme sua
espécie – dos bosques, entre as assim denominadas Hamadríades, que além de sua
expressiva beleza, ainda se diferenciava das outras, por suas atitudes
pessoais; pois, desconsiderava – imediatamente – quaisquer tipos de cortejos
dirigidos por seus pretendentes, assim motivados pela paixão.
Talvez por causa
disso, era a ninfa mais admirada entre os faunos, sátiros, silvanos e demais
tipos de conquistadores associados aos bosques.
Certa ocasião, teve a – brilhante
– idéia de visitar essa donzela transfigurado numa “senhora bem idosa” , a qual
pareceria inspirar em seu semblante, tanto simpatia quanto confiança, cujo
qualificado artifício funcionara como que sob um efeito mágico; pois, Pomona
assim abordada, não apenas sorriu, como ainda aceitou prosear com a estranha
mulher.
Reconhecendo a boa oportunidade
obtida, num propósito de evitar riscos sobre a relação, inicialmente, passou a
admirar os frutos das árvores no local, sempre com entusiasmo, se expressava
assim com elogios (de forma gentil), pelo quanto significava aquele delicado e
dedicado cultivo – natural – de Pomona.
Depois, já mais confiante, após
perceber no quanto aquele exato diálogo poderia “render” em abertura para maior
intimidade, passou a valorizar sua própria presença, se identificando – em cada
avanço astucioso – como uma real conselheira interessada nas causas de ordens
femininas, assim qualificada por causa de sua experiência (devido sua idade).
Nesse tipo de procedimento – cada
vez mais íntimo – esclarecera os motivos de sua visita, a qual consistia apenas
para poder oferecer seus importantes conselhos sobre os fatos atuais, assim
considerados conforme sua própria experiência – como idosa –, de
extremo risco para uma ninfa – indefesa diante de um possível acontecimento
trágico –; pois, conhecia através de inúmeros comentários, o quanto ela havia
despertado a paixão entre os entes – masculinos – do bosque, sem nunca aceitar
ninguém, cujo tipo de atitude feminina, poderia até instigar a ira de Vênus
(deusa do amor).
Confiante pelo próprio
direcionamento no quanto a relação (entre as “duas”) se processava, prontamente
decidiu também revelar (por conhecimento pessoal) a Pomona, o imenso amor de
Vertuno por ela; justificando nesse sentido que, o mesmo não significava nenhum
tipo de “deus errante” como era caluniado pelos seus exatos concorrentes (no
nível da paixão), se qualificando no entanto como excelente cultivador da
natureza, ligado aos frutos da terra, representando ainda uma ótima e
promissora parceria, para um casal com as mesmas atividades.
Em seguida, pela própria impulsão
de sua eloqüência, pediu licença para contar o ocorrido entre Ífis e Anaxárete:
Ífis, era um rapaz de família
humilde, o qual (sem maiores detalhes sobre o fato) se apaixonara –
perdidamente – por Anaxárete, uma moça de classe nobre, deveras muito orgulhosa
pelo quanto significava na sociedade, portanto, reconhecida assim
(pessoalmente), com os piores tipos de preconceitos.
Mas, por causa de um irresistível
impulso da paixão, ousara se aproximar de Anaxárete, invadindo assim sua
residência, o qual na presença de sua amada conseguira expressar – sem receios
– seus mais profundos sentimentos de amor.
No entanto, sua inesperada
confissão resultou apenas no mais cruel tipo de sarcasmo, não só por parte da
moça como também pelos demais ali presentes; sendo expulso do local da forma
mais humilhante (sob o escárnio geral).
Ainda assim, forçou em outras
tentativas nova aproximação, enviando também mensagens com súplicas de amor e
demais meios nesse sentido.
Desesperado, sem solução para o
seu processo afetivo, decidiu se enforcar justamente no portal da mansão de
Anaxárete.
Por mais repreensível que isso
podia significar, Anaxárete ainda quis assistir da sacada de sua casa o cortejo
fúnebre de Ífis, atraída pelas lamentações de seus acompanhantes, sem ao menos
se comover.
Vênus, irritada pela
insensibilidade da moça transformou-a numa estátua de pedra.
Terminado o conto, Vertuno desfez seu artifício – sob o disfarce de velha – se mostrando tal como era, cuja sua aparência encantou Pomona. Desse modo, Vertuno efetivou sua conquista (sem mais dificuldades).
(continua)