quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Mitos da Liberação II



Mitos da Liberação II
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos da Liberação II



Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.



Sileno

Sileno, filho de Pan (ou de Hermes) era esposo da ninfa que amamentou Dionísio –  criado por adoção – num refúgio escolhido por Zeus, como único local para proteção de seu filho (e da princesa Semele) contra as investidas da deusa Hera.



Popular nos cortejos de Dionísio por ser assíduo seguidor do culto, também era considerado – muitas vezes – como um tipo de sábio, principalmente quando – por raridade – se mantinha sóbrio, mas sem nunca se importar com sua virtude (detestava tecer conselhos); preferindo poder sustentar seu vício, liberado assim – indiscriminadamente – no consumo do vinho, o qual defendia como a sua própria doutrina. Corpulento, quando se encontrava ébrio, ainda assim tentava aparentar seu equilíbrio, mantido a custo pelo seu apoio no lombo de um burro, servindo de guia.



Durante uma embriaguez profunda, Sileno chegou a perder seu rumo, sendo depois encontrado – caído nesse estado – e muito bem tratado pelo rei Midas (até sua recuperação) como ainda reconduzido ao seu grupo. Por esse ato nobre, Midas recebeu de Dionísio o dom de poder realizar – por um pedido – aquilo que mais desejasse.




Ariadne

Ariadne, filha do rei Minos, sob o domínio da paixão, idealizara um plano ideal pela vitória de seu amado, cujo artifício consistia apenas em poder  adentrar o – enigmático – labirinto (de Creta) desenrolando – na medida certa – um novelo de linha, para ser possível identificar – com precisão – o caminho de volta; lógica aplicada com êxito por seu namorado Teseu, que assim após ter vencido o Minotauro conseguiu reconhecer o retorno.
Com a vitória, Ariadne precisava fugir para se livrar da ira paterna, decidida muito mais  pelo amor que nutria – confiante –, seguindo por isso o rumo de Teseu”, o qual a queria em sua nau somente por garantia (no momento do embarque).
Pelo premeditado rumo de viagem, houve uma escala na ilha de Naxos, onde o  ingrato Teseu  abandonou – em plena praia – a princesa, que se encontrava adormecida, a qual sob um despertar inesperado, ainda conseguiu reconhecer – por causa das velas – o navio de seu amante desaparecer no horizonte. Para ela, essa estratégia de Teseu, além de indicar um – insensato – descaso amoroso, ainda subestimara a plenitude de sua ordem racional – considerada com orgulho como superior –; se encontrando por isso, na sua pior condição de desespero; por desconhecer que sob essa necessária situação seria definido o seu destino.



Pela solução desse fato, sob uma ocorrência quase instantânea, Dionísio (assíduo visitante dessa ilha), a encontrou em prantos, o qual como deus – da Liberação –, ainda com alguns esforços, conseguiu servir de consolo para a moça.
Assim, por causa desse casual encontro os dois formaram um casal inseparável; e como presente de núpcias, Ariadne ganhou de Dionísio a famosa coroa de ouro, que era consagrada como preciosa obra artística de Hefesto.




As Bacantes

O culto das bacantes (ou mênades: “desvairadas”) e a apreciação do vinho (néctar difundido por Dionísio), indicam manifestações originariamente simultâneas (apesar das indefinidas ou variadas descrições sobre tais fatos). No início, as consideradas mênades, assim se qualificavam apenas entre as ninfas protetoras de Dionísio (escolhidas por Zeus) pelo seu desenvolvimento, as quais – influenciadas por isso – passaram a expressar sua doutrina (sempre na base do vinho). Depois disso, também surgiram as bacantes humanas, que se manifestaram apenas por imitação; as quais celebravam suas secretas orgias nos bosques e montanhas. 
No início, apenas – certas – mulheres (jovens ou idosas) se tornaram adeptas do “credo”, a junção de homens ao ritual – dos bacanais –, só aconteceu muito tempo depois, fato que resultara numa indescritível desordem (no grupo).



Mais tarde, pela extensão da nova tendência e também pelo quanto significava como doutrina pouco definida, os cultos de cada região – necessariamente  variavam. Na Arcádia, num templo erguido para esse tipo de culto, “virgens” eram flageladas no ritual. Em Atenas, tais manifestações (principalmente no mês de fevereiro) eram celebradas oficialmente, e até num porte de maior pompa, em relação aos outros povos da Grécia. Pela imprecisa definição de sua doutrina, Dionísio também era conhecido como Líber.
Em Roma, identificado como Baco, entre as fileiras – com base no seu culto –,  a ordem das Liberais, por estatuto, exigia que toda dama romana – seguidora do grupo – não poderia recusar quaisquer tipos de propostas, mesmo sendo indecorosas.

Comentário:

De acordo com os 144 números, Dionísio não seria propriamente o paradigma mitológico – ou deus – da Transformação, como vários intérpretes apregoaram (entre opiniões aceitáveis, embora requerentes de alguns acertos), pelo fato dessa consideração (ou formulação) dos mesmos, esclarecer apenas por aproximação no sentido do – núcleo – tema, o qual determina muito mais em termos de reflexão filosófica. Tão pouco, seria o deus – ou fator básico – do êxtase ou do entusiasmo – embora pareça – conforme outras indicações (sem nenhum subestimo nesse sentido).
A leitura do tema (definido pelo número 91) ‘Mitos da Transformação’ deve auxiliar em razão dessa necessária diferenciação.
Sob consideração mais simples (fácil de entender) vale expor a lógica numérica (sobre esse assunto mítico):

91 Regeneração: “transformação” / 92 Arbítrio / 93 Juízo

O Arbítrio (92), num sentido geral (de ordem numérica) se encontra entre a transformação (91) e o Juízo (93), contudo (apesar disso realçar um acorde), sem significar quaisquer dos conteúdos expressos pelos dois distintos fatores; por se definir – exatamente – como outra propriedade; a qual por extensão serve também para indicar: “liberação”.
O padrão do Arbítrio (92), por derivação especial confere ainda – com exclusividade – o cultivo de ordem intelectual – objetiva – em função da espécie humana, a qual em razão disso (pelo seu instrumento cerebral), se diferencia das demais classes animais terrenas; se encontrando (numericamente) assim entre a “transformação” (92) e o Juízo (93), em cujo seu real processo se inclui o sentido da deliberação (decisão individual); que também implica numa “liberação”, como condição natural dessa lei eterna (92 Arbítrio – 32 Naturalidade = 60 “composição).
Portanto, também não seria correta a afirmação (de alguns intérpretes sobre o mito) de que Dionísio representava o elo de aproximação humana junto aos deuses; o que ainda parece indicar justamente o contrário; fato pelo qual se constata em função da hierarquia do Respeito (8).

80 Resignação / 92 “liberação”/ 104 Resistência

Em suma isso significa que a Resignação (80) termina no iniciar da “liberação (92), a qual ainda se condiciona em função da própria Resistência (104).
Dionísio por – preciso – simbolismo, caracteriza – propriamente – a fase terminal do período “infantil”  humano (sob os cuidados dos deuses pelo desenvolvimento de sua espécie); portanto, nisso se embasa a própria emancipação da humanidade – como objetivação – terrena num sentido natural.

Por várias ordens expressivas dos números, melhor se esclarece em relação ao número 92:

Arbítrio 92 – 89 Virtude = 3 Liberdade; Arbítrio 92 – 41 Distinção = 51 Realidade; Arbítrio 92 – 53 Inexorável = 39 Ilusão; qualificações numéricas que – de certa forma – enfatizam o mito (conforme sua própria essência).

Legado utilizado como bordão:

“Todo conhecimento que não pode ser expresso por números é de qualidade pobre e insatisfatória” (Lord Kelvin).