Mitos das Predições III – Tróia
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos das
Predições – Troia
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Predições de Tróia
Antes e durante a guerra de Tróia
(de duração extremamente longa), o emprego dos oráculos era essencial, para
prevenir – de modo simbólico – com suas predições, as necessárias iniciativas,
resoluções e providências, pela segurança do povo, o qual ainda assim durante a
luta contra a Grécia – diante de quaisquer tipos de invasores –, possuía o
poder intransponível de suas muralhas. Pois, esse costume existia por tradição,
originado na constituição de Tróia, cuja pátria se erguera identificada pela
maioria de sua gente – local – entre pastores e camponeses, os quais – em
grande número – cultivavam ou já possuíam com naturalidade o dom da predição,
que sob esse direcionamento, reconheciam o poder para a necessária segurança do
reino.
Na corte, os dois filhos do rei
Príamos e de sua esposa Hécuba, Heleno e Cassandra, também possuíam o dom
espontâneo da previsão, os quais motivados pela confirmação de suas intuições,
ainda empregavam o direcionado valor astrológico (entre outros recursos) para a
revelação de seus presságios.
A manifestação desse dom de
Heleno e Cassandra se iniciaram durante uma visita dos dois – por curiosidade –
ao templo de Apolo, erigido nas regiões de Tróia, em cujo local foram lambidos
– inesperadamente – nos ouvidos por serpentes, num direcionado efeito para esse
deus poder agraciar os dignificados irmãos, com o despertar de suas
potencialidades.
Nesse mesmo templo, durante uma
presença especial de Apolo, Heleno teve o privilégio de receber como presente,
um inestimável arco de marfim, em cujo acontecimento, esse deus ainda prometera
instruir – por sua expressão de afeto – os dois irmãos na arte das predições.
Por esse fato, Heleno se sentiu
agraciado, ao contrário de Cassandra, a qual entre seus sentimentos intuitivos
– sob suspeitas –, demonstrou desacreditar que aquela aparição se tratasse da
real presença do deus Apolo; aparentando – assustada – como se estivesse diante
de uma entidade maligna.
Em outra versão dessa lenda,
depois desse fato, pelo motivo de sua “desfeita” ou rejeição aos préstimos de
Apolo (falso ou não), talvez, sob alguma espécie de perseguição “obsessiva”,
passou a ser desacreditada em suas informações de alerta (ou predições).
Por esse fato, Heleno passou a
ser identificado como o mais esclarecido oráculo – de consulta – em Tróia,
enquanto que Cassandra, só conseguia irritar as pessoas com suas –
intempestivas – informações proféticas, por motivo das quais quase sempre era
enclausurada numa torre, sob acusações infundadas de loucura (na maioria das
vezes pelas exigências de Hécuba).
Com sua autoridade profética,
Heleno tentou alertar – seu irmão – Paris sobre os infortúnios (de
conseqüências graves) que poderiam ocorrer, pela sua decisão de deixar Tróia em
busca de aventuras amorosas.
Durante a guerra, lutou
bravamente ao lado de Heitor (sob o comando de Tróia), por confiar no seu –
poderoso – arco de marfim, conseguindo numa ocasião – gloriosa – dessa batalha,
até mesmo ferir com sua flecha uma das mãos do invencível Aquiles, o qual era
frágil – mortalmente – apenas nos calcanhares.
Com a morte de Heitor, Heleno
assumiu o comando do exército de Tróia; decidindo tudo entre suas consideradas
predições.
Após a morte de Paris, Heleno
presumiu a oportunidade que tinha para se aproximar – com intenções afetivas –
de Helena. Decepcionado com o desfecho desse propósito se afastou da guerra,
indo se refugiar num monte – nas proximidades de Tróia –, cujo local para quem
sabia fazer previsões, significava uma péssima escolha, pela qual (por
desleixo) fora encontrado por Ulisses que o tornou seu refém.
Assim, prisioneiro dos gregos,
Heleno, sem alternativa, aceitou revelar-lhes todos os desígnios, para a
necessária captura de Tróia; ou tudo aquilo que, Calcas o adivinho não
conseguira desvendar, como: carregar os ossos de Pélops durante cada batalha,
entre outros detalhes mais.
No fim da guerra sobraram por
partilha a Neoptolemo (Pirro) a posse de Andrômeca e Heleno. Na viagem de volta
para a Grécia, Neptolemo considerou o dom de Heleno, pelas suas auxiliadoras
predições, o qual ainda em sinal de amizade, não só permitiu como também
estimulou seu enlace com Andrômeca, viúva de seu irmão Heitor.
Por esse motivo, ao contrário de
Cassandra, a vida de Heleno – no trono de Épiro – teve um final feliz.
Um detalhe importante no tocante
ao transporte do cavalo de madeira – deixado como ardil pelos gregos – que adentra
o cerco de Tróia se deve ao ato indigno de Laocoonte, conhecido e difundido
pelo povo.
Laocoonte, que era sacerdote de
Apolo em Tróia, certa ocasião, ousou se unir a Antíope – mulher desse deus – em
seu próprio templo, cujo fato repercutiu entre o povo como um sacrilégio, o
qual não deveria ficar impune (por muito tempo).
Quando Cassandra, com gritos de
alerta impunha a extinção – imediata – do “falso presente grego” pelo fogo,
Laocoonte, para demonstrar que aprovava suas ordens, atirou uma lança – cedida
por um guerreiro – contra o cavalo de madeira com precisão, a qual tremulou com
a força do arremesso. De imediato, sem clarezas desse fato, Laocoonte foi
atacado mortalmente por descomunais serpentes, as quais para alguns pareciam
ter vindo do mar, enquanto que para outros, surgiram – de modo instantâneo –
pelos prodígios de algum deus, cuja suspeita recaia em Apolo, como consumação
de seu castigo.
Por esse motivo polêmico – do
povo –, prevalecera sob maioria, a resolução de que seria justo aceitar o
“presente grego” como merecido troféu pela vitória de Tróia nessa guerra.
Com a queda de Tróia, Cassandra
escolheu como refúgio o templo de Atena, no qual foi encontrada por Ájax,
abraçando a estátua dessa deusa, que numa atitude violenta a capturou, entre
desqualificados atos abusivos.
Levada para a Grécia por
Agamêmnon como prisioneira de guerra, logo foi executada sob as ordens de
Clitemnestra.
(continua)