Mitos das Predições VI
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos das
Predições VI
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
A Adivinhação
De acordo com a mitologia grega,
desde a sua introdução – descritiva – dos deuses (como origem existencial),
para a sustentação do poder, o interesse pelas predições logo se manifestara
como fundamental pelos necessários direcionamentos dos mesmos. E, isso se
reconhece pelas descrições dos mitos que, justificam o desenvolvimento pela
ordem dos períodos de Urano e Saturno até a dignificação de Júpiter como
supremo deus do Olimpo.
Após a origem humana, essa
inquietação de querer conhecer as necessárias circunstâncias do futuro –
naturalmente – se manteve entre todos os povos: como na Ásia, no Egito e na
Caldeia. Os gregos influenciados com essa possibilidade direcional cogitaram
inúmeras maneiras pelo quanto seria possível prever o futuro, desenvolvendo
assim diversificadas práticas nesse sentido.
Divulgada por seus seguidores
como pretensa ciência, a adivinhação se mantinha sob alguns fundamentos ou
regras pela sua definição, dos quais geravam debates nesse sentido.
Em Roma, esse conceito era
reconhecido por estatutos constitucionais, enquanto que para os gregos se
justifica apenas como teologia.
Então, pelo consenso da época, a
adivinhação era reconhecida sob dois aspectos distintos, um, justificado por
manifestações pessoais naturais (espontâneas), enquanto que o outro, nos
conformes de práticas “artificiais” (comprovadas).
Pela classificação de ordem
natural, se reconhecia: os videntes, os profetas, os adivinhos, os sensitivos
entre outras manifestações especiais de quaisquer tipos de pessoas – sem
distinção de classe social – que possuíam o dom de prever o futuro.
A adivinhação artificial se
constituía entre os prognósticos realizados através de sinais exteriores que,
de alguma forma – especial – se associavam aos eventos vindouros, justificados
apenas pela experiência – constatada – em observações anteriores.
A base dessa teoria consistia na
suposição de que, os deuses – por antecipação – anunciavam as ocorrências numa
linguagem expressa pelos fenômenos – variados – da natureza, cuja consistência
de cada fato, se considerava entre algumas das seguintes modificações: do
vento, no ar, na terra, nos animais, nas plantas e, por inúmeras
diversificações nesse sentido.
Por esse motivo, a qualidade de
poder adivinhar, divergia pelos conformes de cada opinião pessoal.
Ainda assim, na Grécia, os
reconhecidos adivinhos, os interpretes de sonhos e outros que dignificaram essa
área, se tornavam encarregados para o auxílio de doentes ou vítimas (de
diversificadas ocorrências) como consideradas autoridades nos templos e
altares.
Os Augúrios
O augúrio, assim se denominava
para ressaltar o tipo de adivinhação artificial que, consistia numa observação
– comportamental – dos pássaros, pelo qual era possível sugerir ocorrências –
locais – através do canto ou por outras expressões especiais dos mesmos.
No passar do tempo, esse termo se
estendeu de maneira popular com um significado diverso, servindo também para
identificar as previsões realizadas numa observação dos meteoros e outros
fenômenos celestes.
Em Roma, os praticantes desse
tipo de adivinhação eram chamados de áugures, que representavam essa ordem
apenas com três autoridades. Depois, por reconhecidas evidências sobre esse
ofício, a ordem se ampliou para quatro convocados, até finalmente se concluir –
os exclusivos – nove membros (simbolicamente necessários). Sendo que, pela
própria exigência – de procedência numérica no oráculo – do sistema, quatro
desses ministros deveriam ser patrícios e cinco plebeus.
Como antecipado comentário de
direcionamento relevante – para o “bom entendedor” –, essa ordem se definira
nos conformes do primeiro “quadrado mágico” (com nove números), o qual até hoje
implica na maneira consistente pela interpretação dos números (entre outras
aplicações especiais nesse sentido, como exemplo, na forma de distribuir numa
consulta as cartas do Taro).
Por estatuto, todo
empreendimentos importante, só era decidido, após um aconselhamento – sob
consulta – indicado pelos áugures, os quais como autoridades – justificadas na
lei das doze tábuas –, se sustentavam com respeito, cujas infrações nesse
sentido repercutiam em penalidades severas.
Pela organização do sistema, o
colégio desses ministros, mantinha em livros, todos os conhecimentos sobre esse
ofício que, tanto serviam para um estudo obrigatório de cada adivinho, quanto
ainda, por questões de uma possível consulta nesse sentido, cujo índice
direcional de buscas se definia – fundamentalmente – nos conformes dos doze
signos do zodíaco.
No entanto, apesar dessa
influência – evidente – da astrologia, a interpretação propriamente do agouro,
se praticava muito mais pela análise de um trovão como também em relação aos
relâmpagos (locais). Caso esses fenômenos inesperados ocorressem por uma
indicação originada do oriente, eram reconhecidos como de bons agouros, os
quais quando como indícios de mau presságio, se expressavam do norte para o
sul; cujos detalhes técnicos só se definiam nos conformes de cada situação. Por
essas observações minuciosas, a qualidade dos ventos também influía nas
conclusões.
As aves, como preciosos
informantes das previsões (através dos cantos e de algumas expressões dessa
espécie de animal), eram sempre observadas, considerando em primeiro lugar a
águia, depois o corvo e outros tipos, cuja base dos auspícios consistia em
compreender a “linguagem dos pássaros”. Entretanto, por ordens estatutárias,
somente o áugure assim qualificado podia opinar com suas avaliações, o qual por
sua especialidade esclarecia a iminência dos fatos, com datas aproximadas das
ocorrências previstas.
Quando um presságio era
classificado de bom para ótimo, a dúvida sobre cada assunto – consultado – se
dissipava, com a decisão confiante – sem reservas – pelo seu arrojado encaminhamento.
Dessa forma, se uma previsão não
indicava boas conclusões – da questão –, por esse motivo era adiada para
consultas posteriores, até se qualificar quanto ao momento ideal de sua
realização.
Para exemplificar o rigor desse
estatuto, durante o avanço de um exército – encaminhado sob ordens superiores
–, o general sempre levava como adivinho um áugure – especializado em pássaros
– na sua comitiva. Por seus aconselhamentos, algumas vezes, o comandante
retrocedia seu exército – de volta – para Roma, até reconhecer com melhores
presságios, os detalhes de sua missão.
(continua)