Mitos das Predições – VII
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos das
Predições – VII
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Os Presságios
Mesmo que, como utilidade para
tipos de interesses comuns ou parecidos, o uso e a prática dos presságios se
diferenciava da crença popular dos augúrios, os quais dependiam de uma
distinção pessoal – com méritos de aprimoramentos num templo – pelo seu
exercício.
Por essa distinção, a
interpretação dos presságios era efetuada com independência, de modo pessoal e
particular.
Pela prática dos presságios, nem
por isso se dispensava ordem para a sua validade nas interpretações de –
possíveis – acontecimentos que, com sete fundamentos básicos assim se
justificava:
1º Por palavras expressas
eventualmente;
2º Pelos estremecimentos do corpo
como do coração e olhos;
3º Por causa dos zumbidos dos
ouvidos;
4º Através dos espirros de acordo
com cada período, da manhã, tarde ou noite;
5º Em caso de ocorrências
acidentais como quedas e outros tipos;
6º No encontro inesperado de
pessoas estranhas ou animais;
7º Na interpretação do nome e
prenome.
Nessa ordem ainda se incluía por superstição: a observação da luz – com fixação – para a interpretação de seus efeitos; ou também, o desfolhar das pétalas de flores especiais sob considerações por contagem.
Para a crença dos presságios era de costume aceitar seus desígnios e, agradecer aos deuses quando eram favoráveis, pelos quais ainda, seria preciso rogar melhores efeitos nos casos negativos.
Por quaisquer motivos esse método
era utilizado – sempre ao amanhecer – de modo pessoal, principalmente pela
iniciativa de um novo negócio; o qual se praticava muito mais – num interesse
geral – no primeiro dia do mês e na entrada do ano.
Em Roma, nos períodos de
calamidades, o deus Averruncus era invocado para aplacar todos os males. Por
esse nome, com o significativo – do latim – de “poder desviar”, talvez essa
presumida entidade assim denominada, apenas servia – de meio ou termo de
invocação – para encaminhar todas as súplicas aos deuses em geral, durante as
situações incontroláveis do destino.
Por causa da crença nos presságios, era costume dos povos dessa época – entre gregos e romanos – evitar palavras súbitas com significações nefastas num cuidado de não atrair possíveis desgraças.
Pois, havia por esse – suposto –
conhecimento a possibilidade de que, uma vontade pessoal expressa com forte
intenção (boa ou má), teria o poder de interferir na ordem dos destinos
alheios.
A Sorte
Pela antiga tradição, a crença na
sorte era considerada como definição, por um infalível mérito pessoal – de cada
um – sob a reversível ordem do destino. Mesmo sob essa simples consideração, o
conceito incutia necessárias reflexões filosóficas entre esses povos; pelo fato
de que, assim o destino apenas devolvia como colheitas, aquilo que cada pessoa
– com seus propósitos – semeara e cultivara.
Por esse motivo, a própria sorte
era aceita – pessoalmente – com resignação.
Na crença dos romanos, a Sorte era identificada como uma das filhas de Saturno que, sem outros detalhes sobre sua origem, também recebia – em adoração – os mesmos louvores dedicados por reverências ao implacável Destino.
Pela sua adoração, a Sorte – numa
imagem simbólica – se expressava como uma jovem com requintes de deusa,
sustentando uma cornucópia, da qual transbordavam moedas de ouro, para as
realizações – por crença – de cada desejo pessoal.
Pelo modo mais comum, a Sorte era revelada através do simples lançamento de dados, cujo costume, influiu nos procedimentos ritualísticos de alguns templos, os quais também adotaram esse método (por denominado “sorteio”).
Por causa desse fato que,
resultara numa tradição, se originou entre gregos e romanos as expressões do
gênero: “a sorte foi tirada”, ou “o dado deve ser lançado”, etc.
Pelo grande interesse – difuso –
por esse tipo de adivinhação, o templo dos deuses Pálicos na Sicília se
popularizou, propriamente, através dos seus inúmeros e assíduos seguidores;
como visitantes originários de todas as regiões.
A origem histórica desse fato se
justifica na divulgação de “mais um caso amoroso” decisório de Júpiter (ou
Zeus) que, nesse enredo envolveu Talia, filha de Hefesto e de Etna.
Talia, após o reconhecimento de
sua gravidez, temendo o ciúme de Juno, num momento de aflição se escondera no
seio da terra, em cuja presumida segurança de seu abrigo, adormecera. Com o
devido tempo, nesse local cuja região era vulcânica, do solo, como que
brotados, nasceram os deuses gêmeos: os Pálicos.
Na crença de que esses deuses revelavam a Sorte, no local onde nasceram um templo fora erguido para esse culto, em cujas suas proximidades havia um lago com águas sulfurosas e quentes, no qual os rituais se concluíam.
Enfim, para o reconhecimento da
Sorte, os crentes atiravam no lago suas dúvidas – do momento – através da
escrita. Nessa expectativa, se alguma consulta flutuasse – nas águas – era
sinal de boa sorte, e de significado contrário caso afundasse.
Comentário:
Pelo relato dos principais
profetas, a mitologia define a predição como recurso válido e importante, cuja
possibilidade nesse sentido se justificava propriamente num reconhecimento da
existência do Destino. Pois, sem a existência desses “tecelões do destino” essa
lógica não seria sustentável. Por outro lado, isso ainda implicava nas
capacitações de algumas pessoas especiais para as interpretações dessas ordens.
Por essas descrições, o exercício
da adivinhação variava sob vários aspectos e modalidades. Calcas, por exemplo,
era especializado no preventivo recurso com o qual podia evitar derrotas
durante as guerras.
No entanto, uma pessoa
reconhecida para essa função, independente de sua classe social ou educacional,
se destaca de alguma forma com a disposição nesse sentido, mesmo que através de
um dom apenas latente. Entre essas pessoas dotadas, o sexo – de modo aparente –
parecia não interferir diretamente nesse dom. No quanto, indiretamente influía
nessa funcionalidade, conforme o próprio mito de Tirésias.
Tirésias vivenciou um período de
sete anos na vida como mulher. Isso esclarece que, sem distinção de sexos, para
essas qualificações, os “delicados” sentimentos intuitivos (de expressão feminina)
implicam nessa ordem, seja em função do homem quanto da mulher. Pois, nessa
prática, a capacidade racional não seria preponderante nas conclusões sensatas
dessa ordem, muito pelo contrário, sua interferência seria imprópria.
Conforme os 144 números, as
predições são avaliadas pelo 122 (Iminente) por essa ordem:
Independência 121 / Iminência 122
/ Liderança 123
Isso significa que, o Iminente se qualifica como um “poder” diferenciado entre a Independência e a Liderança. Os próprios mitos identificam esse poder distinto, com a ida obrigatória dos profetas para as guerras.
Pela ordem de sua hierarquia (2 = Silêncio) assim se define:
Reversível 110 / Iminente 122 / Imunidade 134
A interpretação por esse sentido também seria simples, de fácil discernimento para todos.