MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de
Sentido Familiar
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Mitos de Sentido Familiar
Pela apreciação dos mitos, muitos
leitores com a satisfação do entretenimento, não aproveitam o quanto tais
descrições simbólicas significam (em razão de um direcionado saber) e que, possibilitam
apurações mais amplas, elevadas para um sentido de ordens existenciais. O
leitor propriamente dignificado para essa exploração literária (como de um
“tesouro”), caso pudesse recordar os efeitos em razão de cada leitura,
reconheceria as seguintes fases nesse sentido:
Inicialmente, a sensação de estar
sendo transportado para um ambiente fantástico, aceito por adaptação apenas
pela condição de um apropriado “faz de conta”, de ordem fictícia.
A seguir, na dependência de um
envolvimento com os fatos, ocorre uma transformação espontânea nas
considerações daquilo que antes se reconhecia como irreal. Pois, o próprio
sistema de comunicação coopera nesse sentido com um mecanismo – especial – que
promove um “estágio infantil”.
Por causa desse efeito “mágico”
consta que, vários leitores dessa obra – durante séculos – se sobressaíram
através da inspiração com edificações brilhantes em diversas áreas (pintura,
literatura, psicologia, música, etc.).
Pelo andamento desse processo –
mitológico – descritivo, ainda se reconhece na sua estrutura literária a
essencial inclusão da linhagem familiar, identificada em quaisquer temas.
O mito que mais se direciona para
a explicação das conseqüências de ordens familiares, se constitui propriamente
por síntese, na descrição da tragédia de Édipo, em cuja situação pessoal,
também envolvia inevitáveis aspectos de descendência.
Para o discernimento dessa trama,
como um processo do “destino” (nos conformes da linhagem de Édipo), os
procedimentos familiares anteriores devem ser examinados; desde a fundação de
Tebas, estabelecida por Cadmo.
Pelo entendimento desse mito com
profundidade, a miscelânea de informes, exige extrema atenção em relação aos
fatos que, por entrelaçamento justificam as causas.
Penteu, um dos reis de Tebas, era
filho de Equíon e de Agave. Equion se identificava como um dos guerreiros –
entre os cinco – brotados da terra, mediante a semeadura dos dentes do dragão
que Cadmo matara, efetivando assim essa linhagem, sob o comando da deusa Atena,
pela edificação de Tebas.
Agave era filha de Cadmo com
Harmonia. Harmonia era filha de Áries (Marte) e de Afrodite (Vênus), cujo
relacionamento por adultério repercutiu em grande escândalo no Olimpo. O dragão
que Cadmo abateu era filho de Áres.
Semele, mãe de Baco (Dionísio)
era irmã de Agave. Baco, depois de se consagrar na Ásia, resolveu introduzir –
sem consentimento – seu culto em Tebas. Penteu contrariado com a situação ousou
acusar o deus do vinho de impostor numa tentativa de impedir os rituais, cuja
intolerância ocasionou sua morte; após muito luta contra o fato (indignante).
O trágico fim de Penteu ocorrera
durante uma das manifestações frenéticas dos adeptos de Baco, no qual esse rei
participava sob disfarce. Pela descoberta de sua farsa, seu corpo – entre gargalhadas
– foi dilacerado pelos membros do evento.
Agave que participara do ritual
voltou para a corte maravilhada, pelo fato de poder trazer consigo – como
honraria – a cabeça de um leão, sacrificado e dignificado como troféu. Após o
auxílio de Cadmo que a livrou do delírio, Agave conseguiu identificar o –
alucinante – troféu como sendo a cabeça de seu próprio filho Penteu, e se esvaiu
em prantos.
No seu reinado em Tebas, Meneceu
se identificava como filho de Ôclaso (que era neto de Penteu) e pai de Creonte
e de Jocasta. Creonte era pai de ‘Meneceu’, assim denominado em homenagem ao
rei, avô desse príncipe.
Na ocasião de incidência dos
“Sete contra Tebas”, Creonte era o rei, em cuja condição vitoriosa do reino no
momento, dependia – como exigência do oráculo – de que o príncipe fosse
sacrificado. O rei tentou salvar seu filho com um possível meio de fuga. Mas,
Meneceu ao reconhecer o fato, se ofereceu para ser imolado. Em outra versão,
Creonte teria sacrificado o próprio filho.
Lábdaco, pela mesma demanda de
Penteu contra o deus Baco, também morrera despedaçado pelos ataques das
Bacantes. Esse rei de Tebas era filho de Polidoro com Antíope, neto de Cadmo e
pai de Laio.
Com a morte prematura de Lábdaco,
o príncipe Laio não poderia assumir o trono de Tebas por causa de sua idade, e
mais uma vez Lico se tornou o regente de Tebas.
Lico e Nicteu eram filhos de
Ctônio, um dos guerreiros brotados – ou nascidos – em conseqüência da semeadura
de Cadmo. Durante a regência de Penteu, Lico exercera o comando do exército de
Tebas, o qual após a morte do rei assumiu o trono.
Necteu era pai de Antíope, a qual
– antes de se casar com Polidoro – por uma sedução de Zeus – disfarçado de
sátiro – concebera os gêmeos: Anfião e Zeto. Antíope, num desespero de causa
por temer seu pai pelo fato, aceitou a proteção de Epopeu no reino da Sicione.
Nicteu, enlouquecido com a
condição de sua filha, antes de cometer suicídio, convenceu seu irmão a lutar
em honra da família. Por comprometimento Lico avançou contra Sicione, venceu os
exércitos e, depois de matar Epopeu recuperou sua sobrinha.
Durante a viagem de volta, em
Elêuteras, os gêmeos nasceram, os quais foram abandonados. Mas, pastores
escondidos pelo temor de exércitos no local, presenciaram a ocorrência e, ao se
sentirem seguros acolheram os recém-nascidos que, adotaram. Em Tebas Antíope se
tornou escrava de Lico.
Por causa desse fato o reinado de
Lico em Tebas pela segunda vez, durou muito pouco.
Como vingança, Anfião e Zeto
mataram o rei Lico e se apossaram do trono.
Laio, sem seu tutor e com
regentes hostis na corte, fugiu de Tebas rumo ao reino de Pélops no qual obteve
asilo durante algum tempo.
(continua)