domingo, 4 de janeiro de 2015

Mitos de Sentido Familiar

MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos de Sentido Familiar

Este setor apresenta um texto original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica astrológica.





Mitos de Sentido Familiar

Pela apreciação dos mitos, muitos leitores com a satisfação do entretenimento, não aproveitam o quanto tais descrições simbólicas significam (em razão de um direcionado saber) e que, possibilitam apurações mais amplas, elevadas para um sentido de ordens existenciais. O leitor propriamente dignificado para essa exploração literária (como de um “tesouro”), caso pudesse recordar os efeitos em razão de cada leitura, reconheceria as seguintes fases nesse sentido:
Inicialmente, a sensação de estar sendo transportado para um ambiente fantástico, aceito por adaptação apenas pela condição de um apropriado “faz de conta”, de ordem fictícia.
A seguir, na dependência de um envolvimento com os fatos, ocorre uma transformação espontânea nas considerações daquilo que antes se reconhecia como irreal. Pois, o próprio sistema de comunicação coopera nesse sentido com um mecanismo – especial – que promove um “estágio infantil”.
Por causa desse efeito “mágico” consta que, vários leitores dessa obra – durante séculos – se sobressaíram através da inspiração com edificações brilhantes em diversas áreas (pintura, literatura, psicologia, música, etc.).
Pelo andamento desse processo – mitológico – descritivo, ainda se reconhece na sua estrutura literária a essencial inclusão da linhagem familiar, identificada em quaisquer temas.



O mito que mais se direciona para a explicação das conseqüências de ordens familiares, se constitui propriamente por síntese, na descrição da tragédia de Édipo, em cuja situação pessoal, também envolvia inevitáveis aspectos de descendência.
Para o discernimento dessa trama, como um processo do “destino” (nos conformes da linhagem de Édipo), os procedimentos familiares anteriores devem ser examinados; desde a fundação de Tebas, estabelecida por Cadmo.




Pelo entendimento desse mito com profundidade, a miscelânea de informes, exige extrema atenção em relação aos fatos que, por entrelaçamento justificam as causas.
Penteu, um dos reis de Tebas, era filho de Equíon e de Agave. Equion se identificava como um dos guerreiros – entre os cinco – brotados da terra, mediante a semeadura dos dentes do dragão que Cadmo matara, efetivando assim essa linhagem, sob o comando da deusa Atena, pela edificação de Tebas.



Agave era filha de Cadmo com Harmonia. Harmonia era filha de Áries (Marte) e de Afrodite (Vênus), cujo relacionamento por adultério repercutiu em grande escândalo no Olimpo. O dragão que Cadmo abateu era filho de Áres.
Semele, mãe de Baco (Dionísio) era irmã de Agave. Baco, depois de se consagrar na Ásia, resolveu introduzir – sem consentimento – seu culto em Tebas. Penteu contrariado com a situação ousou acusar o deus do vinho de impostor numa tentativa de impedir os rituais, cuja intolerância ocasionou sua morte; após muito luta contra o fato (indignante).
O trágico fim de Penteu ocorrera durante uma das manifestações frenéticas dos adeptos de Baco, no qual esse rei participava sob disfarce. Pela descoberta de sua farsa, seu corpo – entre gargalhadas – foi dilacerado pelos membros do evento.



Agave que participara do ritual voltou para a corte maravilhada, pelo fato de poder trazer consigo – como honraria – a cabeça de um leão, sacrificado e dignificado como troféu. Após o auxílio de Cadmo que a livrou do delírio, Agave conseguiu identificar o – alucinante – troféu como sendo a cabeça de seu próprio filho Penteu, e se esvaiu em prantos.
No seu reinado em Tebas, Meneceu se identificava como filho de Ôclaso (que era neto de Penteu) e pai de Creonte e de Jocasta. Creonte era pai de ‘Meneceu’, assim denominado em homenagem ao rei, avô desse príncipe.
Na ocasião de incidência dos “Sete contra Tebas”, Creonte era o rei, em cuja condição vitoriosa do reino no momento, dependia – como exigência do oráculo – de que o príncipe fosse sacrificado. O rei tentou salvar seu filho com um possível meio de fuga. Mas, Meneceu ao reconhecer o fato, se ofereceu para ser imolado. Em outra versão, Creonte teria sacrificado o próprio filho.



Lábdaco, pela mesma demanda de Penteu contra o deus Baco, também morrera despedaçado pelos ataques das Bacantes. Esse rei de Tebas era filho de Polidoro com Antíope, neto de Cadmo e pai de Laio.
Com a morte prematura de Lábdaco, o príncipe Laio não poderia assumir o trono de Tebas por causa de sua idade, e mais uma vez Lico se tornou o regente de Tebas.




Lico e Nicteu eram filhos de Ctônio, um dos guerreiros brotados – ou nascidos – em conseqüência da semeadura de Cadmo. Durante a regência de Penteu, Lico exercera o comando do exército de Tebas, o qual após a morte do rei assumiu o trono.



Necteu era pai de Antíope, a qual – antes de se casar com Polidoro – por uma sedução de Zeus – disfarçado de sátiro – concebera os gêmeos: Anfião e Zeto. Antíope, num desespero de causa por temer seu pai pelo fato, aceitou a proteção de Epopeu no reino da Sicione.
Nicteu, enlouquecido com a condição de sua filha, antes de cometer suicídio, convenceu seu irmão a lutar em honra da família. Por comprometimento Lico avançou contra Sicione, venceu os exércitos e, depois de matar Epopeu recuperou sua sobrinha.
Durante a viagem de volta, em Elêuteras, os gêmeos nasceram, os quais foram abandonados. Mas, pastores escondidos pelo temor de exércitos no local, presenciaram a ocorrência e, ao se sentirem seguros acolheram os recém-nascidos que, adotaram. Em Tebas Antíope se tornou escrava de Lico.
Por causa desse fato o reinado de Lico em Tebas pela segunda vez, durou muito pouco.
Como vingança, Anfião e Zeto mataram o rei Lico e se apossaram do trono.
Laio, sem seu tutor e com regentes hostis na corte, fugiu de Tebas rumo ao reino de Pélops no qual obteve asilo durante algum tempo.

(continua)