domingo, 22 de outubro de 2017

Netuno em Trânsito II






ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Netuno em Trânsito II

Interpretação de Netuno em Trânsito

Na interpretação de quaisquer trânsitos, a característica do planeta como já foi explicado é um conhecimento essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico de previsões.
Para prosseguir nessa ordem, continuam os ensinamentos de acordo com Elman Bacher, em seus “Estudos de Astrologia” sobre o planeta Netuno, que são fundamentais, como se seguem:

Os Padrões de Netuno “A Casa XII”

A décima segunda casa do horóscopo forma o padrão de experiência essencial da vibração e função de Netuno. Quando consideramos um círculo astrológico em branco, vemos que esta casa situa-se no fim de um ciclo de desenvolvimento; como a Vida é um processo contínuo por encarnações, esta casa também “tem assento” atrás da primeira casa (a primeira casa, naturalmente, é o primeiro fôlego da próxima fase ou ciclo em prosseguimento). Neste “assento”, a décima segunda casa pode ser tomada para simbolizar o “fardo de pecado” que o individuo deve carregar por algum tempo enquanto prossegue em sua jornada pelo Caminho. É a redenção deste “pecado” que impele a pessoa a encarnar outra vez para um novo ciclo de experiências. A décima segunda casa é o símbolo astrológico da frase bíblica “pecado original”; cada pessoa traz sua própria memória de pecado – ou degeneração – de sua encarnação anterior. Em relação ao círculo astrológico como um todo, a décima segunda casa representa o “resíduo acumulado” de um ciclo de experiências; em relação à primeira casa. Ela representa a essência daquilo que ainda está para ser regenerado mediante o ajuste da consciência individual à Cósmica – através de experiências subsequentes.
Durante qualquer encarnação usamos as vibrações planetárias como “ferramentas” para o nosso desenvolvimento. Os aspectos planetários fricativos representam nossa necessidade de lições no uso de nossas faculdades – como o modo de Vida “alertar-nos” para as necessidades de desenvolvimento. A décima segunda casa indica, essencialmente, o que fomos como personalidades no passado. Ela conta a história de como contemplamos a vida na vez passada e até que ponto nós, subconscientemente, tendemos a viver esta encarnação em termos do que éramos no passado. Este quadro, caso a décima segunda casa esteja ocupada ou seu regente esteja “atado” por aspectos fricativos ou gravitacionais, pode ser tomado como uma chave explicativa para a maneira de muita gente tender a viver em “termos de retrocesso”. Atravessam as progressivas fases físicas da infância, da adolescência e da maturidade como todos fazem, mas os fortes quadros de memória do passado tornam quase impossível para elas expressarem-se ou compreenderem suas experiências em termos daquilo que é representado por seus signos Ascendentes – o presente. Consideremos sob este ponto de vista, os diferentes tipos de padrões do Ascendente na décima segunda casa para aplicação aos diferentes horóscopos.

Padrão I: O mesmo signo na cúspide da décima segunda casa e do Ascendente; signo subsequente na cúspide da segunda casa. Isto é análogo ao estudante perder um ano de escolaridade. Significa que a pessoa está continuando nesta encarnação uma fase de experiência ligada diretamente ao seu ponto de vista no passado, sugere que tal pessoa esteve fora de encarnação por um tempo relativamente curto – e volta exatamente para o que ela foi; na medida em que o regente da Carta esteja aflito, o indivíduo torna-se seu próprio inimigo secreto – uma vez que esse planeta rege também sua décima segunda casa; por este padrão a Vida diz: “Dar-te-ei mais uma oportunidade para fazeres o bem”.

Padrão II: O mesmo que o Padrão I, exceto em que o signo subsequente fica interceptado na primeira casa: isto sugere que a pessoa esteve fora de encarnação por um tempo maior que o usual; ela precisa estabelecer seu vínculo com as condições do passado vivendo parte desta encarnação em termos do passado, e de tal modo que, por meio de experiência objetivas, possa ficar ciente de suas potencialidades para a própria desgraça, e assim reconhecer sua necessidade de regeneração e reorientação; o signo interceptado na primeira casa é o companheiro de viagem que vai a frente, mas que espera tranquilamente à beira da estrada para que a pessoa do Ascendente o alcance. Quando as experiências que refletem a consciência da vida passada tenham sido vividas e a pessoa levada a uma aparente parada em seu desenvolvimento, a consciência do signo interceptado é trazida à sua atenção para alertá-la a prosseguir; o signo interceptado brada ou exclama: “Olá! Estou alegre por ter-me encontrado finalmente; dê-me a mão e vamos embora”. Se um estelar se encontra no signo interceptado, estude-o cuidadosamente por sua qualidade e aspecto; como “os estelares são seres”, este estelar descreverá o tipo de pessoa que possa refletir as qualidades de prosseguimento da pessoa. Este padrão promete progresso nesta encarnação – a “atração do passado” pode ser superada; se o signo interceptado não está ocupado, seu regente por posição e aspectos servirá para descrever o “companheiro que espera adiante”.

Padrão III: A décima segunda casa contém um signo interceptado: é uma combinação muito complexa de “memórias”; os estelares em ambos os signos da décima segunda casa objetivarão as condições passadas; dada a intensidade de seus aspectos fricativos ou gravitacionais, a pessoa por meio de experiências dolorosas, enfrentará suas “flores do mal” – cujas sementes podem ter sido plantadas mesmo antes da última encarnação. Este padrão significa “prazo de pagamento vencido há muito tempo”; tem a mesma natureza de uma “ordem de despejo” – ainda não redimida nesta encarnação, a conta terá que ser ajustada em um ciclo de experiências futuras.

Padrão IV: O mesmo signo nas cúspides da décima primeira e décima segunda casa: qualquer que seja o “nível da espiral”, este padrão vincula o potencial para auto desgraça secreta com as áreas de consciência ainda não redimida pertencentes aos relacionamentos em geral. A décima primeira casa em relação a um ciclo é o ponto culminante da consciência de relacionamento; chamamo-la de “Casa dos Amigos” porque a amizade é a essência do Amor destilado através do cumprimento de toda experiência de relacionamento em determinado ciclo. Os aspectos degenerados aos regentes planetários dessas casas – ou, caso não estejam aflitos, aos seus “dispositores” planetários – indicarão como a pessoa tende a “bloquear-se” na consciência de relacionamento; um estudo cuidadoso dos padrões de relacionamento paternal-maternal e conjugal pode revelar o tipo de experiência que a pessoa mais precisa “exercitar” para poder cumprir seu ciclo pelo Amor. Este padrão tem também a mesma natureza do “dia de pagamento”, já que a décima primeira casa é o ponto culminante no ciclo.

Padrão V: Aspectos aflitos ao regente da décima segunda casa – nenhuma interceptação: é indicação de por que, o que, como, e através de quem a pessoa expressa seu passado ainda não redimido no prosseguimento desta encarnação; significa “o que faz lembrar-se do passado”, e um estímulo forte e crucial do estelar pode “arrastar o indivíduo ao seu subconsciente”, mas a regeneração do padrão através dos elementos construtivos do horóscopo garante um prosseguimento direto.

Padrão VI: Um estelar na décima segunda casa, mas no signo Ascendente: de todos os padrões desta casa, este é o mais puro significador de avanço. Existe um “segredo” acerca da expressão ambiental deste estelar, mas, em virtude de sua posição no signo Ascendente a pessoa tende automaticamente a expressar a vibração em termos da consciência de sua atual personalidade. As forças degeneradas que atuam sobre ou através deste estelar podem, naturalmente ser reorientadas em termos do bem essencial próprio do estelar; outro meio de reorientação é garantido pela qualidade regenerada ou aspectos do regente do horóscopo, já que ele “disposita” o estelar da décima segunda casa e é o foco para a expressão e cumprimento da personalidade nesta encarnação. Os aspectos aflitos do estelar da décima segunda casa e/ou os padrões de aflições pertinentes à casa que ele rege indicarão as condições e relacionamentos que a pessoa tende, subconscientemente, a considerar “inimigos” porque, focalizados através de seu signo Ascendente, eles “desafiam seu avanço”; ela tem de usar as forças vibratórias do seu atual Ascendente para redimir ou transmutar essas condições.

Padrão VII: A primeira casa desocupada, o regente do horóscopo na décima segunda casa e no signo da décima segunda casa: os aspectos aflitivos ao regente neste padrão representam ajustes cármicos a serem feitos através de condições ambientais limitadoras e confinadoras; os aspectos regenerados mostram os potenciais para florescimento das qualidades da personalidade em trabalhos ou atividades ligadas a doentes, reclusos ou “infortunados de modo geral”; é uma aderência ao passado – a pessoa ainda não está pronta para estabelecer uma expressão de personalidade ou progresso; essa pessoa parece ter nascido “atrás de seus contemporâneos” – não é “moderna” em seus pontos de vista. Certas elaborações deste padrão podem indicar que o indivíduo, sendo muito dotada de algum modo, expressa no mundo moderno “algo maravilhoso de uma época passada” – a pessoa vive no mundo do “agora”, mas simboliza o mundo daquele “então”.

Padrão VIII: O regente da décima segunda casa no signo Ascendente, na primeira casa, ou interceptado na primeira casa: este é o “não” da astrologia ao ensino de que as condições ambientais dos primeiros anos são a causa básica das dificuldades posteriores. Por esta posição do regente da décima segunda casa as influências ambientais dos primeiros anos são vistas como efeitos do passado não regenerado. A pessoa encara por meio de certos pais, em certo lugar, e vive sob certas condições na infância porque uma área não regenerada de sua consciência precisa desse tipo de começo para avançar nesta encarnação. As “más recordações” são imediatamente objetivadas no princípio da vida; analisar a Carta aplicando “causa e efeito” dará uma pista sobre a razão íntima da pessoa para encarar sob circunstâncias particulares. Este padrão significa “segredos trazidos à plena luz do dia” – se a décima segunda casa não está ocupada, o carma secreto manifesta-se na infância da pessoa pelos efeitos combinados da vida doméstica nos primeiros anos, arredores do lar e companheiros. As influências maléficas que parecem “desviar a pessoa” são simplesmente objetivações da superfície de seu subconsciente; este padrão pode apontar para uma atitude de maldade deliberada no passado, e de tal natureza que a pessoa é “arrastada para” o mesmo tipo de quadro tão cedo nesta encarnação que não chega a ter força ou inteligência para combater a má influência: simplesmente “cai nela”.

Padrão IX (cíclico): Quaisquer de duas casas adjacentes cobertas pelo mesmo signo, portanto regidas pelo mesmo estelar: aonde quer que esteja colocado no horóscopo, este padrão efetua o princípio “presente em termos do passado”. Qualquer signo do zodíaco pode estar na décima segunda casa; qualquer signo pode estar no Ascendente. O padrão cíclico da décima segunda casa em relação ao Ascendente pode ser descrito como: aquela área de consciência não regenerada que impele para a reencarnação; o padrão cíclico do Ascendente em relação à décima segunda casa pode ser descrito como: o meio progressivo pelo qual o carma regenerado é redimido pela reencarnação. Como padrão composto de símbolo Cósmico, as frases acima podem ser aplicadas a qualquer parte da Carta que mostre uma ligação do passado com o presente.
A respeito deste padrão, podemos dizer que a casa com o maior grau na cúspide representa o departamento de vida a ser cumprido por essa particular vibração planetária nesta encarnação; a casa com grau menor (a anterior) representa uma experiência ou relacionamento que ainda espera cumprimento ou regeneração. Posto que a terceira, quinta, sétima, nona e décima primeira casa, são as casas dos padrões de relacionamento progressivo (sendo que, a quarta e décima casa é a casa dos pais) podemos determinar – no Padrão IX – o que no passado impeliu ao atual relacionamento ou como o relacionamento estabelecido no passado vai ser cumprido nesta encarnação. Mercúrio, Vênus e Marte normalmente regem dois signos cada; envolvidos neste padrão e é claro que estes estelares estendem sua influência a uma terceira casa que serve para “completar seu quadro”; os outros estelares, regendo normalmente uma casa, podem reger duas no Padrão IX.

Padrão X (cíclico): Um planeta na casa por ele regida, mas no signo seguinte: vemos neste padrão que a “relação da décima segunda casa com o Ascendente” está expressa em termos da vibração própria do astro, não por posição na casa. Se o astro tem um aspecto de aflição, isso indica que a expressão contínua de sua vibração no signo da cúspide “prende a pessoa no passado aflito” e causa enfraquecimento da expressão construtiva ou regenerada. A indicação ambiental ou modalidade de expressão é a mesma do passado, mas nesta encarnação busca expressão através de vibração planetária progressista; é claro que esta última refere-se ao estelar que “disposita” o estelar em questão. Potencialmente este padrão significa muito progresso, posto que a pessoa, desde as experiências passadas, está acostumada a expressar o estelar particularmente nessa casa. Pode indicar também uma grande possibilidade de que o ambiente dos primeiros anos ou a influência dos pais pode tender a enfatizar a expressão do signo da cúspide; os pais, neste caso representariam a “atração do passado”. O padrão exige que a pessoa exercite a expressão de sua própria personalidade e integridade para “abrir seu próprio caminho” nesse departamento de sua vida.
Todos os padrões são variações daquilo que foi dito: “... e Ele tomou a semelhança de um ser humano”; “redenção do mundo” (consciência degenerada a ser redimida pela experiência da encarnação) pelo Espírito (aqueles níveis de consciência que foram harmonizados com a Verdade). Estudemos nossos horóscopos com a renovada consciência de que cada configuração estelar nos mostra – em todas as fases de nossas vidas – por que nascemos e como, pela regeneração, podemos conseguir o “segundo nascimento”, que é a superação do passado.

(continua)