ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Netuno em
Trânsito II
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Interpretação de Netuno em Trânsito
Na interpretação de quaisquer
trânsitos, a característica do planeta como já foi explicado é um conhecimento
essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico de previsões.
Para prosseguir nessa ordem, continuam
os ensinamentos de acordo com Elman Bacher, em seus “Estudos de
Astrologia” sobre o planeta Netuno, que são fundamentais, como se seguem:
Os
Padrões de Netuno “A Casa XII”
A décima segunda casa do
horóscopo forma o padrão de experiência essencial da vibração e função de
Netuno. Quando consideramos um círculo astrológico em branco, vemos que esta
casa situa-se no fim de um ciclo de desenvolvimento; como a Vida é um processo
contínuo por encarnações, esta casa também “tem assento” atrás da primeira casa
(a primeira casa, naturalmente, é o primeiro fôlego da próxima fase ou ciclo em
prosseguimento). Neste “assento”, a décima segunda casa pode ser tomada para
simbolizar o “fardo de pecado” que o individuo deve carregar por algum tempo
enquanto prossegue em sua jornada pelo Caminho. É a redenção deste “pecado” que
impele a pessoa a encarnar outra vez para um novo ciclo de experiências. A
décima segunda casa é o símbolo astrológico da frase bíblica “pecado original”;
cada pessoa traz sua própria memória de pecado – ou degeneração – de sua
encarnação anterior. Em relação ao círculo astrológico como um todo, a décima
segunda casa representa o “resíduo acumulado” de um ciclo de experiências; em
relação à primeira casa. Ela representa a essência daquilo que ainda está para
ser regenerado mediante o ajuste da consciência individual à Cósmica – através
de experiências subsequentes.
Durante qualquer encarnação
usamos as vibrações planetárias como “ferramentas” para o nosso desenvolvimento.
Os aspectos planetários fricativos representam nossa necessidade de lições no
uso de nossas faculdades – como o modo de Vida “alertar-nos” para as
necessidades de desenvolvimento. A décima segunda casa indica, essencialmente,
o que fomos como personalidades no passado. Ela conta a história de como
contemplamos a vida na vez passada e até que ponto nós, subconscientemente,
tendemos a viver esta encarnação em termos do que éramos no passado. Este
quadro, caso a décima segunda casa esteja ocupada ou seu regente esteja “atado”
por aspectos fricativos ou gravitacionais, pode ser tomado como uma chave
explicativa para a maneira de muita gente tender a viver em “termos de
retrocesso”. Atravessam as progressivas fases físicas da infância, da
adolescência e da maturidade como todos fazem, mas os fortes quadros de memória
do passado tornam quase impossível para elas expressarem-se ou compreenderem
suas experiências em termos daquilo que é representado por seus signos
Ascendentes – o presente. Consideremos sob este ponto de vista, os diferentes
tipos de padrões do Ascendente na décima segunda casa para aplicação aos
diferentes horóscopos.
Padrão
I: O mesmo signo na cúspide da décima segunda casa e do Ascendente; signo
subsequente na cúspide da segunda casa. Isto é análogo ao estudante perder um
ano de escolaridade. Significa que a pessoa está continuando nesta encarnação
uma fase de experiência ligada diretamente ao seu ponto de vista no passado,
sugere que tal pessoa esteve fora de encarnação por um tempo relativamente
curto – e volta exatamente para o que ela foi; na medida em que o regente da
Carta esteja aflito, o indivíduo torna-se seu próprio inimigo secreto – uma vez
que esse planeta rege também sua décima segunda casa; por este padrão a Vida
diz: “Dar-te-ei mais uma oportunidade para fazeres o bem”.
Padrão
II: O mesmo que o Padrão I, exceto em que o signo subsequente fica interceptado
na primeira casa: isto sugere que a pessoa esteve fora de encarnação por um
tempo maior que o usual; ela precisa estabelecer seu vínculo com as condições
do passado vivendo parte desta encarnação em termos do passado, e de tal modo
que, por meio de experiência objetivas, possa ficar ciente de suas
potencialidades para a própria desgraça, e assim reconhecer sua necessidade de
regeneração e reorientação; o signo interceptado na primeira casa é o companheiro
de viagem que vai a frente, mas que espera tranquilamente à beira da estrada
para que a pessoa do Ascendente o alcance. Quando as experiências que refletem
a consciência da vida passada tenham sido vividas e a pessoa levada a uma
aparente parada em seu desenvolvimento, a consciência do signo interceptado é
trazida à sua atenção para alertá-la a prosseguir; o signo interceptado brada
ou exclama: “Olá! Estou alegre por ter-me encontrado finalmente; dê-me a mão e
vamos embora”. Se um estelar se encontra no signo interceptado, estude-o
cuidadosamente por sua qualidade e aspecto; como “os estelares são seres”, este
estelar descreverá o tipo de pessoa que possa refletir as qualidades de
prosseguimento da pessoa. Este padrão promete progresso nesta encarnação – a
“atração do passado” pode ser superada; se o signo interceptado não está
ocupado, seu regente por posição e aspectos servirá para descrever o
“companheiro que espera adiante”.
Padrão III: A décima segunda casa
contém um signo interceptado: é uma combinação muito complexa de “memórias”; os
estelares em ambos os signos da décima segunda casa objetivarão as condições
passadas; dada a intensidade de seus aspectos fricativos ou gravitacionais, a
pessoa por meio de experiências dolorosas, enfrentará suas “flores do mal” –
cujas sementes podem ter sido plantadas mesmo antes da última encarnação. Este
padrão significa “prazo de pagamento vencido há muito tempo”; tem a mesma
natureza de uma “ordem de despejo” – ainda não redimida nesta encarnação, a
conta terá que ser ajustada em um ciclo de experiências futuras.
Padrão
IV: O mesmo signo nas cúspides da décima primeira e décima segunda casa:
qualquer que seja o “nível da espiral”, este padrão vincula o potencial para
auto desgraça secreta com as áreas de consciência ainda não redimida
pertencentes aos relacionamentos em geral. A décima primeira casa em relação a
um ciclo é o ponto culminante da consciência de relacionamento; chamamo-la de “Casa dos Amigos” porque a amizade é a
essência do Amor destilado através do cumprimento de toda experiência de
relacionamento em determinado ciclo. Os aspectos degenerados aos regentes
planetários dessas casas – ou, caso não estejam aflitos, aos seus “dispositores” planetários – indicarão
como a pessoa tende a “bloquear-se” na consciência de relacionamento; um estudo
cuidadoso dos padrões de relacionamento paternal-maternal e conjugal pode
revelar o tipo de experiência que a pessoa mais precisa “exercitar” para poder
cumprir seu ciclo pelo Amor. Este padrão tem também a mesma natureza do “dia de
pagamento”, já que a décima primeira casa é o ponto culminante no ciclo.
Padrão V: Aspectos aflitos ao
regente da décima segunda casa – nenhuma interceptação: é indicação de por que,
o que, como, e através de quem a pessoa expressa seu passado ainda não redimido
no prosseguimento desta encarnação; significa “o que faz lembrar-se do
passado”, e um estímulo forte e crucial do estelar pode “arrastar o indivíduo
ao seu subconsciente”, mas a regeneração do padrão através dos elementos
construtivos do horóscopo garante um prosseguimento direto.
Padrão
VI: Um estelar na décima segunda casa, mas no signo Ascendente: de todos os
padrões desta casa, este é o mais puro significador de avanço. Existe um
“segredo” acerca da expressão ambiental deste estelar, mas, em virtude de sua
posição no signo Ascendente a pessoa tende automaticamente a expressar a
vibração em termos da consciência de sua atual personalidade. As forças degeneradas
que atuam sobre ou através deste estelar podem, naturalmente ser reorientadas
em termos do bem essencial próprio do estelar; outro meio de reorientação é
garantido pela qualidade regenerada ou aspectos do regente do horóscopo, já que
ele “disposita” o estelar da décima
segunda casa e é o foco para a expressão e cumprimento da personalidade nesta
encarnação. Os aspectos aflitos do estelar da décima segunda casa e/ou os
padrões de aflições pertinentes à casa que ele rege indicarão as condições e
relacionamentos que a pessoa tende, subconscientemente, a considerar “inimigos” porque, focalizados através de
seu signo Ascendente, eles “desafiam seu avanço”; ela tem de usar as forças
vibratórias do seu atual Ascendente para redimir ou transmutar essas condições.
Padrão VII: A primeira casa
desocupada, o regente do horóscopo na décima segunda casa e no signo da décima
segunda casa: os aspectos aflitivos ao regente neste padrão representam ajustes
cármicos a serem feitos através de condições ambientais limitadoras e
confinadoras; os aspectos regenerados mostram os potenciais para florescimento
das qualidades da personalidade em trabalhos ou atividades ligadas a doentes,
reclusos ou “infortunados de modo geral”; é uma aderência ao passado – a pessoa
ainda não está pronta para estabelecer uma expressão de personalidade ou
progresso; essa pessoa parece ter nascido “atrás de seus contemporâneos” – não
é “moderna” em seus pontos de vista. Certas elaborações deste padrão podem
indicar que o indivíduo, sendo muito dotada de algum modo, expressa no mundo
moderno “algo maravilhoso de uma época passada” – a pessoa vive no mundo do
“agora”, mas simboliza o mundo daquele “então”.
Padrão
VIII: O regente da décima segunda casa no signo Ascendente, na primeira casa,
ou interceptado na primeira casa: este é o “não” da astrologia ao ensino de que
as condições ambientais dos primeiros anos são a causa básica das dificuldades
posteriores. Por esta posição do regente da décima segunda casa as influências
ambientais dos primeiros anos são vistas como efeitos do passado não
regenerado. A pessoa encara por meio de certos pais, em certo lugar, e vive sob
certas condições na infância porque uma área não regenerada de sua consciência
precisa desse tipo de começo para avançar nesta encarnação. As “más
recordações” são imediatamente objetivadas no princípio da vida; analisar a
Carta aplicando “causa e efeito” dará uma pista sobre a razão íntima da pessoa
para encarar sob circunstâncias particulares. Este padrão significa “segredos
trazidos à plena luz do dia” – se a décima segunda casa não está ocupada, o
carma secreto manifesta-se na infância da pessoa pelos efeitos combinados da
vida doméstica nos primeiros anos, arredores do lar e companheiros. As
influências maléficas que parecem “desviar a pessoa” são simplesmente
objetivações da superfície de seu subconsciente; este padrão pode apontar para
uma atitude de maldade deliberada no passado, e de tal natureza que a pessoa é
“arrastada para” o mesmo tipo de quadro tão cedo nesta encarnação que não chega
a ter força ou inteligência para combater a má influência: simplesmente “cai
nela”.
Padrão IX (cíclico): Quaisquer de
duas casas adjacentes cobertas pelo mesmo signo, portanto regidas pelo mesmo
estelar: aonde quer que esteja colocado no horóscopo, este padrão efetua o
princípio “presente em termos do passado”. Qualquer signo do zodíaco pode estar
na décima segunda casa; qualquer signo pode estar no Ascendente. O padrão
cíclico da décima segunda casa em relação ao Ascendente pode ser descrito como:
aquela área de consciência não regenerada que impele para a reencarnação; o padrão
cíclico do Ascendente em relação à décima segunda casa pode ser descrito como:
o meio progressivo pelo qual o carma regenerado é redimido pela reencarnação.
Como padrão composto de símbolo Cósmico, as frases acima podem ser aplicadas a
qualquer parte da Carta que mostre uma ligação do passado com o presente.
A
respeito deste padrão, podemos dizer que a casa com o maior grau na cúspide
representa o departamento de vida a ser cumprido por essa particular vibração
planetária nesta encarnação; a casa com grau menor (a anterior) representa uma
experiência ou relacionamento que ainda espera cumprimento ou regeneração.
Posto que a terceira, quinta, sétima, nona e décima primeira casa, são as casas
dos padrões de relacionamento progressivo (sendo que, a quarta e décima casa é
a casa dos pais) podemos determinar – no Padrão IX – o que no passado impeliu
ao atual relacionamento ou como o relacionamento estabelecido no passado vai
ser cumprido nesta encarnação. Mercúrio, Vênus e Marte normalmente regem dois
signos cada; envolvidos neste padrão e é claro que estes estelares estendem sua
influência a uma terceira casa que serve para “completar seu quadro”; os outros
estelares, regendo normalmente uma casa, podem reger duas no Padrão IX.
Padrão X (cíclico): Um planeta na
casa por ele regida, mas no signo seguinte: vemos neste padrão que a “relação
da décima segunda casa com o Ascendente” está expressa em termos da vibração
própria do astro, não por posição na casa. Se o astro tem um aspecto de
aflição, isso indica que a expressão contínua de sua vibração no signo da
cúspide “prende a pessoa no passado aflito” e causa enfraquecimento da
expressão construtiva ou regenerada. A indicação ambiental ou modalidade de
expressão é a mesma do passado, mas nesta encarnação busca expressão através de
vibração planetária progressista; é claro que esta última refere-se ao estelar
que “disposita” o estelar em questão.
Potencialmente este padrão significa muito progresso, posto que a pessoa, desde
as experiências passadas, está acostumada a expressar o estelar particularmente
nessa casa. Pode indicar também uma grande possibilidade de que o ambiente dos
primeiros anos ou a influência dos pais pode tender a enfatizar a expressão do
signo da cúspide; os pais, neste caso representariam a “atração do passado”. O
padrão exige que a pessoa exercite a expressão de sua própria personalidade e
integridade para “abrir seu próprio caminho” nesse departamento de sua vida.
Todos os padrões são variações
daquilo que foi dito: “... e Ele tomou a semelhança de um ser humano”;
“redenção do mundo” (consciência degenerada a ser redimida pela experiência da
encarnação) pelo Espírito (aqueles níveis de consciência que foram harmonizados
com a Verdade). Estudemos nossos horóscopos com a renovada consciência de que
cada configuração estelar nos mostra – em todas as fases de nossas vidas – por
que nascemos e como, pela regeneração, podemos conseguir o “segundo nascimento”, que é a superação do passado.