ESTUDOS ASTROLÓGICOS: Plutão em Trânsito IX
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Interpretação de Plutão em Trânsito
Na interpretação de trânsitos de modo geral, a característica
do planeta conforme já foi explicado anteriormente, embasa um conhecimento
essencial pelo andamento eficaz do processo analítico astrológico nas
previsões. Aliás, apenas pelo emprego dos trânsitos (até mesmo sem o
levantamento da Revolução Solar e Lunar de um período), seria possível se
efetivar uma parcial previsão astrológica, sem a necessidade de muitos
cálculos, tão somente conforme as efemérides; de uma forma já esclarecida nas
aulas de cálculos.
Para
prosseguir nessa ordem, os ensinamentos de acordo com Helio Amorim,
em seu livro “Que Significam os Planetas no Horóscopo” sobre o planeta Plutão,
se tornam fundamentais, como se seguem:
Nesse estudo por lógica das Motivações
dos Planetas já explicadas anteriormente, em que resumidamente,
significam instintos e desejos incontroláveis da personalidade pelas suas
respectivas influências. Na forma de Palavras Chave, se explica as estruturas
de cada um deles, progressivamente, como pela subida de uma escada, ou por
determinada escala de influências planetárias. Neste caso seguem em estruturas
com a representação de Plutão:
(continuação)
Estrutura XI: Plutão representa o desconhecido, o quadro negro
sobre o qual cada um projeta suas noções de justiça imanente, de imortalidade,
de causa primeira e de finalidade.
Nos aspectos positivos, é o
esforço de lucidez, de julgamento, de compreensão do real, das normas e
objetivos ainda latentes. São os conteúdos não formulados que se elaboram no
seio de uma nação, de uma raça, de uma família e no próprio homem.
Plutão é a quinta ou a oitava de
Marte. Os plutonianos são apaixonados. Plutão corresponde às profundezas do
nosso ser. Quando evocando os traços do passado ancestral no labirinto da
psique Jung declara que nós trazemos a cauda do sáurio, ele põe o dedo sobre o
teclado das energias plutonianas que habitam em nós. Mas estas energias ocultas
são também riquezas ocultas que nós devemos trazer à claridade de nossa
consciência, a fim de dispor de mais poder.
Plutão pode destruir, mas é numa
ocasião de crise, para nos permitir reconstruir.
Plutão foi descoberto em 1930
pelo Observatório de Lowell. Plutão é o planeta mais distante no sistema solar.
Sua órbita tem a maior declinação e a máxima excentricidade. Plutão leva 248
anos mais ou menos para percorrer a sua órbita, enquanto Netuno leva 165 anos e
Urano 84 anos mais ou menos.
O tema astrológico individual
revela uma intenção formal, irreversível, de subida para a luz.
Tal como o nenúfar buscando o Sol
para ostentar na superfície de um lago o esplendor da sua flor, tal como a alma
humana, das profundezas do inconsciente animal primitivo, aspira atingir o
estado mais elevado que lhe assinala o plano cósmico.
Os planetas em astrologia nada
mais simbolizam do que as energias que têm por função única contribuir para
esta realização suprema, portanto, de ciclos em ciclos, temos também o ciclo de
Plutão, o ciclo de Netuno, que representa o ápice, porque rege o último signo
do Zodíaco, o Peixes.
Aqui está o papel de Plutão. Sua função
permanente e universal, com sua presença ativa permite ao homem tomar ciência
que existe nele mesmo uma verdadeira escala de valores, que, partindo de sua
natureza primitiva sobe à sua consciência mais luminosa.
Há em cada um de nós um elemento insubmisso,
anárquico, um elemento selvagem oculto nas águas mais sóbrias de nosso
INCONSCIENTE. O papel capital de Plutão é de nos conduzir ao grande dia da
consciência, para que nós possamos nos libertar dele transformando-o. É assim
que será vencida a força imensa do mais rebelde dos instintos, porque a vontade
prevenida enfim com precisão saberá controlá-la. Não basta o método da
destruição pura e simples do dragão. Quando dizemos sublimação isto não quer
dizer que explique a coisa. A transformação, a sublimação, implica o método da
substituição. É possível um aniquilamento qualquer. Não há morte, aniquilação,
sem ressurreição, sem renascimento.
O objetivo dos planetas que anima
a cruz de cada indivíduo é de assegurar a evolução que, partindo de Plutão, se
eleva até Netuno. Oscilando entre estes dois pólos, aquele que for atento
distinguirá cada vez mais lucidamente a função respectiva destes astros
maiores.
Plutão representa o nosso passado
mais recuado e o mais inferior enquanto que Netuno anuncia o seu futuro mais
elevado. Plutão é um planeta muito importante em cada um de nossos temas e
impõe uma análise rigorosa das alterações consideráveis que ele traz na
interpretação dos aspectos do qual ele faz parte.
A casa na qual Plutão se encontra
em nosso tema será mais perturbadora, sendo o foco das perturbações mais
consideráveis e mais inesperadas. A nossa inteligência terá necessidade da
ajuda das forças celestes para levantar os véus atrás dos quais se oculta este
desconhecido.
A função de Plutão revela um
dualismo do qual é preciso saber apoderar-se antes de procurar uma solução numa
síntese que unifique todos os contrários.
Os planetas são funções
particulares de um conjunto. Plutão marca um dos dois termos da dualidade,
indispensável ao mundo da manifestação.
No corpo humano, a corrente é
contínua nos dois sentidos. Há o vai e o vem, há uma corrente arterial e uma corrente
venosa, a que sai do coração e a que regressa ao coração. O que sai de um ponto
e vai ao múltiplo e retorna depois ao ponto é Netuno. Há uma solidariedade
céu-terra no seio da qual jogam estes dois pólos. Plutão e Netuno são dois pólos.
O signo de Peixes, décimo segundo e último do Zodíaco, termina um ciclo
completo de evolução do ser solar. Depois de ter percorrido os onze
laboratórios que o tem tornado sempre mais consciente de suas faculdades, sob o
impulso das diversas energias, regidas pelos primeiros signos, o ser chega à
sua última fase no signo de Peixes.
No signo de Peixes é que o ser
toma consciência da vida de sua alma, de suas origens, de seus fins.
É ai que se impõe a ele o
inventário do ciclo que ele termina, reclamando uma retirada para o exame de
consciência. É o signo que lhe dá mais que todos os outros, do fundo deste
retiro, que é a consciência da alma do mundo do qual sua alma é a imagem.
É também neste signo do fundo
deste retiro, que ele toma consciência de seu passado, de toda a ação que este
passado não assimilado exerce ainda sobre ele.
Dividido entre o passado e o
futuro, a sombra e a luz, o ser solar oscila num supremo movimento
sobressaltado entre duas correntes contraditórias que explicam a ambivalência
deste signo, com as suas vagas de profundidade, marés, vazamento e razantes.
Se o elemento água do Escorpião
apresenta aquilo de que o ser solar não é ainda consciente da história e do
conteúdo de sua espécie, o elemento Peixes representa tudo aquilo de que ele
não é consciente no tocante à vida universal, do infinitamente pequeno ao
infinitamente grande, tudo o que ele não sabe ainda de sua participação dentro
da vida universal.
As duas energias Netuno-Plutão
estão em presença e ato, oposto um ao outro, em alternância de movimento e
regência no signo de Peixes e Escorpião.
A energia Netuno é a que assegura
esta união das almas em constante ascensão, de ciclo em ciclo, justificando
assim as funções de todas as outras energias do Zodíaco, e, em profundeza, as
animam todas.
O signo de Peixes representa o
lugar de reencontro de dois movimentos alternados, de dois princípios em
contínuo dualismo, de onde ocorre sua ambivalência misteriosa.
Aqui o ser solar, em sua
quintessência da alma, se encontra no crisol no qual se operam as mutações
supremas, frequentemente, através das provas purificadoras, e onde ele se
confronta com o seu passado e o seu transformismo evolutivo, o seu futuro.
Netuno é o ponto final da
síntese. É o todo interior mais vasto do qual dependem o nosso ser, nosso
caminho, nossa cruz. É o centro e a periferia, o, o ponto mais elevado, este
conjunto perfeitamente vivo em sua unidade, em sua harmonia interna, a mais
alta e a mais profunda para a qual nossa alma tende buscar incessantemente.
(Sakoian)
É importante para cada um seguir
sobre o seu próprio tema de nascimento os aspectos que formam os grandes astros
em trânsito com eles mesmos na posição que ocupavam ao nascimento,
especialmente as quadraturas e as oposições. Há de início a quadratura
crescente, depois a oposição, depois a quadratura decrescente e por fim a
conjunção do planeta em trânsito que retorna à sua posição do tema natal.
Plutão, numa vida humana de 84
anos aproximadamente, não chega, visto seu ciclo ter 248 anos, senão a formar a
quadratura com sua posição de nascimento. É um teste muito especial que põe à
prova todas as fibras de nosso ser de nossa alma. Isto nos ensina a humildade
perfeita.
Plutão em trânsito age sobre as
massas, a coletividade, os acontecimentos políticos e sociais. Como ele é lento,
ele fica muito tempo vibrando no mesmo signo em que se encontra. Ele age como
um vulcão, causando revolução, destruindo e em seguida despertando novas
energias. Sua força é tremenda embora seja um planeta pequeno e tão distante. É
como a bomba atômica que ele rege, tão pequenina e tão altamente destruidora.
(continua)
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