Mitos das Predições IV
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos das
Predições IV
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Os Oráculos
Pelas antigas tradições gregas e
romanas num costume de questionamento do futuro, ou ainda sob o desejo de poder
agradar aos deuses, os oráculos foram estabelecidos – principalmente – em
Delfos, Cumes e Mileto por reconhecimento das revelações de Apolo, como ainda
nos templos de Dadone e Amon para reverenciar Zeus. No geral, os oráculos foram edificados em
quase todas as regiões. Áres (Marte) era dignificado na Trácia; Hérmes
(Mercúrio) em Pátras; Afrodite (Vênus) em Pafos; Palas (Minierva) em Micenas;
Artemis (Diana) na Colchida; Heracles (Hércules) em Roma, etc.
Na prática desses costumes, cada
oráculo se identificava com tipos de rituais diferentes, uns pela exigência do
jejum, outros entre normas preparatórias, cujos sacrifícios (ou provas) visavam
justificar os sensatos pedidos de auxílios.
Pítia (ou Pitonisa)
Pítia (ou Pitonisa) era
denominação dignificante para designar a sacerdotisa do deus Apolo no seu
templo em Delfos, a qual no emprego dos oráculos – como escolhida por seus dons
da adivinhação – requeria permanecer sentada durante suas atuações sobre a
trípode profética que, consistia (como utensílio tradicional) numa espécie de
cadeira alta com três pés, cujo simbolismo suscitava uma condição elevada para
a perfeita sintonia com esse deus. Para poder se dignificar no uso da trípode
profética, a Pítia carecia do exercício preparatório sob várias normas
ritualísticas (rigorosas) como: antes de tudo, jejuar três dias seguidos,
mascando folhas de loureiro entre outras exigências mais, cujas determinações
nesse roteiro terminavam com um banho numa fonte especialmente reservada para
esse cerimonial, sendo que só depois desse – preciso – procedimento, poderia
ser conduzida ao templo pelos sacerdotes.
Por exceção de certos casos
especiais (como durante a guerra ou entre outros fatos excepcionais), a Pítia
proferia (uma vez por ano) seus oráculos no começo da primavera, mas o templo
permanecia aberto para visitas nas condições de reverências (ou adoração).
O trabalho nos oráculos só se
iniciava logo após Apolo justificar sua “presença” pelo reconhecimento geral do estrondo com o tremor do templo (como se fosse desmoronar), fato que se
tornava ainda mais assustador por causa dos gritos frenéticos das pitonisas, as
quais sob essas manifestações se identificavam entre estados de transes
individuais, nas condições precisas de cada sintonia – efetivada – com o deus
das revelações.
A mensagem para cada consulta era
apresentada em versos ou trovas – de estruturas harmônicas perfeitas – conforme
toda qual por esse motivo, se justificava como tendo sido elaborada pelo
próprio deus Apolo (Senhor da Lira), em cuja possibilidade de desconfiança –
com “fraudes” – nem existia, por causa também da procedência das pítias, sempre
escolhidas (exceto por uma avaliação especial) entre as mulheres mais simples
na formação cultural, as quais como exigências rigorosas, além da virtude
preciosa para essa função precisavam se identificar com um histórico familiar
de decência.
A Sibila
A Sibila era assim reconhecida na
condição da mulher que exercia o seu dom da adivinhação, cuja denominação –
para essa atividade – se difundiu (diferenciada) com maior extensão ou acima do
significado de Pítia, talvez, por causa de sua disposição independente nas
atuações, pois podia atender consultas até em grutas (longe dos templos de
Apolo).
Pela origem da Sibila se encontram
muitas versões, sendo que, seu nome poderia significar: “Vontade de Zeus”.
Numa dessas identificações consta
que, a primeira “delas”, se tornara – extremamente – popular pelo seu dom da
adivinhação. Por causa desse fato, se originou como “sinônimo” para identificar
sob esse tratamento (como designativo), a classe feminina provida com essa
virtude; mesmo em proporções menores, ou então, pelo uso pejorativo de crítica
(ou insulto).
Pelas considerações de outras
fontes, a originária Sibila era filha de Zeus por uma aliança afetiva com Lamia
(filha de Poseidon). Na Líbia, onde atendia consultas como adivinha, sem esclarecimento
real pelo motivo, era chamada por esse nome.
Envolta por lendas romanas, a
sibila mais famosa dos mitos que, nas suposições de alguns, teria nascido numa
gruta na Líbia, de nome pessoal desconhecido, a qual ainda muito jovem se
identificara com o dom das predições (expressas através de versos), sendo por
isso conduzida – sob sua relutância - ao templo de Apolo em Delfos, onde foi
recebida e consagrada pelos sacerdotes.
Numa dessas lendas (acima dos
mitos), Apolo teria dignificado essa moça pela realização do que ela mais
aspirasse através de um pedido (irrecusável), sob o qual decidiu escolher uma
vida muito longa. Para justificar a duração desse período, ela precisou por
ordens de Apolo, recolher – num gesto único – a maior quantidade de areia
possível, cujos grãos simbolizavam para cada um deles, um ano a mais de vida.
Ainda como exigência por esse privilégio, ela nunca mais poderia visitar sua
terra natal; por esse motivo se radicou em Cumes. “Pelo fato de não ter
mencionado no pedido expresso”, a condição – também – de manter uma vida “sempre
jovem”, cada ano decorrente, transparecia a velhice numa ordem fora do normal;
cuja difusão de sua imagem permaneceu sob esse estado físico.
A Sibila de Cumes deixou como
legado os famosos “livros sibilinos”, os quais continham os destinos de Roma.
(continua)