Mitos das Predições V
MITOLOGIA E ASTROLOGIA: Mitos das
Predições V
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Este setor apresenta um texto
original sobre um mito. Em seguida, sua interpretação conforme o sentido
astrológico – pela caracterização de um Signo ou de outra característica
astrológica.
Anfiarau
Anfiarau, um adivinho consagrado
pela fama de sua precisa virtude, era filho materno de Hipermestra e Oicles, em
cuja identificação por outras fontes, seu verdadeiro pai seria o próprio deus
Apolo.
Reconhecido também como bravo
guerreiro, talvez por esse motivo, parecia se preocupar demais com as previsões
que costumava fazer sobre seu próprio destino.
Por préstimos de seus trabalhos,
coube-lhe em parte o reino de Argos, cujo fato – de direito – motivara desavenças
entre esse adivinho com seu próprio primo Adastro, que como legítimo herdeiro
do trono, por ser filho de Talau, rei local, não aceitava essa situação.
Furioso pelos distúrbios, Anfiarau
matou o rei Talau e ainda expulsou Adastro de seu próprio reino.
Pouco depois de assumir o trono
de Argos, Afiarau contraiu núpcias com – a princesa – Erifila, irmã de Adastro,
cuja influência dessa união, motivara a reaproximação entre os dois primos.
Adastro, para se beneficiar desse
fato oportuno como meio de poder executar sua vingança, sugeriu convincente –
entre falsas argumentações pela dissipação de mágoas – que, Erifila, por
exigência desse acordo amistoso, se dignificaria como árbitro entre todas as
decisões na corte, caso houvesse querelas entre os dois; cuja condição – num
contrato firmado - Anfiarau aceitou.
Por ocasião de seu
comprometimento com Polínece, o qual consistia em compartilhar os exércitos de
seu reino na luta pelo resgate do trono de Tebas, Adrastro se justificara na
corte que, participar dessa guerra era muito importante, em cujo seu argumento defendia
a causa de aceitar como aliado essa contenda.
Anfiarau, numa consulta ao
oráculo, impugnava as decisões da corte nesse sentido, pelo fato de que sua
revelação indicava a sua morte durante essa guerra, pelo quanto ainda a de
muitos comandantes dos exércitos e de vários soldados do reino.
Mas Adrastro instruiu Polínece,
com qual meio ele seria capaz de convencer Erifila a se pronunciar na corte em
seu favor.
Como acordo – sob essas medidas
astuciosas –, Polínece ofereceu a Erifila um colar, o qual pelo seu encanto
parecia ser uma obra de arte – rara – criada pelas mãos de um deus.
De fato, a procedência dessa
joia, pelo seu lado histórico, se dignificava como um valioso presente de
Hefesto (ou Vulcano) para Harmonia por ocasião de seu casamento com Cadmo, a
qual durante sua fuga de Tebas, Polínece levara consigo.
Afiarau, por causa desse suborno,
sem melhores recursos de segurança na vida – influenciado pelas suas predições
– decidiu fugir, sendo logo encontrado em seu esconderijo, tendo então que
enfrentar a guerra, a qual se reconhecia como “os sete contra Tebas” porque a
expedição se constituíra sob os comandos de Adastro (sogro de Polínece),
Anfiarau, Capaneu, Hipómedon, Partenopeu, Tideu e Polínece.
Na sua despedida paterna,
Anfiarau antes relatou aos filhos os reais motivos da guerra, expondo e
culpando sua esposa por essa situação. Depois, de forma especial sugeriu ao seu
filho Alcmeon para que no momento certo tentasse vingar sua morte, a qual – de
acordo com suas predições – seria inevitável.
Na marcha em direção a Tebas,
precisamente numa região de Nemeia, por necessidade do consumo de água, houve
uma parada, até mesmo por causa do visível cansaço entre todos.
Durante essa busca, certa moça
encontrada pelo caminho, sendo solicitada a informar numa condição do preciso
local, para indicar com o braço a fonte de água mais próxima, depôs no chão a
criança a qual levava consigo. De repente, sem tempo de reagir e amparar a
criança novamente, uma serpente atacou o infante, ocasionando assim sua morte.
Aos prantos, Hipsípele, ama da
criança – que era um menino – identificou como morto Olfetes, o mais novo
príncipe do reino.
Anfiarau reconhecera assim que,
era sinal de mau agouro esse fato.
Reverente frente ao rei, Anfiarau
que se identificara como um adivinho direcionado para a guerra contra Tebas – contra
sua vontade – apenas por ironia do destino, o qual assim lamentara,
justificando o incidente. Por sua sensatez assegurou o perdão de Hipsíple.
Por esse clima amistoso, antes de
retomarem o caminho de Tebas, em honra ao príncipe Olfetes, os exércitos
realizam uma exibição – atlética – dos jogos de guerra, os quais mais tarde
(por tradição local) se tornaram os chamados “Jogos Nemeus”.
Adastro, como um dos poucos sobreviventes, escapou ileso da guerra sob o providencial auxílio de Teseu.
Anfiarau também conseguiu fugir,
só que até ao lado do rio Ismeno sob perseguição implacável do inimigo. Em
grande vantagem de distância na corrida, nem contava com a interferência
inesperada de Zeus, o qual – de repente – lançou um raio em direção ao seu
percurso que fendeu o chão, em cujo abismo caiu, sendo tragado pela terra (com
o carro e cavalos).
Na complementar ordem do fato, a
seguir Zeus o imortalizou; talvez (como sugere o mito) na intenção de separar o
instinto guerreiro da virtude de profeta, para que Anfiarau continuasse atuando
apenas como adivinho.
Pois, conforme algumas fontes ele
voltara do Hades para atender consultas (com suas predições), as quais eram
feitas num templo em Argos.
(continua)